sábado, 31 de janeiro de 2009

Mônaco e os Grimaldi

Em 1297 os Grimaldi, família exilada de origem genovesa, situou-se em uma fortaleza (hoje o palácio principesco), em um grande rochedo e deu origem ao Principado de Mônaco.Francisco Grimaldi tomou posse da fortaleza em 08 de janeiro de 1297, mas o primeiro soberano foi seu primo Rainieri I (senhor de Cagnes) e passaram a ser senhores de Mônaco. Em 1604, príncipes de Mônaco com Honorato II.



– Ficaram sob o controle genovês:
• 1031 a 1331
• 1357 a 1395
• 1395 a 1397
• 1402 a 1419

– anexado pela França de 1793 a 1814 por Napoleão Bonaparte

Hoje
língua Oficial: francês, mas também se fala o dialeto monegasco, italiano e inglês
capital: Mônaco Ville
área: 185 km2
população: 34.044 habitantes
independência: 1297
moeda: euro
religião: predominante católica, anglicanos, judeus e protestantes
príncipe atual: Alberto II nascido em 1958 e reina desde 2005

– Mônaco está dividido em dez bairros ou quarteirões :

Monaco-Ville
Monte Carlo
Saint Roman
Larvotto
Saint Michel

La Condamine
La Colle
Les Révoires
Moneghetti
Fontvieille



Castelo de Mônaco

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Roma

Na Eneida, de Virgílio, Enéias filho da deusa Vênus, foge de Tróia derrotada , com o pai Anquise e o filho Ascânio, enquanto a mulher Creúsa, filha do rei Príamo, morre no incêndio da cidade. Enquanto Enéias se dirige à Itália , uma tempestade atinge o navio, por desejo de Juno, e o obriga a aportar em Cartago, onde foi recebido por Dido, rainha da cidade. Num banquete em sua homenagem, começa a contar as suas aventuras: a queda de Tróia, o estratagema do cavalo e a fuga com seu pai e seu filho. Ao fim de sua narrativa, Dido estava apaixonada por Enéias, porque Vênus havia substituído o filho de Enéias por Cupido, que acertou Dido com uma de suas flechas. Dido pede a Enéias que permaneça com ela e reine em Cartago. Enéia e seus companheiros, depois de ficarem um ano em Cartago por ordem de Júpiter, partiram para o Lácio. Dido, vendo ao longe os navios de Enéias, maldiz a estirpe troiana e se suicida.

Depois de várias peregrinações no Mediterrâneo, Enéias aporta no Lácio, como havia sido dito por sua mãe, que depois de uma previsão lhe havia dito que fundaria uma cidade na pátria de Dardano (seu antepassado que segundo a lenda era o fundador de Tróia). No Lácio, Enéias foi amavelmente acolhido pelo rei Latino, que o apresenta à sua filha Lavínia. Enéias se apaixona perdidamente por ela mas vem a saber que latino já a havia prometido a Turno, rei dos rutulianos. O pai de Lavínia sabe da intenção de Enéias, mas temendo uma vingança por parte de Turno se opõe ao seu desejo. A disputa pela mão da jovem torna-se uma verdadeira guerra, da qual participam as várias populações itálicas. Enéias alia-se com algumas populações gregas provenientes de Argos e estabelecidas na cidade de Pallante, sobre o monte Palatino, reino do árcade Evandro e seu filho Pallente. A guerra é sangrenta (logo Pallante morre atingido por Turno] e, para evitar mais vítimas, a disputa entre Enéias e Turno deverá resolver-se em um combate entre os dois comandantes e pretendentes. Enéias mata Turno, casa-se com Lavínia e funda a cidade de Lavínio (a atual Pratica di Mare).

Rômulo e Remo
Depois de trinta anos, Ascânio funda uma nova cidade, Alba Longa, sobre a qual reinaram seus descendentes. Muito tempo depois o filho e legítimo herdeiro do rei Proca de Alba Longa, Numitor, foi deposto pelo irmão Amúlio, que obriga a princesa Réia Sílvia a tornar-se Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vesta), e a fazer voto de castidade. Porém o Deus Marte se enamora da jovem que engravida e tem dois gêmeos Rômulo e Remo. O rei Amúlio ordena que os gêmeos sejam mortos, mas o servo encarregado da tarefa não tem coragem de fazê-lo e os abandona na corrente do rio Tibre. A cesta com os gêmeos vai por fim para nas margens do rio em Velabro, entre os montes Palatino e Capitolino, onde foram encontrados e cuidados por uma loba (provavemente uma prostituta, chamada na época de lupa, da qual se encontram traços na palavra lupanar). Depois o pator Fáustulo os encontra e, com sua mulher, Aca Larência os cria como filhos. Uma vez adultos e conhecida sua origem, Rômulo e Remo retornam a Alba Longa, matam Amúlio e repõem no trono seu avô Numitor.
Rômulo e Remo obtêm então permissão para fundar uma nova cidade, no local onde haviam crescido. Rômulo queria chamá-la Roma e edificá-la sobre o Palatino, enquanto Remo a quer batizá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino. É o próprio Tito Lívio quem se refere às duas mais críveis versões dos fatos:

"Como eram gêmeos e o respeito à progenitura não podia funcionar como critério eletivo, cabia aos que protegiam aqueles lugares indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Assim, para interpretar os auspícios, Rômulo escolhe o Palatino e Remo escolhe o Aventino. O primeiro presságio teria cabido a Remo. Do momento que Rômulo estava afastado quando o presságio fora anunciado, os respectivos grupos haviam proclamado como rei um e outro ao mesmo tempo. Uns sustentavam que tinham direito ao poder com base à prioridade no tempo, outros com base no número de pássaros vistos. Nasceu assim uma discussão e da raivosa luta de palavras se passou ao sangue: Remo, golpeado na cabeça, cai por terra. É mais notável a versão segundo a qual Remo, para surpreender o irmão, teria escalado os muros recém construídos (provavelmente o Pomério), e Rômulo com raiva teria ameaçado com estas palavras: ‘Assim, de agora em diante, morra quem escalar os meus muros’. Deste modo, Rômulo se apossou sozinho do poder e a cidade fundada tomou o nome do fundador." Lívio

Assim a cidade foi fundada sobre o Palatino e Rômulo tornou-se o primeiro Rei de Roma.

A data da fundação de Roma
Durante a República Romana, muitas datas foram atribuídas à fundação da cidade, no intervalo entre 758 a.C. e 728 a.C.. Finalmente, no Império Romano, a data sugerida por Marco Terêncio Varrão (116 a.C. - 27 a.C.) foi considerada a oficial, mas no Fasti Capitolini o ano é 752 a.C.. Embora o ano varie, todas as versões concordam que o dia é 21 de abril, dia do festival de Pales, deusa do pastoreio. O calendário romano ab urbe condita, porém, começa com a data de Varrão (753 a.C.)

O nome de Roma
O nome da cidade é geralmente considerado com referência a Rômulo, mas há outras hipóteses.
  • Alguns sugeriram uma palavra etrusca "rhome", com o significado de "duro", cognata com a palavra grega "ρώμη, rhōmē'’, força, vigor.
  • Outros se referem à Mitologia Romana, onde supõe-se que se refere ao filho de Enéias ou Evandro.
  • O estudioso basco Manuel de Larramendi pensa que a origem é a palavra basca "orma" (basco moderna "horma" = muro).
  • Roma é também Urbs, e este nome, que (no Latim tardio geralmente significa qualquer cidade) veio de urvus, uma vala cavada por uma enxada - neste caso aquela cavada por Rômulo para marcar os limites da cidade.
– No monte Capitolino, na noite de 21 de abril todo ano, um sino especial chamado Patarina toca do Campidoglio para comemorar a fundação de Roma. naquela ocasião, o famoso canhão do Janículo permanece silencioso, o único dia do ano em que ele não soa. –
(fonte: Wikipédia)

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Palácio de Versalhes


O Palácio de Versalhes (em francês Château de Versailles) é um château real localizado na cidade de Versalhes, uma aldeia rural à época de sua construção, mas atualmente um subúrbio de Paris. Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.





A primeira menção à aldeia de Versalhes encontra-se num documento datado de 1038, a “Charte de l'abbaye Saint-Père de Chartres” (Carta de Direitos da Abadia de Saint-Père de Chartres). Entre os signatários da Carta encontra-se um Hugo de Versalhes, a partir do nome da aldeia. Durante este periodo, a aldeia de Versalhes, centrada num pequeno castelo e igreja, e a área envolvente eram controladas por um senhor local. A localização da aldeia, na estrada de Paris para Dreux e para a Normandia, trouxe-lhe alguma prosperidade, mas devido à Peste Negra e à Guerra dos Cem Anos, esta seria largamente destruída e a sua população severamente diminuída.

Em 1575, Albert de Gondi, um Florentino, comprou o senhorio. Gondi havia chegado a França com Catarina de Medici e a sua família tornou-se influente na Assembléia dos Estados Gerais francesa. Nas primeiras décadas do século XVII, Gondi convidou Luís XIII para várias caçadas na floresta de Versalhes. Em 1624, depois desta introdução inicial à área, Luís XIII ordenou a construção de um castelo de caça, a estrutura foi construída em pedra e tijolo com um telhado de ardósia. Oito anos depois, em 1632, Luís XIII conseguiu a escritura e posse de Versalhes, e começou a fazer ampliações ao palácio.

Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís XIV, foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou.

Considerado um dos maiores do mundo, o Palácio de Versalhes possui:
  • 2.000 janelas
  • 700 quartos
  • 1.250 lareiras
  • 700 hectares de parque
É um dos pontos turísticos mais visitados de França, recebe em média oito milhões de turistas por ano. Construído pelo rei Luís XIV, o Rei Sol, a partir de 1664, foi por mais de um século modelo de residência real na Europa, e por muitas vezes foi copiado.Transformado no que era o pavilhão de caça de Luís XIII, no mais opulento palácio da Europa, reuniu centenas de trabalhadores e começou a construir um novo edifício ao lado do já existente. Foram assim realizadas sucessivas ampliações, apartamentos reais, cozinhas e estábulos, que formaram o Pátio Real. Em 1678, construiu-se:
  • o Laranjal
  • o Grande Trianon
  • as alas Norte e Sul do Palácio
  • a Capela
  • a Galeria de Espelhos (onde foi ratificado, em 1919, o Tratado de Versalhes) – trata-se de uma sala com 73m de comprimento, 12,30m de altura e iluminada por dezessete janelas que têm a sua frente, espelhos que refletem a vista dos jardins.

Em 1837 o castelo foi transformado em museu de história. O palácio está cercado por uma grande área de jardins, uma série de plataformas simétricas com canteiros, estátuas, vasos e fontes trabalhadas. Como o parque é grande, um trem envidraçado faz um passeio entre os monumentos.

– Algumas alterações:
  1. alterações no palácio e jardins em ordem a acomodar os 600 hóspedes convidados para a festa Plaisirs de l’Île enchantée, de 1664
  2. começou a assumir muita da sua aparência atual, modificação mais importante foi o do pavilhão de caça de Luís XIII. O envolvimento, frequentemente referido como palácio novo para distingui-lo da estrutura antiga de Luís XIII — rodeava o pavilhão de caça por norte, oeste e sul. A nova estrutura providenciava novos alojamentos para o Rei e para membros da sua família. Tanto o grand appartement du roi como o grand appartement de la reine formavam um conjunto de sete salas enfileiradas. Cada sala era dedicada a um dos "Corpos Celestes", personificados pelas divindades Greco-Romanas apropriadas. A decoração das salas, descrevia as “heróicas ações do Rei” e eram representadas em forma alegórica pelas ações de figuras históricas do passado (Alexandre, o Grande; Augustus; Cyrus, etc.).
  3. em adição à Galeria do Espelhos, desenhou as alas norte e sul (as quais eram usadas pela nobreza e pelos Príncipes do Sangue, respectivamente), e o Laranjal. Como símbolo da nova proeminência da França como uma Superpotência europeia, Luís XIV instalou oficialmente a Corte em Versalhes em Maio de 1682.
  4. última campanha de construções em Versalhes, a quarta Campanha de Construção (1701-1710) concentrou-se quase exclusivamente na construção da Capela Real. Também fizeram algumas modificações no Petit Appartement du Roy, nomeadamente a construção do Salon de l’Oeil de Boeuf e do quarto do Rei. Com a conclusão da capela em 1710, virtualmente, toda a construção em Versalhes cessou; a construção não seria retomada em Versalhes até cerca de 20 anos depois, já durante o reinado de Luís XV.
Na quarta campanha de construção de Luís XIV, a quinta capela do Palácio de Versalhes é uma obra-prima. Com inicio em 1689, a construção foi suspensa devido à Guerra da Liga de Augsburg; e retomou a construção em 1699. Dedicada a São Luís, a capela foi consagrada em 1710. O chão da capela é embutido com mármores multi-coloridos e nos degraus que levam ao altar está o monograma coroado de Luís XIV, com "L"s entrelaçados. Foram cantados Te Deums para celebrar vitórias militares e o nascimento de filhos dos Reis; também foram celebrados casamentos na capela, tal como o casamento do delfim — mais tarde Luís XVI — com Maria Antonieta em 1770. Atualmente a capela, a qual foi re-consagrada, serve como local de concertos de câmara.

Desde a época de Luís XIV, o Palácio de Versalhes queria, um teatro permanente. Antes da construção de L’Opéra, foram construidos teatros temporários tanto nos jardins como no palácio. De qualquer forma, em 1740, Luís XV ordenou constituísse um teatro permanente no extremo norte. O projecto requereu trinta anos para ficar completo. As obras de construção da Ópera começaram em 1765 e ficaram completas em 1770; à época representava o mais refinado exemplo em desenho de teatro, tendo 712 lugares, era o maior teatro da Europa naquele tempo, e atualmente permanece como um dos poucos teatros sobreviventes do século XVIII. A inauguração do teatro foi no dia 16 de Maio de 1770 em celebração do casamento do delfim — o futuro Luís XVI — com Maria Antonieta.

Quando a família Real deixou Versalhes, em Outubro de 1789, o palácio e a Opéra foram fechados. Enquanto que o palácio viu alguma atividade no tempo de Napoleão Bonaparte (redecoração de partes dos apartamentos da rainha para a Imperatriz Marie-Louise), a Opéra não reabriu antes de 1837, quando Luís Filipe redecorou o teatro. O período entre 1952 e 1957 testemunhou importantes obras de restauro da Opéra que foi recuperada para o seu estado em 1770. A Opéra reabriu oficialmente no dia 9 de Abril de 1957. Dede o seu restauro, a Opéra tem sido utilizada em funções de Estado, tal como palco de uma variedade de eventos musicais.

Foi nesta ópera que Maria Antonieta quebrou as tradições da Corte ao aplaudir os atores. De inicio foi olhada com estranheza, mas esta ação particular foi seguida por todos os espectadores em Versalhes.




Fonte: Wikipédia

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Diamante Sancy


Talvez tenha vindo da Índia, é um puro diamante branco e transparente, peso estimado no século XV de 106 quilates, propriedade do rei indiano, encontrado perto de Golconda, mas sua lapidação é desconhecida, chegou a europa no final do século XIV, o maior diamante branco da cristandade por bem mais que 200 anos. A palavra diamante, do grego adamas, significa invencível.




O primeiro proprietário europeu, Gean Galeazzo di Visconti, duque de Milão. O segundo foi como dote de casamento para Luis de Orleans (irmão do rei francês Carlos VI), em 1387, casado com Valentina di Visconti, filha de Gean Galeazzo di Visconti. Felipe de Borgonha tio de Luis Valois de Orleans, muito poderoso, casado com Margarida de Flandres, foi um dos regentes do rei francês CarlosVI. João "sem medo" filho de Felipe mandou assassinar o primo, Duque de Orleans, que entrou em combate com o filho do duque, Carlos. João venceu, e ficou com o diamante. Logo após passando para o lado dos reis ingleses, foi assassinado, quando os Valois voltaram ao poder na França. O diamante passou para as mãos de Felipe (filho de João), que também se aliou aos reis da Inglaterra, e o Sancy mudou de mãos novamente indo para Carlos (filho de Felipe), inimigo de Luis XI da França. Carlos travou uma batalha com os suíços, perdeu a vida e seus tesouros, e o diamante Sancy ficou sumido por 14 anos.

Em 1491 aparece vendido para a família Hertenstein, intermediários. Foi divido e vendido em dois pedaços:
  1. Grand Sancy – com 54 quilates, foi vendido a D. Manuel rei de Portugal(**), ficando mais de 70 anos na Casa dos Avis, que terminou com D. Antônio, sobrinho do rei D. Manuel; que vendeu para restaurar o reinado de Portugal, então em mãos espanholas.
  2. Beau Sancy – com 36 quilates, aparece por volta de 1585 com o rei francês Henrique III, em uma foto, emprestado de Harlay (novo dono), sendo dono já em 1560 dos dois pedaços do Sancy, vendido a Maria de Medici(*).

(*)Nicolas Harlay de Sancy, senhor de Sancy, futuro ministro das Finanças do rei francês Henrique IV, vende Beau Sancy: menos conhecido do que o diamante Sancy, ou Grande Sancy, que se encontra no Museu do Louvre, o Belo Sancy – também chamado de Pequeno Sancy –  é uma gema excepcional, por sua história, o diamante apareceu em registros, pela primeira vez, em 1595, em 1604 ele é finalmente comprado pela rainha Maria de Medici, nova esposa do rei francês Henrique VI, por uma soma de 25.000 escudos de ouro, apesar de ter sido estimado pelo dobro deste valor. A rainha o porta na sua coroa. Em 1642, após a morte de Maria de Medici, suas jóias são postas à venda e o Belo Sancy é comprado por Frederico-Henrique de Orange Nassau, príncipe holandês. Em 1702, a gema passa, por herança, a Frederico II de Hohenzollern, primeiro rei da Prússia. O diamante, qualificado de "belo" em razão da perfeição de sua lapidação, faz parte até hoje da família Hohenzollern , na Alemanha. 

O Grand Sancy foi vendido para Jaime I rei da Inglaterra, 1604. Quando Jaime morreu, o Sancy foi colocado na coroa da esposa – Henriqueta Maria Bourbon, filha de Maria de Medici – do novo rei da Inglaterra Carlos I (filho de Jaime I). O Grand Sancy foi penhorado na Holanda, quando a Inglaterra passou por apuros financeiros. Mas Carlos resgatou todas as jóias inglesas em 1636, mas devido uma revolta em Londres, Henriqueta teve que fugir, levando para Holanda o Grand Sancy, e o Espelho de Portugal. Em 1642 Henriqueta novamente usou os diamantes como garantia para emprestar dinheiro em Amsterdã, para ajudar Carlos I, na Inglaterra. Mas de nada adiantou, Carlos I foi decapitado em 1649, seus quatro filhos ficaram presos em Londres. O Príncipe de Gales (futuro Carlos II), conseguiu fugir para a França, onde ela já lá estava. A Inglaterra mergulhou em 11 anos de parlamento sob o ditatorial Cromwell. O diamante foi perseguido por décadas por Elizabeth I rainha da Inglaterra.

O Cardeal Mazarin, ministro de confiança de Luis XIV da França, colecionador de artes e jóias do mundo todo, queria o Grand Sancy de Henriqueta, mas ela preferiu vender a outro, que era só um atravessador, e o Grand Sancy foi para as mãos do Cardeal Mazarin em 1657. Carlos II voltou para Inglaterra como rei em 1660. Mazarin morreu em 1661, e deixou 18 diamantes, os maiores e mais belos da europa, para a coroa da França e foram chamados 'os 18 mazarins', o primeiro era o Grand Sancy, o terceiro era o Espelho de Portugal.

Em 1690-1700 apareceu um novo diamante, que superou o Sancy. Pesava 410 quilates em estado bruto, depois de lapidado em Londres tinha 140,64 – considerado o mais perfeitamente lapidado de todos os diamantes históricos, sendo agora o maior diamante branco da cristandade: o diamante Pitt, nome de seu proprietário Thomas Pitt (1653-1726). Foi vendido ao regente de Luis XV (Felipe Orleans), em 17112, mudando de "Pitt" par a "Regente".

Com a Revolução Francesa, o povo sem controle, invadiu o Louvre, onde as jóias da coroa estavam guardadas. Mas entre 8 e 15 de setembro de 1792, muitas jóias foram resgatadas, mas o Grand Sancy, o Regente, o Azul francês, não foram encontrados.
  • o Regente foi recuperado em dezembro de 1793  
  • o Grand Sancy em 1794. 
Foram postos em exposição até 1796.

O Espelho de Portugal foi vendido ao sultão da Sublime Porta em 1795. O Regente enviado ao Barão Von Treskon, que tinha fornecido cavalos, armas, como penhor. O banqueiro Vanlenberghen quitou a dívida com o Barão e ficou com o Regente. O Grand Sancy foi dado como garantia na compra de cavalos espanhóis para o Marquês de Iranda, 1796, cavalos esses que foram colocados em batalha por Napoleão Bonaparte, que em 9 de novembro de 1799 pôs fim a Revolução Francesa com um golpe de Estado. Napoleão quitou a dívida com Vanlenberghen e resgatou o Regente. Quis resgatar o Grand Sancy mas estava com Maria Luiza da Espanha. Antes da invasão de Napoleão , Maria Luiza tinha dado o diamante a seu amante Godoy protegê-lo. Não se sabe como o Grand Sancy foi parar nas mãos de José Bonaparte, depois que assumiu o reino da Espanha. O Grand Sancy passou para as mãos de Nikolai Demidoff em janeiro de 1828, este que foi vizinho de José Bonifácio em Florença, que após sua morte doou a coroa russa, pois era um espião rico do czar. Em 1836, aparece como dote no casamento de Paulo filho do czar, para sua esposa finlandesa, que vende ao joalheiro Garrard & Co. que vende em 1865 para Sir Jamsetjee Jejeebhoy de Bombay, assim após séculos, o Grand Sancy volta a seu país de origem. Em 1906 por motivos ignorados vende o diamante para Willian Waldorf Astor bisneto de John Jacob Astor, o primeiro milionário dos EUA. No casamento de seu filho presenteou sua nora Nancy Astor, que foi política famosa. Viveram na Inglaterra e depois de sua morte em 1964 deu o Grand Sancy para seu filho de 15 anos, Willian, que se tornou o 4º visconde Astor, família que vivia como reis na Inglaterra, ou em férias nos EUA. 




Em 1967 o visconde Astor emprestou o Grand Sancy para uma amostra no Louvre, com tanto sucesso, que foi comprado pelo museu e hoje é apresentado do lado do Regente e do Hortensia, perto de uma réplica da coroa de Luis XV, com cópias do Sancy e do Regente.





(**) Em 1495 o diamante foi adquirido por D. Manuel I, o Venturoso, rei de Portugal, o soberano mais rico da Europa do seu tempo e vértice da modernidade e dos novos mundos. E em Portugal o diamante permaneceu durante o resto da dinastia de Aviz. Num retrato datado de 1553, D. Joana de Habsburgo, irmã de Filipe II de Espanha, mãe de D. Sebastião, ostenta no toucado a cruz das princesas de Portugal e um pendente central onde a pedra do meio poderá ser, o diamante de Sancy. Passado um quarto de século, a 4 de Agosto de 1578, dá-se a catástrofe da batalha de Alcácer Quibir. Morre D. Sebastião com 24 anos, o Desejado, sem descendência. Sucede-se o governo breve do tio-avô, o cardeal-rei D. Henrique. D. Antônio, prior do Crato - filho bastardo do infante D. Luís, duque de Beja, irmão de D. João III – apoiado pelo povo e por alguma nobreza, foi aclamado rei de Portugal, mas abandona Lisboa a seguir à batalha de Alcântara, em 1580. Vence Filipe II que assim conquistou a coroa de Portugal que durante 60 anos ficará nas mãos dos Habsburgos de Espanha. D. Antônio estabelece governo no exílio, onde empenhou e depois vendeu o diamante a Nicholas de Sancy, embaixador da França na Turquia, no reinado de Henrique III, o último rei da dinastia dos Valois. 
Existe na Torre do Tombo uma carta de Sebastiani Pardin dirigida a D. Antônio, datada de 1588, onde se dá conta dos termos finais da transação de um diamante com as armas do rei de Portugal. Assim, o diamante era um símbolo maior de Portugal e da casa de Aviz – admite-se que constitua o corpo central da jóia com a cruz de Cristo que D. Sebastião transporta: por debaixo da cruz vê-se que está um diamante em forma de pera.


Origem: 'O Diamante Maldito' de Susan Ronald

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Assassinato da Família Imperial Romanov



Em 17 de julho de 1918, a família imperial Romanov, foi assassinada junto com mais seis pessoas que o serviam. Trancados em uma sala revestida de madeira, para evitar que as balas ricocheteassem, um pelotão de soldados acabou com a família de 5 filhos, a imperatriz e o último imperador da Rússia – Nicolau II.






(...) "Por volta da meia noite, Iurovski acordou a família imperial. Não sei se eles lhes disse porque os acordava e para onde eles deveriam ir. Confirmo que foi mesmo Iurovski quem entrou nos quartos onde estava a família imperial. Iurovski não me deu, nem a Konstantin Dobrinin, ordens para acordar os que estavam dormindo. Em aproximadamente uma hora, toda a família imperial, o médico, a empregada e dois serviçais se levantaram, lavaram o rosto e se vestiram. Antes de Iurovski ir acordar a família, dois membros da Comissão Extraordinária [Cheka] chegaram à casa Ipatiev: o primeiro, como soube depois, era Piotr Iermakov, e o outro alguém que eu não conhecia de nome ou sobrenome – alto, loiro, com um pequeno bigode, idade de 25 ou 26 anos. Por volta de 2 h da manhã, o czar, a czarina, as quatro filhas reais, a empregada, o médico, o cozinheiro e um lacaio saíram de seus quartos. O czar carregava o herdeiro nos braços. Sua majestade e as filhas usavam vestidos, sem casacos, com as cabeças descobertas. O soberano veio à frente com o herdeiro – e atrás dele a czarina, as filhas e outros. Iurovski, seu assistente e dois membros da Comissão Extraordinária que mencionei, os acompanharam. Eu também estava lá.
Nenhum dos membros da família imperial, na minha presença, fez qualquer pergunta. Não houve lágrimas, nem soluços tampouco. Tendo descido a escada da segunda entrada do salão para o térreo, entramos no pátio e de lá passamos por uma segunda entrada do salão para o térreo, entramos no pátio e de lá passamos por uma segunda porta (contando a partis dos portões) para o alojamento interno do térreo. Iurovski indicou o caminho. Eles foram levados para o quarto de esquina do andar térreo contíguo ao depósito lacrado. Iurovski ordenou que fossem trazidas cadeiras. Seu assistente trouxe 3 cadeiras. Uma foi dada à Sua Majestade, a czarina, a outra ao soberano e a terceira ao herdeiro. Sua majestade sentou-se junto à parede com janela, perto do pilar por trás do arco. Atrás dela ficaram, em pé, três filhas (conheço-as muito bem de vista, pois as via passeando quase todos os dias, mas realmente não as conheço pelo nome). O herdeiro e sua Majestade sentaram-se lado a lado, quase no centro da sala. Atrás da cadeira do herdeiro, o doutor Botkin, em pé. A empregada (não conheço pelo nome – uma mulher alta, ficou à esquerda da porta que dá para o depósito lacrado. Uma das filhas da família imperial (a quarta) postou-se de pé ao lado dela. Os dois serviçais ocuparam o canto esquerdo (a partir da entrada), junto à parede adjacente ao depósito.
A empregada segurava um travesseiro. As filhas também trouxeram pequenos travesseiros. Um dos pequenos travesseiros foi posto sobre o assento da cadeira de Sua Majestade, a czarina, e o outro sobre o assento da cadeira do herdeiro. Parecia que todos sabiam o que ia acontecer a eles, mas ninguém emitiu som algum. Simultaneamente, onze pessoas entraram na mesma sala. Iurovski, seu assistente, os dois membros da Comissão Extraordinária e sete soldados letões. Iurovski me mandou sair dizendo: 'Vá para a rua, veja se há alguém lá e se os tiros serão ouvidos.' Saí para o pátio fechado por uma cerca alta e ouvi o som de tiros antes de chegar à rua. Imediatamente, voltei à casa (só uns 2 ou 3 min haviam se passado) e, quando entrei na sala onde haviam ocorrido os tiros, vi todos os membros da família imperial – o czar, a czarina, as 4 filhas e o herdeiro – já caídos no chão com muitos ferimentos nos corpos. O sangue escorria em torrentes. O médico, a empregada e os serviçais também estavam mortos. Quando entrei na sala, o herdeiro ainda estava vivo – gemendo. Iurovski aproximou-se e atirou nele à queima roupa duas ou três vezes. O herdeiro ficou silencioso. A cena do assassinato, o cheiro e a vista do sangue deram-se vontade de vomitar. Antes do assassinato, Iurovski destribuiu revólveres Nagant a todos e me deu um, mas repito, não tomei parte no assassinato. Iurovski tinha uma Mauser, além de um Nagant.
Quando terminou o assassinato, Iurovski mandou-me buscar o destacamento para que fosse lavado o sangue da sala. (...) Trouxe de volta de 12 a 15 membros do destacamento (...) Os elementos que trouxe trataram primeiro de colocar os corpos dos mortos em um caminhão que havia sido trazido à entrada principal." (...)
– extraído da transcrição do depoimento do acusado, Pavel Medvedev, comandante da guarda na casa Ipatiev, 21-22 de fevereiro de 1919 –

(...) "O comandante, apressadamente, repetiu suas palavras e ordenou ao destacamento que se aprontasse. O destacamento recebera instruções antes sobre em quem atirar e ordens para apontar diretamente para o coração, a fim de evitar grande volume de sangue e acabar com eles mais rapidamente. Nicolau, mais uma vez virando-se para a família, nada mais disse; os outros soltaram algumas exclamações incoerentes; tudo isso durou alguns segundos. Começaram então os tiros; durante 2 ou 3 minutos. Nicolau foi morto no local pelo próprio comandante. Aleksandra morreu imediatamente depois disso e os outros Romanov (no total 12 pessoas foram mortas a tiros [na verdade foram 11 executadas]). Aleksei, três das irmãs, a dama de companhia e Botkin ainda estavam vivos. Tiveram que ser baleados novamente. Este fato surpreendeu o comandante, uma vez que haviam apontado para o coração. Era também surpreendente que as balas das pistolas tivessem ricocheteado em alguma coisa e saltado em volta da sala como se fossem granizo. Quando tentaram acabar com uma das moças usando baionetas, a baioneta não conseguiu perfurar o espartilho. Graças a tudo isso, todo o procedimento, incluindo a 'verificação' (tomada do pulso etc), levou cerca de 20 minutos. (...)
Por volta das 3 h da manhã, partimos para o local que Iermakov devia ter preparado (do outro lado da fábrica do Alto Isetsk). (...)
Descobrimos em seguida que Tatiana, Olga e Anastácia estavam usando um tipo de espartilho especial.. Foi resolvido despir os corpos, não ali, mas apenas no local do sepultamento. (...) Quando uma das moças estava sendo despida, notou-se que as balas haviam rasgado o espartilho em alguns lugares e diamantes podiam ser visto nos orifícios. (...) Aleksandra estava usando um cinto completo de pérolas, formado por várias voltas e costurado no tecido. Em volta do pescoço de cada moça, descobrimos, havia uma efígie de Rasputin com o texto de sua prece, costurado sob a forma de amuletos. Os diamantes foram imediatamente retirados. Eles (isto é, os objetos feitos de diamantes) pesavam cerca de 8 kg. Eles foram enterrados no porão de uma das pequenas casas da fábrica de Alapaevsk; em 1919, foram desenterrados e levados para Moscou." (...)
– nota de Iakov Iurovski sobre a execução da família imperial e o ocultamento dos cadáveres, 1920 –

(Origem: do livro 'A queda dos Romanov' – a história documentada do cativeiro e execução do último czar russo e sua família, de: Mark Steinberg e Vladimir Khrustalev)

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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