domingo, 1 de agosto de 2010

A quase Imperatriz Isabel I do Brasil



Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança nasceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846, filha de D. Pedro II e de D. Teresa Cristina. No ano seguinte morreria o primogênito da casa, D. Afonso, com apenas dois anos. D. Pedro Afonso, nascido em 1848, também não passou de dois anos. Um ano mais velha que a irmã, D. Leopoldina, Isabel passou a primeira da linha de sucessão e, já no dia 29 de julho de 1860 (ao completar 16 anos) prestava juramento no Senado como herdeira presuntiva da Coroa.




Estudos
Além do aprendizado normal das meninas:
  • piano,
  • pintura e
  • trabalhos femininos,

Isabel fez estudos gerais com vários mestres:
  • matemática,
  • geografia,
  • inglês,
  • alemão,
  • filosofia,
  • história da literatura,
  • música e
  • desenho,
sob a supervisão de um pedagogo e também do culto pai.


Casamento
As princesas Isabel e Leopoldina tiveram seus noivos escolhidos à mesma época, entre os primos Gaston d'Orleans, conde d'Eu, e Augusto de Saxe-Coburgo Gotha. D. Pedro queria o duque de Saxe como marido de Isabel, mas os pretendentes chegaram ao Rio e prevaleceu a preferência das próprias noivas, e a princesa Isabel casou-se com o conde d'Eu.

Depois do casamento, em 15 de outubro de 1864, o casal partiu em viagem de núpcias pela Europa, interrompida em janeiro de 1865 pelo início da Guerra do Paraguai. Homem de formação militar, o conde d'Eu decidiu voltar ao Brasil para participar dos combates.

No Rio, Isabel e Gaston moravam numa chácara em Laranjeiras, o Paço Isabel – poucos sabem, mas os renques de palmeiras imperiais da rua Paissandu foram plantados para balizar o caminho da princesa e do conde até a praia do Flamengo. O casal também costumava passar muito tempo na casa da princesa em Petrópolis. Inicialmente o casamento parecia estéril e o primogênito,
  • D. Pedro de Alcântara, só nasceu em 1875 (11 anos após o casamento),

seguido de mais 2 filhos:
  • D. Luis 1878,
  • D. Antônio 1881



Regência
A princesa exerceu a regência em três longos períodos, durante as viagens do pai:
  1. maio de 1871 a março de 1872 – governou com o ministério Rio Branco e assinou a Lei do Ventre Livre
  2. março de 1876 a setembro de 1877 – sob o ministério do duque de Caxias
  3. junho de 1887 a agosto 1888 – com os gabinetes do barão de Cotegipe e de João Alfredo, ela assinou em 13 de maio a lei nº 3.353, que abolia a escravatura




A Lei Áurea foi o grande momento da princesa Isabel, saudada por José do Patrocínio como "Redentora". Outro líder abolicionista, André Rebouças, passou a chamá-la de Isabel I, antevendo o seu reinado. Entre as várias homenagens que a princesa recebeu, vale destacar a proteção da "Guarda-Negra da Redentora", uma milícia integrada por libertos que se definia como "uma associação que se dedica de corpo e alma, e em todos os terrenos, na defesa do Reinado da Excelsa Senhora que os fez cidadãos".






Na história
O papel histórico da princesa tem sido motivo de controvérsias ao longo dos 120 anos transcorridos desde a Lei Áurea, oscilando desde o papel de mera coadjuvante de um movimento histórico irreversível ao de agente ativo na libertação dos escravos. Joaquim Nabuco escreveu em A minha formação que ela não hesitou diante das ameaças das classes proprietárias de aderirem à República, atendendo a uma voz interior que a mandava desempenhar a sua missão.

Uma nova luz foi lançada sobre a personalidade da princesa Isabel, com a divulgação de uma carta datada do Paço Isabel, 11 de agosto de 1889 ( 3 meses antes da Proclamação da República) e endereçada ao amigo Visconde de Santa Vitoria. Essa carta mostra uma princesa Isabel defensora da indenização dos ex-escravos, da reforma agrária e do sufrágio feminino. Escreve ela, a certa altura:
"Pois as mudancas que tenho em mente, como o senhor já sabe, vão além da libertação dos captivos. Quero agora dedicar-me a libertar as mulheres dos grilhões do captiveiro doméstico, e isto só será possível atravéz do Sufrágio Feminino! Si a mulher pode reinar também pode votar!"


Outra atitude importante da princesa para com a causa abolicionista foi o trabalho de arrecadação de fundos para a libertação de cativos e seu envolvimento com a campanha para o estabelecimento dos ex escravos em terras próprias, complementando à Abolição, que foi sepultado com o regime monárquico.

Morreu em Eu, na França em 14 de novembro de 1921 com 75 anos.


Fonte: a construção do Brasil - 2006

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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