

"Pedro se o Brasil se separar, antes que seja para ti, que hás de me respeitar, que para algum desses aventureiros."
A frase de D. João VI ao deixar o Brasil refletia o anseio de uma monarquia dual, e o reconhecimento da Independência previa um mesmo monarca para as duas Coroas. Em carta ao pai, a 22 de setembro de 1822, D. Pedro escrevia:
"Jazemos por muito tempo nas trevas, hoje vemos a luz. Triunfa e triunfará a Independência brasílica, ou a morte nos há de custar".
Ao mesmo tempo, enfatizava o respeito ao pai:
"Se vossa majestade cá estivesse seria respeitado e então veria que o povo brasileiro, sabendo prezar sua liberdade e independência, se empenha em respeitar a autoridade real. (...) Sou de Vossa Majestade, com todo o respeito, filho que muito o ama e súdito que muito o venera".
O líder maçom Gonçalves Ledo, numa sessão extraordinária do Grande Oriente do Brasil, lançou a ideia de organizar uma solenidade que marcasse a ruptura total com Portugal. Foi a aclamação de D. Pedro I, "pela graça dos povos e de Deus", no 24º aniversário do imperador.
Outro marco da consolidação do Império brasileiro seria a coroação de D. Pedro I. Ao escolher a data, ele enfatizou a continuidade da Casa de Bragança: a cerimônia ocorreu em 1º de dezembro, aniversário da revolução de 1640, que rompeu o domínio espanhol sobre Portugal e restaurou a independência lusa. A coroação mereceu um adereço emblemático do Império brasileiro, o pano de boca pintado por Jean-Baptiste Debret sob a orientação de José Bonifácio, celebrando a Constituição, a natureza pródiga e a mistura das raças num único povo e reforçando a ideia de construção de uma nova nação pela imagem dos elementos que a compunham.
Fonte: 'a construção do Brasil' nossa história - 2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário