O maior monarca absolutista da França. Famosa frase: "O Estado sou eu". Escolhe para emblema o sol – astro que dá vida a qualquer coisa, mas é também o símbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol sobre a corte, sobre os cortesãos e sobre a França. O 'deus sol'.
Coroação e sagração de Luís ocorreram em 1654, na Catedral de Reims, como de costume, cujo arcebispo detinha o direito de coroar o novo rei. A cerimônia incluía um juramento prestado pelo rei, prometendo conservar os privilégios de seus súditos. Pergunta-se à congregação se aceitava ou não Luís como rei. Seguiam-se a benção dos emblemas reais, entre os quais:
- "espada de Carlos Magno",
- esporas e
- o anel "a aliança com que o dito Senhor esposa o Reino"
A seguir vem o momento da
sagração, o corpo do rei é ungido com o crisma – santo óleo da âmbula sagrada, um frasco que se dizia ter sido trazido do paraíso por uma pomba quando
Clóvis, o primeiro rei cristão da França, foi batizado por São Rémy. O bispo coloca o cetro na mão direita do rei, na esquerda põe a "mão da justiça" e na cabeça a "coroa de Carlos Magno". Segue-se a homenagem da alta nobreza do reino e a revoada de um bando de pássaros no ar.
Mazarin foi a figura de proa no governo entre 1643 a 1661. Deu a Luís sua educação política. Foi também um eminente protetor das artes, grande amante de ópera. Após a morte do cardeal Mazarin, em março de 1661, Luís declarou sua intenção de governar sem primeiro-ministro. Queria exercer "poder absoluto", não significa que governasse sem orientação ou auxílio, entre seus auxiliares, a figura mais importante foi Colbert, que estivera a serviço de Mazarin.
Os mais importantes projetos artísticos da década foram, a reconstrução do Louvre e de Versalhes.
- O Louvre – era um palácio medieval reconstruído no estilo renascentista durante o reinado de Francisco I. Era um palácio acanhado demais para as demais necessidades de uma corte do século XVII, e o incêndio que destruiu parte dele em 1662 pôs sua reconstrução como ponto prioritário na agenda.
- Versalhes – o rei tinha voltado sua atenção para ele, que se resumia a um pequeno castelo construído para Luis XIII em 1624. Um lugar perfeito para Luis encontrar com sua amante, Mlle de La Vallière em relativa privacidade.
Guerras
Após a ofensiva diplomática dos anos 1662-1664. Suas primeiras guerras foram bem-sucedidas:
- Guerra da Devolução 1667-1668 – travada para impor aos Países Baixos espanhóis o domínio que Luis arrogava depois da morte, em 1665, de Filipe IV, pai de sua esposa. Luis comandou pessoalmente suas tropas. A partir dessas vitórias, o rei passou a ser chamado de "Luis, o Grande"
- Guerra Holandesa 1672-1678 – foi a insolência dos holandeses que provocou o rei, quando se aliaram aos inimigos da França, oprimiram os católicos, competiram com o comércio francês. Luís decidiu punir os holandeses e assumiu pessoalmente o comando da campanha.
CorteOs atos de levantar de manhã e ir para cama de noite foram transformados nas cerimônias do lever e do coucher – sendo a primeira dividida em duas etapas: o petit lever, menos formal e o grand lever, mais formal. As refeições do rei também foram ritualizadas, o grand couvert ou o petit couvert. Era uma honra ser autorizado a ver o rei comer, honra maior receber uma palavra sua durante a refeição, honra suprema ser convidado a servi-lo ou a comer com ele.
Era uma ofensa dar as costas ao retrato do rei, entrar em seu quarto de dormir vazio sem fazer genuflexão ou conservar o chapéu na sala em que a mesa estava posta para o seu jantar.
A imagem de Luís
Havia incômodas discrepâncias entre a imagem oficial do rei e a realidade cotidiana tal como percebida por seus contenporâneos, mesmo simpatizantes. Luís não era um homem alto, media cerca de 1.65 m, era camuflada de vários modos. Peruca e saltos altos ajudavam a tornar Luís mais imponente. A peruca disfarçava de que o rei perdera cabelo durante uma doença, lançou essa moda que prolongou-se por 150 anos.
Amantes – Luis XIV teve três amantes em título: Louise de La Vallière, Madame de Montespan e Madame de Maintenon (que foi secretamente esposa do rei após a morte da rainha. O casamento aconteceu em 9 ou 10 de Outubro de 1683, na presença de Père de La Chaise que deu a bênção nupicial).
*Amantes e favoritas*
- Louise Françoise de La Baume Le Blanc, duquesa de La Vallière e de Vaujours
- Françoise-Athénaïs de Rochechouart de Mortemart, Marquesa de Montespan
- Bonne de Pons, Marquise d'Heudicourt
- Françoise d'Aubigné, Marquesa de Maintenon, viúva do poeta Scarron. Após a morte da rainha o rei desposou-a
- Marie Mancini, sobrinha do cardeal Mazarin
- Olympe Mancini, Condessa de Soissons, Sobrinha do cardeal Mazarin
- Hortense Mancini, sobrinha do cardeal Mazarin
- Louise de Nesles, Condessa de Mailly
- Lucie de La Motte-Argencourt
- Isabelle de Ludres
- Anne Julie de Rohan-Chabot, princesa de Soubise
- Mademoiselle de Thianges
- Lydie de Rochefort-Théobon
- Marie Angélique de Scoraille de Roussille, Marquesa e depois Duquesa de Fontanges
- Henriqueta Ana Stuart, sua cunhada e Duquesa de Orleáns
- Claude de Vin des Œillets, Mademoiselle des Œillets
- Catherine Charlotte de Gramont, Princesa de Mônaco
Descendência• Luís, o grande delfim de França (1 de Novembro de 1661 - 14 de Abril de 1711) casou com Maria Ana da Baviera, Princesa da Baviera(17 de Novembro de 1660 - 20 de Abril de 1690) no ano de 1680.
• Ana Isabel de França, Princesa de França (18 de Novembro de 1662 – 30 de dezembro de 1662)
• Maria Ana de França, Princesa de França (16 de novembro de 1664 – 23 de dezembro de 1664)
• Maria Teresa de França, Princesa de França(2 de janeiro de 1667 - 1 de março de 1672)
• Felipe Carlos de França, Duque de Anjou (5 de agosto de 1668 - 10 de julho de 1671)
• Luís Francisco de Bourbon,Duque de Anjou (14 de junho de 1672 – 4 de novembro de 1672)
Sucedido por seu bisneto, Luís XV – neto de seu filho Luís o grande delfim.
Origem: 'A Fabricação do Rei' de Peter Burke e Wikipédia