domingo, 18 de julho de 2010

Casa de Bonecas da rainha Mary

Uma obra de arte suprema


Idealizada para ser um presente da nação à Rainha Mary, avó da Rainha Elizabeth II, foi ao mesmo tempo um marco histórico das casas inglesas do começo do século passado. Esta magnífica casa de bonecas está permanentemente exposta no Castelo de Windsor, na Inglaterra. Ela está longe de ser considerada um brinquedo de luxo. Na realidade, tem a precisa finalidade de demonstrar o melhor das artes, cultura, artesanato e produtos ingleses em uma única estrutura para apreciação pública.

A Rainha Mary era conhecida por ser uma grande colecionadora de objetos em miniatura incluindo pequenas peças Fabergé, móveis em miniatura e outros exemplares de “mini arte”.

A casa de bonecas teria o estilo de uma tradicional Casa da Sociedade Inglesa dos anos de 1920. O objetivo maior era apresentar um modelo de casa do começo do século XX contendo os mais finos detalhes, das provisões da cozinha até o papel higiênico dos banheiros.

A casa era uma completa estrutura com vários planos, andares e desníveis, exatamente como um modelo real. Uma vez que a estrutura foi finalizada, ficou acomodada no escritório de Lutyens (o arquiteto) em Delhi onde os artistas começaram a pintar os tetos enquanto os artesãos e os decoradores começaram o trabalho no interior.

Mais de 40 quartos foram planejados, pensando em todas as dependências necessárias em uma casa da época. Para os “proprietários da casa” havia:
  • uma sala de jantar exclusiva;
  • um quarto de repouso e descanso;
  • uma biblioteca;
  • um salão de entrada imponente;
  • suites privativas com quarto, banheiro e closet; e
  • um “quarto-forte” para artigos de valor tais como coroas e jóias.
Até a ala doméstica foi muito bem estruturada, com cozinha, quarto de passar, lavanderia, despensa e os dormitórios dos empregados. Toda a cozinha era equipada com os eletrodomésticos da época.

A Casa de Bonecas da Rainha Mary apresenta algumas curiosidades incríveis para um projeto em miniatura, tais como:
  • dois elevadores automáticos (um para passageiros e outro para mercadorias) que param a cada andar,
  • sistema hidráulico perfeito, com água corrente (quente e fria) nas torneiras e vasos sanitários funcionais nos 5 banheiros da casa,
  • luz elétrica em todos os aposentos,
  • o gramofone foi desenhado para funcionar.

Uma vez terminada a estrutura e os adereços arquitetônicos, a casa foi levada para a própria residência de Sir Lutyens em Mansfield Street, já em Londres, onde ficou por dois anos até ficarem prontos todos os móveis e acessórios. Nesta fase, a própria Rainha Mary já demonstrava um enorme interesse e curiosidade pela Casa e visitava frequentemente o estúdio do arquiteto, e consta que em uma destas visitas ela ficou mais de quatro horas apreciando e brincando com tudo.

São os elaborados detalhes da mobília que fazem desta casa um feito único. Nenhum utensílio ou peça de decoração foi considerado pequeno demais para se ser reproduzido: ornamentos, espelhos, equipamentos de cozinha, “salvador-de-gelo” (um dos primórdios da geladeira), ferros de passar, guardanapos, álbum de selos, tapeçarias, gramofone, pinturas à óleo, os tronos do Rei e da Rainha e até um caracol minúsculo descansando no jardim foram incluídos. Aproximadamente foram envolvidos 1.500 artesãos, artistas, marcineiros e autores, que generosamente doaram seu próprio tempo e materiais.

No quarto de passar roupa há um mecanismo de varais que elevam a roupa ao nível do teto para a secagem e a despensa abriga jogos de porcelana chinesa. Os livros na biblioteca são reais, feitos por mais de 170 autores. Duas largas estantes de nogueira se encontram na biblioteca guardando mais de 700 desenhos e aquarelas feitos por artistas da época. A cama do século XVIII no quarto do Rei é um belo exemplar em dossel bordada com materiais feitos na Royal School of Needlework.

O hall de entrada é todo em mármore, seja nos pavimentos como nas paredes, criando a perfeita atmosfera de um castelo. A incrível escadaria de mármore nos dá a dica da opulência e perfeição do trabalho dos artesãos que decoraram esta obra-prima. Os candelabros e o relógio de carrilhão funcionam e as pinturas foram feitas por famosos artistas locais. O teto foi todo revestido em folhas de ouro e com detalhes entalhados a mão. Armaduras de Cavaleiros Medievais guardam a entrada cujo chão é todo em padrão xadrez imitando um mármore em tons azul e branco. Um dos quadros que mais chama a atenção é uma pintura do Castelo de Windsor.

Já a Suite da Rainha foi projetada com todo o luxo e opulência que cabe a uma Casa Real, em belos tons de bege e gelo. A peça principal do dormitório é uma esplêndida cama de dossel e juntamente com os outros móveis foram produzidos por famosos artesãos da época. Outro ponto da decoração que nos chama a atenção é a lareira e seus adornos característicos, muito comuns da época vitoriana nos quartos das ricas casas da alta sociedade. As paredes são cobertas com seda indiana e os tapetes são de pura lã, feitos à mão sob encomenda por artesãos miniaturistas.

Outro ambiente marcante da Casa de Bonecas da Rainha Mary é a sala-biblioteca. Este aposento possue muitas peças que são reproduções exatas e que podem ser vistas em tamanho natural no próprio Castelo de Windsor. Os livros feitos na escala são perfeitos e neles podemos encontrar, em letras minúsculas, as mais belas prosas escritas na época. Nas paredes, retratos a óleo da Rainha Elizabeth I e do Rei Henry VIII enfeitam os painéis de nogueira italiana. Nas laterais da biblioteca existem três majestosas colunas, próximas às quais um belíssimo globo do mundo para que o Rei pudesse manter um dedo sobre todo o vasto Império Britânico e um modelo em miniatura de seu iate, o Royal George. Há uma lareira feita em lapis-lazuli, uma pedra semi-preciosa adornada com belos objetos decorativos e estima-se que existam 200 livros encadernados em legítimo couro com os títulos em ouro nas prateleiras das estantes. Na escrivaninha podem ser vistos vários escaninhos com cartas e memorandos endereçados ao Rei de vários departamentos do governo britânico. E como a biblioteca guarda tão preciosos tesouros do Reino, ela possui até um sistema de alarme em caso de fogo ou roubo. Há também um cofre com fechadura e chave para as jóias da coroa. Os tapetes da biblioteca são persas e as pinturas no teto foram feitas a mão. O lustre também é uma reprodução do estilo imponente da decoração e da iluminação da época.

Outro aposento sempre presente nas casas inglesas da época é o quarto de crianças. Podemos observar nestes diminutos quartos de brincar algumas menções ao lado lúdico da vida das crianças, sempre acompanhadas de babás e tutores. Podemos ver como eram os brinquedos das crianças: carrinhos de madeira, casas de bonecas, etc. Mas apesar de ser um quarto destinado ao dia-a-dia de meninos e meninas, mesmo assim continuavam a respeitar os mais rígidos padrões de decoração e mobiliário.

Passando para outra parte da casa, a cozinha não apresenta a mesma elegância do resto da casa, provavelmente porque na época era um ambiente destinado somente aos serviçais. Os utensílios encontrados são da época, como um passador de verduras ou um triturador de carne. O forno conserva características de tempos mais remotos, sendo de funcionamento a carvão, pois eles acreditavam que o gás alterava o sabor dos alimentos. O mobiliário da cozinha vitoriana constituia-se em uma grande mesa central para o preparo das refeições e grandes e pesados armários que guardavam panelas e utensílios.

Todo o exterior da casa é em estilo renascentista com muitos adereços adaptados das antigas construções romanas. A fachada dos andares superiores tem clássicas colunas emoldurando altas janelas que se abrem em pequenos balcões. E na fachada no andar térreo existem 5 portas em arco.

De um dos lados da casa existe um belo jardim e do outro lado existe uma garagem que hospeda os carros reais. Existem réplicas perfeitas de dois modelos Lanchester, de um Vauxhall, um Rolls-Royce, um Sunbeam, dois Daimlers e também uma enorme motocicleta do tipo side-car. Na garagem há também uma bomba de gasolina e várias ferramentas usadas para o conserto e manutenção de veículos.

Sobre a Casa da Rainha Mary foram escritos dois livros contando a história e mostrando todos os detalhes. Neles, A.C. Benson resume em um parágrafo, toda a importância desta obra de arte: ”Se nós pensássemos que a Casa da Rainha Mary durasse digamos 200 anos, ela seria um modelo de convivência e beleza da época... quem a visse iria olhar atônito para ela e pensar como a sociedade podia cogitar em viver de maneira tão sofisticada e requintada... e ao mesmo tempo terão oportunidade de observar tão importante documento histórico”.


Fonte : Mini Brasil e BonecaseBonecas

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Castelo de Windsor - Inglaterra

O Castelo de Windsor localiza-se na cidade de Windsor, condado de Berkshire, na Inglaterra. Com a função de Palácio Real, juntamente com o Palácio de Buckingham em Londres e o Palácio de Holyrood em Edimburgo, é uma das principais residências da monarquia britânica, que nele passa a maior parte dos finais de semana, a Páscoa e a chamada semana de "Ascot Real" (em junho), no Circuito de Corridas de Ascot, nas suas proximidades. É o maior castelo ocupado do mundo.


Entre as suas principais atrações, destacam-se a coleção de armaria e a Casa de Bonecas da Rainha Maria. Na parte baixa encontra-se a Capela de São Jorge, enquanto que na parte alta encontram-se os aposentos reais e a grande Sala de Estado (como o Salão de São Jorge, cujo teto é decorado com os brasões de armas da liga dos cavaleiros). As duas partes são separadas pela Torre Redonda, um resquício do primitivo castelo de Guilherme, o Conquistador.

A maior parte dos Reis e Rainhas da Inglaterra tiveram uma influência direta na construção e evolução do castelo, o qual tem sido a sua fortaleza de guarnição, residência, palácio oficial e, por vezes, a sua prisão. A história do castelo e a da monarquia britânica estão inextrincavelmente ligadas. Cronologicamente a história do castelo pode ser traçada a partir dos reinados dos morarcas que o têm ocupado. Nas épocas de paz, o castelo tem sido expandido pela adição de grandes apartamentos; nos momentos de guerra, o castelo foi fortificado mais pesadamente. Este padrão tem sido continuado até ao presente.


História
O Castelo de Windsor foi originalmente construído por Guilherme, o Conquistador, que reinou desde 1066 até à sua morte em 1087. O seu castelo de material original erguia-se no local da atual Torre Redonda. Este castelo formava parte do anel de castelos defensivos em volta de Londres. O local foi escolhido, em parte, devido à sua posição facilmente defensável.

No início do seu reinado, tomou posse de um solar, na localização da atual Old Windsor (Velha Windor), provavelmente uma residência Real anglo-saxônica. Pouco tempo depois, entre 1070 e 1086, arrendou o local ao Solar de Clewer e construiu o primeiro castelo de muralha e fosso. O fosso tinha 50 pés de altura e era escavado no pé da trincheira circundante, tornando-se, assim, no próprio fosso.

Nesta época, o castelo era defendido por uma paliçada de madeira, no lugar da atual grossa muralha de pedra. O plano do castelo de Guilherme é desconhecido, mas este era simplesmente uma base militar, e nenhuma das estruturas deste período inicial sobreviveu. Desde esta época, o castelo permaneceu sempre em uso contínuo, tendo sido sujeito a numerosas ampliações e melhoramentos.

Pensa-se que o sucessor de Guilherme I, Guilherme II, melhorou e alargou a estrutura, mas foi o filho mais novo do Conquistador, Henrique I, o primeiro soberano a viver no seu interior. Preocupado com a sua própria segurança devido à instabilidade do reino, este tomou residência no castelo e celebrou ali o Pentecostes em 1110. O seu casamento com Adeliza de Louvain, a filha de Godfrey I de Leuven, Duque da Baixa Lotaríngia, teve lugar no castelo em 1121.

O mais antigo dos edifícios sobreviventes em Windsor data do reinado de Henrique II, o qual subiu ao trono em 1154. Este monarca substituiu a paliçada de madeira que circundava a antiga fortaleza por uma muralha de pedra, intercalada com torres quadradas; uma parte, muito alterada, deste muro defensivo pode ser vista no que é, atualmente, o terraço Este. Henrique II também construiu o primeiro forte de pedra (A Torre Redonda), no monte irregular do centro do castelo.

Em 1189, o castelo foi cercado durante a Primeira Guerra dos Barões contra o Principe João. As tropas do Rei de Gales (pouco mais que mercenários privados) tomaram-no de assalto, e o Príncipe teve que fugir para França. Mais tarde, em 1215, em Runnymede, próximo do castelo, o Príncipe, agora Rei João I de Inglaterra, foi forçado a assinar a Magna Carta. Em 1216, ainda no contexto da Primeira Guerra dos Barões, o castelo foi novamente cercado, mas desta vez conseguiu resistir, apesar dos severos danos sofridos na estrutura da parte baixa.

Estes danos foram imediatamente reparados, ainda no ano de 1216, pelo sucessor do Rei João, Henrique III, que viria a reforçar as defesas com a construção do pano de muralhas do Oeste, muito do qual ainda sobrevive atualmente. Entre as partes mais antigas do castelo, que ainda se mantêm, encontra-se a Torre do Recolher, construída em 1227. O interior da torre contém a antiga prisão do castelo, e também os restos de um portão duplo, uma saída secreta para os ocupantes em épocas de cerco. O piso superior contém os sinos do castelo, colocados ali em 1478, e o relógio do castelo, datado de 1689. O telhado cônico, em estilo francês, é uma adição do século XIX. Henrique III morreu em 1272 e aparentemente terão ocorrido poucas construções no castelo até ao reinado de Eduardo III (1327–1377).

O Rei Eduardo III nasceu no Castelo de Windsor no dia 13 de novembro de 1312, e foi frequentemente referenciado como "Eduardo de Windsor". Este monarca iniciou, em 1350, um longo programa de reconstruções, que duraria vinte e quatro anos, o qual passou pela demolição do castelo existente, com exceção da Torre do Recolher e algumas peças exteriores de menor importância. O forte de Henrique II (a Torre Redonda) foi substituido pelo presente forte, embora só tenha atingido a sua altura definitiva no século XIX. As fortificações também viriam a ser aumentadas. A capela do castelo foi substancialmente ampliada, mas os planos para a construção de uma nova igreja não foram executados, provavelmente devido à escassez de mão-de-obra e de recursos na sequência da Peste Negra. Deste periodo encontramos ainda o Portão Normando. Este largo e imponente portão aos pés da Torre Redonda é o último bastião de defesa antes da parte alta, onde estão situados os Apartamentos Reais.

Em 1348, Eduardo III estabeleceu a Ordem da Jarreteira, cuja cerimônia anual ainda tem lugar na Capela de St. George, a principal capela do castelo. Entre 1353 e 1354, fez construir o Pórtico da Sala do Tesouro. Em 1390, durante o reinado de Ricardo II, descobriu-se que a capela de St George estava próxima do colapso, tendo sido levado a cabo um processo de restauro.
Eduardo IV (1461–1483), o primeiro Rei da Casa de York, iniciou a construção da presente Capela de St. George. Na realidade, este novo templo, iniciado em 1475, é mais uma catedral em miniatura e um mausoléu Real que uma capela propriamente dita. Durante o reinado de Henrique VII, uma parte da capela original foi demolida para dar lugar à Capela da Virgem, a qual o Rei viria a abandonar. Este edifício foi, realmente, uma das primeiras grandes peças de arquitetura construidas dentro do limite do castelo.

A construção da capela marca um ponto de viragem na arquitetura do castelo. O clima político mais estável, que sucedeu ao final da Guerra das Rosas, resultou numa tendência para a construção futura de edifícios com maior preocupação no conforto e estilo que na fortificação. Nesta via, o papel do castelo alterou-se de bastião Real para Palácio Real. Um exemplo disto é o Claustro em Ferradura, datado de 1480, construido próximo da capela para albergar os seus sacerdotes. Costuma dizer-se que este edifício curvo em tijolo tem a forma de uma ferradura: um dos emblemas usados por Eduardo IV. O edifício sofreu pesadas obras de restauro em 1871, tendo restado poucos dos materiais originais.

– de fortaleza a palácio
Eduardo III de Inglaterra foi o monarca que iniciou a transformação do castelo, de fortaleza para uma confortável residência, quando comparado com o Palácio de Whitehall e o Palácio de Nonsuch, Windsor permanecia uma lúgubre residência. Henrique VIII (que reinou entre 1509 e 1547) reconstruiu a portaria principal do castelo cerca de 1510, situando-a num local que, mesmo que a portaria caísse no ataque, a futura invasão envolveria uma penosa batalha. O Brasão por cima do arco e da portcullis (porta corrediça na entrada de um castelo) carrega o emblema com a romã da primeira rainha deste monarca, Catarina de Aragão.

O sucessor e filho de Henrique VIII, o jovem Rei Eduardo VI (que reinou entre 1547 e 1553), escreveu enquanto estava no castelo: "Penso que estou numa prisão, aqui não existem galerias, nem jardins onde caminhar".

A irmã de Eduardo VI, a Rainha Elisabete I (que reinou de 1558 a 1603) passou muito do seu tempo em Windsor e considerou-o o lugar mais seguro do seu reino, retirando-se para lá nos momentos de ansiedade. Embora o castelo ainda tinha muito de fortaleza, esta rainha também contribuiu muito para a sua transformação, construindo o terraço Norte como local para exercício e, fora deste, uma galeria coberta, um exemplo muito inicial do que mais tarde seria conhecido como Estufa. Este edifício sobreviveu relativamente inalterado, acolhendo atualmente a Biblioteca Real. Ainda contém uma enorme lareira ao Estilo Tudor.

– guerra civil
Elisabete I foi sucedida por Jaime I, e este, pelo seu filho Carlos I. Nenhum destes últimos monarcas fez alterações significativas ao castelo. De qualquer forma, após a deposição de Carlos I na sequência da Guerra Civil Inglesa, o castelo tornou-se o quartel general da New Model Army de Oliver Cromwell. O Castelo de Windsor foi tomado pelos Parlamentaristas de Cromwell no início das hostilidades, devido à perspicácia do Coronel John Venn. O Principe Rupert de Rhine chegou alguns dias depois para retomar a cidade e o castelo, mas apesar de ter destruido severamente a cidade, foi incapaz de retomar o castelo. Venn permaneceu governador do castelo até 1645.

Durante o periodo de duração da Commonwealth de Inglaterra, o castelo permaneceu com as funções de quartel general e de prisão para os Realistas mais importantes que iam sendo capturados. Durante um curto período antes da sua execução, em 1649, Carlos I foi aprisionado em Windsor. Depois da execução Real, a Bretanha foi governada por Cromwell até à restauração da monarquia em 1660. O corpo de Cralos foi contrabandeado de voltra para o castelo no escuro da noite através duma tempestade de neve para ser enterrado sem cerimônia na catacumba por baixo do coro da capela de St George, próximo dos sepúlcros de Henrique VIII e da sua esposa Jane Seymour.

– restauração
A Restauração da Monarquia em 1660 resultou num primeiro período de mundanças significativas para o Castelo de Windsor em muitos anos. Carlos II fez muito para restaurar e remobiliar o castelo dos danos sofridos durante a guerra civil. Nessa época o Palácio de Versailles estava sendo construído na França, e com isso em mente, Carlos II mandou construir a avenida conhecida por Longo Passeio. Estendendo-se para Sul do castelo, esta avenida tem um comprimento de três milhas e 240 pés de largura. O Longo Passeio não foi a única parte de Windsor inspirada em Versailles. Carlos II encomendou ao arquitecto Hugh May a reconstrução dos Apartamentos Reais e da Galeria de St George. May substituiu os originais apartamentos Plantagenetas do terraço Norte pelo cúbico Edifício Estrela. O Rei também adquiriu tapeçarias e pinturas para adornar as salas. Estas obras de arte tornar-se-iam o núcelo da futura Royal Collection.

Três destas salas permaneceram relativamente inalteradas:
  1. a Câmara de Presença da Rainha,
  2. a Câmara de Audiência da Rainha, ambos desenhados para a esposa de Carlos II, Catarina de Bragança,
  3. a Sala de Jantar do Rei.
Originalmente existiam no castelo vinte salas neste estilo. Alguns dos entalhes de Gibbons foram resgatados em vários momentos, quando foram feitas alterações em nome de mudanças ou restauros, e no século XIX foram incorporados em temas da nova decoração de interiores da Sala do Trono e do Gabinete de Waterloo .

– séculos XVIII e XIX
Depois da morte de Carlos II, em 1685, o castelo caiu lentamente num estado de negligência. É desnecessário dizer, que enquanto o recinto e o parque permaneceram como um complexo de mansões Reais desabitadas, os soberanos preferiram residir noutros locais. Durante o reinado de Guilherme e Maria (1689–1702), o Hampton Court Palace foi ampliado e transformado num palácio moderno gigantesco. Mais tarde, a rainha Ana preferiu viver numa pequena casa junto às muralhas do castelo. Foi somente em 1804 – quando Jorge III, pai de 13 filhos, a necessitar de uma residência maior que poderia ser encontrada em qualquer sítio – que o castelo foi uma vez mais totalmente habitado. Os trabalhos de Carlos II haviam sido realizados num estilo mais clásico, de acordo com o estilo arquitetônico popular na época. Inigo Jones introduziu o Palladianismo em Inglaterra durante o reinado de Carlos I; Jorge III achou que este estilo não estava de acordo com um antigo castelo e, por isso, fez redesenhar muitas das janelas de Carlos II dando-lhes um arco apontado Neogótico, começando o castelo a readquirir a sua original aparência medieval. Durante este periodo, o Castelo de Windsor tornou-se uma vez mais um espaço de confinamento Real. Em 1811 o Rei Jorge III ficou permanentemente demente e foi confinado ao castelo para sua própria segurança. Durante os últimos nove anos da sua vida raramente deixou os seus apartamentos de Windsor.

Foi durante o reinado de Jorge IV, ao longo da década de 1820, que o castelo foi submetido à maior transformação isolada da sua história. Jorge IV, conhecido pelas suas construções extravagantes levadas a cabo durante a sua regência, persuadiu o Parlamento do Reino Unido a votar favoravelmente uma quantia de 300.000 libras para obras de restauro, e os trabalhos começaram em 1824.

A obra demorou 12 anos a concluir e incluiu uma remodelação completa:
  • da parte alta,
  • apartamentos privados,
  • Torre Redonda, e
  • a fachada exterior da Ala Sul o que deu à fachada do castelo uma aparência quase simétrica quando vista do Longo Passeio.


– era vitoriana
A Rainha Vitória e o Principe Alberto fizeram do castelo de Windsor a sua principal residência Real. A maior parte das suas alterações incidiram sobre os parques em vez dos edifícios. Em particular, o Ato das Aproximações do Castelo e Cidade de Windsor, que passou pelo Parlamento em 1848, permitiu o encerramento e reordenamento das estradas velhas que anteriormente corriam no interior do parque, de Windsor para Datchet e Old Windsor. Estas alterações permitiram à Família Real encerrar uma larga área do parque formando assim o privado "Home Park", sem estradas públicas a passarem através dele.

A Rainha Vitória recolheu ao Castelo de Windsor na sequência do falecimento do se marido em 1861, que morreu, de fato, no castelo. Alberto foi sepultado num mausoléu construido em Frogmore, no interior do "Home Park" do Castelo (mais tarde Vitória seria sepultada a seu lado).

Desde a morte de Alberto em 1861, até à sua própria morte em 1901, o Castelo de Windsor foi a residência principal da Rainha Vitória, tendo esta raramente voltado ao Palácio de Buckingham depois disso. As salas do Príncipe Alberto foram deixadas exatamente como estavam no momento da sua morte, e embora se tenha estabelecido no castelo um certo ar de melancolia atá ao fim do século XIX, isso não impediu que tivessem lugar melhorias e restauros. Em 1866, Anthony Salvin criou a Grande Escadaria nos Apartamentos de Estado. Esta grande escadaria de pedra em estilo gótico eleva-se a uma galeria com altura de dois pisos, iluminada por uma torre da lanterna abobadada. A galeria é decorada com armas e armaduras, incluindo o conjunto das armaduras usadas pelo Rei Henrique VIII, feitas em 1540. O topo das escadas está flanqueado por esculturas equestres em tamanho real, montadas por cavaleiros em armadura. Este tema de decoração continua na Câmara da Guarda da Rainha e no Grande Vestíbulo.

– século XX e XXI
Depois da subida ao trono do Rei Eduardo VII, em 1901, o castelo permaneceu vazio por longos periodos. O novo Rei preferia outras das suas residências. Eduardo VII visitava o Castelo de Windsor durante a semana das Corridas de Ascot e na Páscoa. Uma das poucas alterações que este monarca fez foi o campo de golfe do castelo.

O sucessor de Eduardo VII, Jorge V, que reinou desde 1910 até à sua morte em 1936, também preferia os seus outros palácios rurais. De qualquer forma, a sua esposa Maria de Teck foi uma grande conhecedora de artes. Esta Rainha não se limitou a procurar e readquirir elementos do mobiliário do castelo há muito tempo dispersos, mas também adquiriu muitas obras de arte e peças de mobiliário novas para mobiliar as salas de estado. Também fez um re-arranjo da forma como o castelo estava organizado, abandonando a ideia barroca de um largo conjunto de salas reservada somente para hóspedes importantes, no primeiro andar. Foram instalados novos e mais confortáveis quartos, com modernas casas de banho, nos pisos superiores do castelo, permitido que as antigas salas de estado fossem usadas para entretenimento e para funções da Corte. O quarto de estado foi mantido, mas como curiosidade histórica. Não voltou a ser usado como quarto a partir de 1909.

Durante a Primeira Guerra Mundial, quando os membros da Família Real Britânica sentiram a necessidade de mudar o seu nome dinástico do alemão "Saxe-Coburgo-Gota", tomaram o seu novo nome deste castelo, tornando-se a "Casa de Windsor".

A Rainha Maria de Teck era uma apaixonada pelas miniaturas, e criou uma grande Casa de Boneca, baseada numa grande mansão aristocrática. As suas mobílias e pinturas foram criadas pelos grandes artesãos e desenhistas da década de 1930. A Casa de Bonecas é, atualmente, uma das muitas atrações turísticas do castelo.

Jorge VI subiu ao trono em 1936 depois da abdicação do seu irmão, Eduardo VIII; no dia 11 de dezembro, o discurso de abdicação de Eduardo VIII foi transmitido a partir do castelo para todo o Império Britânico, mas este monarca preferiu, durante o seu curto reinado, viver na sua residência do Forte Belvedere no Grande Parque de Windsor. Jorge VI (e a sua esposa Elizabeth Bowes-Lyon) preferiram a sua residência original em Windsor, o Royal Lodge. No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o castelo resumiu o seu papel a fortaleza Real, tendo os Reis, acompanhados pelas suas filhas, a Princesa Elisabete (futura Rainha Elisabete II) e a Princesa Margarida, viveram, para sua segurança, no castelo de Windsor. O Rei e a Rainha deslocavam-se diariamente a Londres, regressando a Windsor para dormir, na época, um segredo bem guardado, pois tanto por qustões de propaganda como por propósitos morais foi reportado que o Rei continuava a residir o tempo inteiro no Palácio de Buckingham. Depois do fim das hostilidades, em 1945, a Família Real deixou o Castelo de Windsor e voltou para a Royal Lodge.

A Rainha Elisabete II decidiu em 1952 (o ano em que subiu ao trono) fazer de Windsor o seu principal refúgio de fim-de-semana. Os apartamentos privados, os quais não tinham voltado a ser propriamente ocupados desde a época da Rainha Maria de Teck, foram renovados e modernizados, tendo a Rainha, o Príncipe Filipe e os (então) dois filhos instalado residência nesta área. Esta organização permaneceu até à atualidade.

No dia 20 de novembro de 1992 houve um incêndio no castelo, o qual começou na capela privada da Rainha e rapidamente se propagou. Este incêndio deflagrou durante quinze horas tendo destruido nove das principais salas de estado e danificou severamente outras cem — por toda a parte alta. Um quinto do piso do castelo ficou danificado — uma área de 9.000 metros quadrados. O restauro foi um sucesso, tendo seguido fielmente a planta e as decorações originais, ao ponto de as distinções entre o novo e o velho ser difícil de detectar. Estas renovações incluém a nova Capela Privada, o novo Saguão da Lanterna e o novo teto da Galeria de St George. O último foi feito em carvalho verde, uma técnica usada nos tempos medievais. De qualquer forma, o que fica menos evidente é que os trabalhos de restauro resultaram em melhorias significativas, particularmente no arranjo das salas públicas e nos quarteirões de serviço.

Nos últimos anos, a Rainha tem usado cada vez mais o castelo tanto como palácio Real como residência de fim-de-semana. Tem sido usado tão frequentemente para banquetes de estado e entretenimentos oficiais como o Palácio de Buckingham.

Durante o periodo de posse da rainha Elisabete II muito tem sido feito, não só no restauro e manutenção da fábrica do edifício, mas também na transformação do castelo numa importante atração turística da Inglaterra. Em 1994, foi descoberto petróleo nos campos do castelo, e a Rainha garantiu a permissão de pesquisas para testar as reservas, que os peritos prevêm valer mais de 1 bilião de dólares americanos. Quaisquer resultados positivos seriam divididos entre a companhia petrolífera e o estado.

– principais eventos
Entre os eventos expressivos que ocorreram nas dependências do Castelo, destacam-se:
  • o casamento de Henrique I e sua segunda esposa, Adeliza (1121)
  • o nascimento do Rei Eduardo III (1312)
  • o casamento de Eduardo, o Príncipe Negro e Joana de Kent (1361)
  • o sepultamento do Rei Eduardo IV (1483)
  • o casamento do futuro Rei Eduardo VII e Alexandra da Dinamarca (1863)
  • o casamento do Príncipe Edward e Sophie Rhys-Jones (1999)
  • o aniversário de 21 anos do Príncipe William de Gales (2003)


Arredores
– Esquema
Ao longo dos seus 1000 anos de história, o desenho do Castelo de Windsor tem mudado e evoluido de acordo com os tempos, gostos, requisitos e finanças de sucessivos monarcas. No entanto, as posições dos principais elementos têm permanecido fixas. O castelo atual, permanece centrado no monte ou colina artificial na qual Guilherme, o Conquistador construiu o primeiro castelo de madeira.

O mais visível ponto de referência do castelo, a Torre Redonda, está na verdade, longe de ser cilíndrica, sendo a sua forma ditada pela irrgular, mas aparentemente redonda, colina artificial em que se ergue. O esquema do castelo data da época das fortificações medievais. A Torre Redonda divide o castelo em duas seções distintas:
  • Na Parte Baixa encontra-se a capela de St George, enquanto que
  • a Parte Alta contém os Apartamentos Reais e as salas de estado mais formais, as quais incluém a Galeria de St George, um vasto salão, cujo teto está decorado com os brasões dos passados e presentes membros da Ordem da Jarreteira.


– Parque
Nos arredores próximos do castelo, encontra-se o Home Park de Windsor, o qual compreende o parque e duas quintas de trabalho, juntamente com muitas casas de lavrador, principalmente ocupadas por empregados. A Frogmore House e os jardins estão abertos ao público em certos dias do ano (o resto do Home Park é privado). O Home Park fica contíguo à margem Norte do mais extenso - embora agora infelizmente desgastado — Grande Parque de Windsor.








Fonte: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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