domingo, 27 de dezembro de 2009

Os Avis




A Dinastia de Avis, ou Dinastia Joanina, foi a 2ª dinastia a reinar em Portugal, entre 1385 e 1581/1582. Teve início no final da crise de 1383-1385, quando o Mestre da Ordem de Avis, D. João, filho natural de el-rei D. Pedro I, foi aclamado Rei nas Cortes de Coimbra.
A Crise de 1383-1385 foi um período de guerra civil e anarquia da História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder (embora houvesse uma rainha de direito em Beatriz de Portugal). A crise começou com a morte do rei Fernando de Portugal sem herdeiros masculinos.





A Casa de Avis
Antes disto, e possibilitando isto, dera-se a derrota do partido favorável à rainha destronada, D. Beatriz, mulher de João I de Castela, definitivamente vencido na batalha de Aljubarrota em 14 de agosto de 1385. A Casa de Avis, sucessora familiar da anterior dinastia afonsina, reinou no Continente português entre 1385 e 1581, quando D. Antônio é vencido no Continente português, na batalha de Alcântara, e destronado, sendo aclamado em seu lugar o estrangeiro Filipe I nas Cortes de Tomar. Mas reina ainda nas Ilhas até 1582, com a queda de Angra do Heroísmo, quando a Ilha Terceira e as restantes ilhas açorianas se rendem à armada invasora do Marquês de Santa Cruz.

A Dinastia de Avis é sucedida pela união pessoal entre as coroas de Portugal e de todos os demais reinos de Filipe II, que deu início à Dinastia de Habsburgo, ou Dinastia Filipina, ou Dinastia de Áustria.

A única filha do rei D. Fernando I de Portugal, sua sucessora, D. Beatriz, casara com o rei de Castela, pondo-se assim termo a uma série de guerras contra aquele reino, que haviam enfraquecido a economia de seu país. D. Fernando morreu alguns meses depois deste casamento.

D. Leonor Teles, a viúva de D. Fernando, nunca fora bem vista pelo povo e pela nobreza, que a não podia respeitar por ser ela já casada quando o rei, tomado de paixão, a roubou a seu marido, João Lourenço da Cunha. Mas, sob o reinado de sua filha D. Beatriz, residindo no estrangeiro, cabia a ela governar o reino como regente até que um filho de D. Beatriz completasse 14 anos, e viesse reinar pessoalmente em Portugal, conforme estipulado no Tratado de Salvaterra, contrato de casamento da princesa portuguesa, entre as coroas de Portugal e de Castela.

Isso desencadeou revoltas populares: as populações recusavam-se a aceitar a aclamação de uma rainha que era mulher de um rei estrangeiro (Castela), embora não por tal fato poder vir a dar origem à união dos dois países e em consequência a perda de independência de Portugal, mas sim por ódio à Rainha-Regente, considerada pessoa imoral, a quem não reconheciam por rainha porque era bígama e de maus costumes.

Os povos de Lisboa e outras partes do Reino, juntos com boa parte da nobreza, pediram então a D. João, mestre da Ordem de Avis, (filho natural legitimado do rei Pedro I, que aceitasse lutar contra D. Beatriz e o seu marido João de Castela, sendo o aclamado Regente.

Fugida a rainha D. Leonor Teles de Menezes de Lisboa, destituída da regência, viu-se obrigada a solicitar ao genro, o rei de Castela (chamado João I) para vir eliminar a revolução, e reinar pessoalmente em Portugal junto com D. Beatriz. Dirigiu-se o soberano castelhano para Lisboa, à testa de grande exército, cercando a cidade por terra, e também pelo rio, com a sua armada.

A burguesia da próspera cidade de Lisboa, assim como muitos da nobreza, entre muitos partidários apenas por ódio a D. Leonor Teles e ao seu amante galego, o conde Andeiro, apunhalado durante a revolução pelo novo Regente, aderiram facilmente à causa do Mestre de Avis. Foi a burguesia de Lisboa, mais rica, logo seguida por outras terras, quem financiou o esforço militar da revolução. Mas parte do clero e das primeiras figuras da nobreza portuguesas, por dever de fidelidade feudal, apoiavam ainda a sua rainha D. Beatriz.

Entretanto, um pequeno exército português, chefiado por D. Nuno Álvares Pereira (que apoiava o Mestre de Avis) vence os castelhanos. E o aparecimento da peste nas tropas sitiantes de Lisboa obrigou o rei de Castela a se retirar para o seu próprio reino.

Após algum tempo, outro exército luso-castelhano, por D. Beatriz e seu marido, invadiu novamente Portugal, acontecendo, em Aljubarrota (1385) uma batalha decisiva e perigosa, as tropas portuguesas, em número muito inferior, e chefiadas pelo futuro rei D. João I e por D. Nuno Álvares Pereira, seu condestável, conseguiram notável vitória, aonde caíram os pesados cavaleiros castelhanos, e pelo emprego sistemático das ágeis lanças pela primeira vez na Península.

A paz definitiva com Castela só veio a ser assinada em 1411. Para assinalar o acontecimento, D. João I mandou iniciar, no local, a construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido por Mosteiro da Batalha, aonde jazem os príncipes da nova dinastia de Avis, em capela-panteão construída para esse fim.

Reis da dinastia Avis
  1. D. João I (r. 1385 - 1433, depois do Interregno que destronou a rainha D. Beatriz) – filho natural de D. Pedro I e meio-irmão do Rei D. Fernando I de Portugal
  2. D. Duarte (r. 1433 - 1438) – filho de D. João I.
  3. D. Afonso V (r. 1438 - 1481) – filho de D. Duarte.
  4. D. João II (r. 1481 - 1495) – filho de D. Afonso V.
  5. D. Manuel I (r. 1495 - 1521) – primo de D. João II.
  6. D. João III (r. 1521 - 1557) – filho de D. Manuel I.
  7. D. Sebastião I (r. 1557 - 1578) – filho de D. João, Príncipe de Portugal
  8. D. Henrique (r. 1578 - 1580) – tio-avô de D. Sebastião.
  9. D. António (r. 1580 - 1581) – sobrinho de D. Henrique, filho do casamento secreto do Infante D. Luís com Violante Gomes.


– A suposta dinastia de "Avis Beja"
Há algumas dezenas de anos atrás, o historiador A. H. de Oliveira-Marques categorizou, num dos seus mapas genealógicos inseridos na obra em dois volumes História de Portugal, a sucessão de D. João I até D. Manuel no primeiro desses mapas, intitulado Dinastia de Avis; e no mapa subsequente deu a descendência familiar de D. Manuel I até D. Antônio, chamando a esse mapa genealógico, por mera facilidade de identificação e leitura, de "Avis-Beja".

Este fato inofensivo e banal veio a ser posteriormente permeado com outras leituras de influência genealógica estrangeira, ocasionando a generalização até hoje, entre pessoas menos bem informadas, da crença de que teria havido duas dinastias, a de Avis, e a de "Avis-Beja", pelo simples fato de D. Manuel I ser primo direito (filhos de irmãos varões, e netos do mesmo avô paterno) de D. João II. Tal fato se deveria a ser D. Manuel Duque de Beja ao herdar a coroa, segundo essa crença: que ignora o fato de que D. Manuel era Infante de Portugal por nascimento, o seu primeiro título, e só por esse era tratado evidentemente até subir ao trono, sendo o ducado de Beja, entre muitos outros senhorios que deteve, apenas um apanágio para sua sustentação. Nem as dinastias podem evidentemente mudar quando a sucessão se dá entre pessoas legitimamente pertencentes à mesma família (o que não fora o caso de D. João I, por ter nascido filho natural, e ter retirado os direitos da herdeira legítima, D. Beatriz).

Acresce que se por este critério improcedente se desmembrasse a simplicidade das quatro dinastias tradicionais portuguesas, sempre que não sucedeu na Coroa filho, ou neto direto do monarca anterior, vários outros casos haveria em que teria de ser o mesmo processo aplicado:

  • Dinastia de Bolonha, depois de subir ao trono o reinante Conde de Bolonha, D. Afonso III,
  • Dinastia do Crato, depois de aclamado rei em Santarém o antigo Prior do Crato,
  • Dinastia de Aviz-Inquisição, ou Dinastia de Avis-Évora, depois de suceder o cardeal-rei D. Henrique, que era tio avô do soberano anterior, D. Sebastião, e Arcebispo de Évora à data da sua acessão.

Pois em Portugal até 1834 tanto um ducado como um bispado eram casas com direitos patrimoniais de idêntica natureza senhorial.


Fonte: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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