sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cartago - Tunísisa, África



Cartago é uma antiga cidade, originariamente uma colônia fenícia no norte da África, situada a leste do lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia. Foi uma potência na Antiguidade, disputando com Roma o controle do mar Mediterrâneo. Dessa disputa originaram-se as três Guerras Púnicas, após as quais Cartago foi destruída. A antiga capital púnica é hoje um bairro de Túnis e uma estação arqueológica e turística importante, tendo sido classificado patrimônio mundial pela UNESCO em 1979.





História
Cidade da costa da África do Norte, numa península próxima da qual se encontra hoje a cidade de Túnis. Foi fundada por colonizadores fenícios de Tiro (antes da data tradicional de 814 aC). Cartago tornou-se, dentro de pouco tempo, a capital de uma república marítima muito poderosa, que substituiu Tiro no Ocidente, criou colônias na Sicília, na Sardenha, na Espanha, enviou navegadores ao Atlântico Norte e sustentou contra Roma, sua rival, as longas guerras conhecidas pelo nome de guerras púnicas (264-146 aC). Possuía também uma potente marinha de guerra.

Entre os séculos V e III aC envolveu-se em frequentes hostilidades com a Grécia e a Sicília. Foi com a Sicília que Cartago teve seu primeiro choque com Roma, e as três Guerras Púnicas acabaram com a destruição da cidade em 146 aC. A meio caminho entre estas duas cidades (e capitais de império) encontra-se a Sicília. O controle desta ilha foi determinante no decorrer das Guerras Púnicas porque a Sicília era o "celeiro" do mundo antigo.

– Primeira Guerra Púnica
Cartago tem forte controle marítimo no Mediterrâneo, tendo controle também da Sicília. Roma começa um embate para tomá-la, e sofre derrotas marítimas enormes. Apesar disso, os romanos conseguem descobrir o sistema usado por Cartago na produção de navios, usando de engenharia reversa nos navios cartaginenses capturados. Assim, Roma consegue remontar rapidamente sua esquadra e começa a virar o jogo contra Cartago. No final da Primeira Guerra Púnica, Roma detém o controle do Mediterrâneo e da Sicília.

– Segunda Guerra Púnica
A Segunda Guerra Púnica é resultado do revanchismo cartaginense contra os tributos impostos pela derrota na Primeira Guerra Púnica, contra os esforços de Roma para tomar suas novas colônias na Espanha e simplesmente por puro ódio a Roma. Surge um grande general chamado Aníbal, com ódio a Roma criado e desenvolvido desde criança por seu pai. Aníbal acredita ser capaz de derrotar o grande império com um exército de elefantes partindo do sul da Espanha, passando pelos Pirineus até atingir a península Itálica, algo que os italianos achariam impossível de ser realizado com boas razões.

Considerando o caráter extremante difícil e arriscado da missão de Aníbal, ele foi relativamente bem sucedido ao atacar a Itália, causando enormes estragos e quase fazendo Roma capitular. Mas os Romanos souberam contra-atacar, criando um cerco a Aníbal para acabar com suas provisões ao mesmo tempo que fizeram um ataque direto a Cartago enquanto eram atacados pelo mesmo. Aníbal foi obrigado a recuar e voltar para defender seu país. Apesar dos esforços de Aníbal, teve de pedir a paz aos romanos, comandados por Cipião, o Africano, ao fim da segunda guerra púnica.

– Terceira guerra púnica
Sendo derrotado mais uma vez, Cartago foi extorquida até os ossos por Roma, que lhe impôs uma dívida que, imaginavam os Romanos, levaria uns 50 anos para ser paga. Cartago, reconstruída novamente e com sua aptidão ao comércio, pagou tal dívida em 10 anos, o que deixou os romanos enfurecidos, e invejosos de seu sucesso comercial. Começou então o trabalho dentro do Senado romano pela destruição total de Cartago, a ganância dos senadores por suas riquezas foi decisiva em seu destino, mas os romanos precisavam de uma desculpa, que veio depois que Roma impôs condições extorsivas e inaceitáveis a Cartago, visando justamente enfraquecê-la e desprepará-la para uma guerra inevitável. A guerra então aconteceu e Cartago foi facilmente vencida.

O Fim do Império Cartaginense
As duas primeiras guerras com Roma reduziram em muito o tamanho do antigo império cartaginense, restando apenas áreas adjacentes à cidade de Cartago, que nunca foi forte militarmente, e ficou ainda menos depois dessas guerras. Governada por comerciantes, sem um exército poderoso, Cartago valia-se de mercenários que se insurgiram contra os cartagineses, minando suas defesas - certamente uma das causas para a derrota face aos romanos. Cartago estava agora totalmente à mercê da vontade de Roma. Foi destruída ao fim da terceira guerra púnica por Cipião Emiliano (146 aC). A cidade foi arrasada até aos seus alicerces e o chão foi salgado (colocado sal) para que nada nele crescesse. Esta atitude extrema deveu-se ao fato de Cartago ter sido a única potência que podia concorrer pelo domínio do Mediterrâneo ocidental. Roma e Cartago estavam sensivelmente colocadas no eixo central deste mar, num tempo que não comportava concorrência. A luta entre Roma e Cartago era exclusivista.

Cartago como parte do Império Romano
Refundada por César e Augusto como colônia romana (século I aC), novamente adquiriu grande prosperidade e sua população cresceu a ponto de se tornar a quarta maior cidade do Império Romano, com uma população estimada de meio milhão de habitantes. Tornou-se a verdadeira capital da África romana e da África cristã.

O vândalo Genserico ocupou a cidade em 439 e estabeleceu ali sua capital, mas em 533-534 Belisário expulsou os vândalos e a partir de então, até sua captura e destruição pelos árabes em 697, a cidade permaneceu como parte do Império Bizantino e entrou em decadência.

Comércio
Entre os produtos do artesanato fenício, os mais famosos eram, talvez, os tecidos tingidos cor púrpura. Os fenícios tinham alcançado uma notável habilidade na arte do tingimento e os tecidos eram apreciados a ponto de se tornarem sinal de riqueza e requinte. Os fenícios usavam tecidos de lã ou linho, e os tingiam a partir de um pigmento obtido de moluscos chamados de múrices ou murex, encontrados nas águas rasas das costas do Mediterrâneo. O processo era muito complicado e demorado, e por isso o preço desses tecidos era elevado.

Arquitetura e Urbanismo
Dada a grande destruição provocada pelos romanos após a Terceira Guerra Púnica tornou-se praticamente impossível reconstituir com exatidão a cidade de Cartago. Sabe-se que era protegida no lado da península que a unia ao continente por uma tríplice fortificação:
  1. uma vala guarnecida por altos postos de observação e um parapeito, ou primeira muralha,
  2. uma segunda muralha e
  3. uma terceira muralha, que abrigava grande quantidade de tropas, inclusive elefantes de guerra e cavalaria.


Do lado em que esta chegava ao mar ficava provavelmente a maior fortaleza da cidade. Além disto, a cidade seria talvez totalmente cercada por outras duas grandes muralhas, circulando toda a extensão da península. Dividia-se em três partes:
  1. a byrsa, uma acrópole onde ficavam o tesouro, o arquivo público e a estátua do deus Ba'al Hammon;
  2. uma área urbana residencial onde ficavam os templos e a praça de julgamentos;
  3. um distrito aparentemente agrícola e separado do resto por outra muralha, chamado Megara, um grande cemitério separava a byrsa do restante da área urbana e cemitérios menores existiam entre esta última e as muralhas.

Suas construções eram, ao que parece, de estilo pobre e feitas de materiais baratos, com grandes influências egípcias e gregas. Suas casas não teriam janelas, exceto para pátios internos.

Divindades
Baal Hammon era o principal deus fenício adorado na colônia de Cartago, geralmente identificado pelos gregos como Cronos e pelos romanos como Saturno. Baal significa "senhor", entretanto, o significado de Hammon é incerto, sendo possível sua origem no Amón (ou Ammón), "o oculto", símbolo do poder criador e "Pai de todos os ventos" na mitología egípcia.
Em seu nome se faziam sacrifícios humanos, "Moloc", como oferenda religiosa. Durante algum tempo associou-se controvérsia a este respeito: os restos humanos encontrados haviam sido atribuídos a restos procedentes de crianças mortas por causas naturais ou a produtos de abortos humanos.

Soberanos
– Anexado a Roma, 146 aC
  • Asdrúbal II ? (-146 aC)
  • Asdrúbal Barca (221-207 aC)
  • Aníbal Barca (221-183 aC)
  • Sofonisba (221-203 aC)
  • Asdrúbal (228-221 aC)
  • Amílcar Barca (250-228 aC)
  • Hanno, o grande (250 aC)
  • Mago (440 aC)
  • Dido ? (814- aC)




Fonte: Wikipédia

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Catedral de São Basílio


A Catedral de São Basílio (em russo Собор Василия Блаженного), é uma catedral localizada na Praça Vermelha da cidade de Moscou, Rússia. É conhecida mundialmente por suas características cúpulas em forma de bulbo.






História
Pertencente a Igreja Ortodoxa Russa, teve sua construção ordenada pelo Czar Ivan 'o Terrível' para comemorar a conquista do Cantão de Kazan, que realizou entre 1555 à 1561. Depois da construção ser terminada, mandou arrancar os olhos do arquiteto para que não pudesse construir outra coisa igual. Em 1588 o Czar Fiodor Ivanovich ordenou que agregasse uma nova capela no lado este da construção, sobre a tumba de São Basílio o Bendito, santo pelo qual foi chamada popularmente a catedral.

São Basílio se encontra no extremo sudeste da Praça Vermelha, justamente na frente da Torre Spasskaya de Kremlin. São 9 pequenas capelas construídas.


No jardim em frente a igreja tem um estátua de bronze, erguida em honra a Dmitry Pozharsky e Kuzma Minin, que reuniram voluntários para o exército que lutou contra os invasores poloneses durante o período conhecido como Tempos de Dificuldades.

O conceito inicial era construir um grupo de capelas, cada uma dedicada a um dos santos em cujo o dia o Czar ganhou uma batalha, a construção de uma torre central unifica estes espaços em uma só catedral.


Fonte: Wikipédia

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Imperatrizes do Japão




Entre os anos 592 e 770, o Japão foi governado sete vezes por seis imperatrizes 1. Suiko, 2. Saimei ou Kogyoku, 3. Jitô, 4. Gemmei, 5. Gensho e 6. Koken, em um total de 89 anos, um período fascinante.







Imperatriz Suiko
A primeira imperatriz, nasceu em 554, e era filha do imperador Kinmei, do clã Soga. Depois da morte do imperador Shushun provocada por um assassino enviado pelo próprio clã da futura imperatriz, Suiko tornou-se o 33º regente e a primeira mulher a ocupar tal cargo, sendo uma representante muito forte na dinastia Yamato – que criou muitas leis, tais como a Constituição de 17 artigos, e enviou diversas missões à China para aumentar o prestígio japonês. Morreu com 74 anos.

Imperatriz Kogyoku
Catorze anos mais tarde, a imperatriz Kogyoku tornou-se regente e abdicou do cargo três anos mais tarde para que seu irmão, o imperador Kotoku, assumisse. Dez anos depois, com a morte de Kotoku, a imperatriz voltou ao trono, agora sob o nome Saimei, permanecendo até sua morte em 661. Foi a primeira a ocupar tal cargo duas vezes (como 35º e 37º regente). Era neta do imperador Bidatsu e nasceu como princesa Takara. Foi casada com o imperador Jomei e teve três filhos: Naka-no-Oe (imperador Tenji), Oama (imperador Temmu) e princesa Hashihito.

Imperatriz Jitô
Filha do imperador Tenji, 41º regente subiu ao trono em 687, após a morte de seu marido, o imperador Temmu, que era também seu tio, a fim de assegurar a eventual sucessão de seu neto, o imperador Mommu. Depois de dez anos, abdicou em favor de Mommu, mas se manteve no poder mesmo reclusa em um templo, tendência essa que persistiu na política japonesa.

Imperatriz Gemei
Foi imperatriz em 707. Em 710, mudou a capital para Nara, inaugurando uma nova era, além de ordenar a redação das narrativas históricas conhecidas como Kojiki.

Imperatriz Genshô ou Yoro
Foi o 44º regente imperial do Japão e provou ser uma governante de raro talento. Seu nome era princesa Hidaka. Era irmã mais velha do imperador Mommu e filha do príncipe Kusakabe e de sua esposa e antiga imperatriz Gemmei, conseqüentemente neta do imperador Temmu e da imperatriz Jitô por parte de pai e neta do imperador Tenji por parte de mãe. Ela criou a primeira moeda de cobre e pediu que os calígrafos escrevessem sobre as tradições antigas, a fim de que essas não fossem perdidas. Em seu governo, a edição do Nihonshoki, o primeiro livro de história japonês, foi finalizada em 720. A organização do sistema de leis foi mantida até sua morte. Mais tarde, esses códigos e leis foram editados e utilizados por Fujiwara-no-Nakamaro e publicados como Yoro Ritsuryo, datado de 718. O sistema de taxação que tinha sido introduzido pela imperatriz Jitô no século VII começou a falhar. Para compensar a diminuição no rendimento dos impostos, com a iniciativa do príncipe Nagaya, o “Ato de Possessão em Três Gerações” foi editado em 723. Com este ele, as pessoas teriam terras para cultivo por até três gerações, no máximo. Na quarta geração, o direito de posse desapareceria, e o campo voltaria ao governo. Este ato tinha como finalidade motivar novos cultivos, mas seu uso durou cerca de 20 anos. Em 724, ela abdicou em favor de Shomu. Jitô não se casou e não teve filhos.

Imperatriz Shotoku
A regente Koken, conhecida também como Shotoku foi a última imperatriz, que governou o Japão até o século XVII, ocupando duas vezes o trono (749-758 e 764-770). Houve um número considerável de mulheres antes de Koken, mas o poder conquistado pelo monge budista Dokyo durante seu segundo reinado fez com que o Conselho dos Ministros impossibilitasse a sucessão feminina ao poder depois disso. Koken era a filha do imperador Shomu e subiu ao trono em agosto de 749, como imperatriz Koken, quando seu pai abdicou. Nove anos depois, abdicou em favor do príncipe Oi, que governou como imperador Junnin. Em 761, tentou sua reclusão para ficar com Dokyo, suspeito amante, declarando guerra ao ministro favorito de Junnin, o poderoso Oshikatsu. Em 764, o conflito virou uma guerra civil: Oshikatsu foi morto e Junnin deposto. Koken voltou ao trono como imperatriz Shotoku. Embora Dokyo tenha conquistado o controle virtual do governo, sua tentativa de transformar-se em imperador com a morte de Koken resultou em seu banimento da capital.

Imperatriz Meisho
Em 1629, Meisho tornou-se imperatriz após seu pai, o imperador Go-Mizunô abdicar depois de um grave incidente. Por conta disso, transformou-se na primeira mulher a ocupar o trono desde a imperatriz Shotoku, que morreu em 770.

Imperatriz Go-Sakuramachi
Foi a 117º regente do Japão e a última imperatriz que governou até abdicar em favor de seu neto, o imperador Go-Momozono. Seu nome era Toshiko, e seu título original era Isa-no-miya e depois Ake-no-miya. Go-Sakuramachi pode perder seu posto de última mulher regente do Japão, assim que a decisão da Dieta (Câmara dos Deputados japonês) for tomada.


Origem: Cultura Tradicional Japonesa

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Imperador Calígula

Caio Júlio César Augusto Germânico (em latim Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus; 31 de agosto de 12 - 24 de janeiro de 41), também conhecido como Caio César ou Calígula, foi imperador romano de 16 de março de 37 até o seu assassinato, em 24 de janeiro de 41. Foi o terceiro imperador de Roma e membro da Dinastia Júlio-Claudiana, instituída por Augusto. Ficou conhecido pela sua natureza extravagante e por vezes cruel. Foi assassinado pela guarda pretoriana em 41, aos 29 anos. A sua alcunha Calígula (que significa "botinhas" em português) foi posta pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça vê-lo mascarado de legionário, com pequenas caligae (sandálias militares) nos pés.


Era o filho mais novo de Germânico, que era filho adotivo do imperador Tibério. Germânico é considerado como um dos maiores generais da história de Roma. As suas relações com Tibério pareceram melhorar quando este se mudou para Capri e foi designado pontifex. À sua morte —a 16 de março de 37 — Tibério ordenou que o Império devia ser governado conjuntamente por Calígula e Tibério Gemelo.

Após desfazer-se de Gemelo, o novo imperador tomou as rédeas do Império. A sua administração teve uma época inicial pontuada por uma crescente prosperidade e uma gestão impecável; mas a grave doença que atacou o imperador marcou um ponto de inflexão no seu jeito de reinar. Apesar de que uma série de erros na sua administração derivaram numa crise econômica, empreendeu um conjunto de reformas públicas e urbanísticas que acabaram por esvaziar o tesouro. Apressado pelas dívidas, pôs em funcionamento uma série de medidas desesperadas para restabelecer as finanças imperiais, entre as que se destaca pedir dinheiro à plebe.

Nos seus últimos anos de vida esteve envolvido numa série de escândalos entre os quais se destacam manter relações incestuosas com as suas irmãs e até mesmo obrigá-las a prostituir-se. A 24 de janeiro de 41, foi assassinado pelos executores de uma conspiração integrada por pretorianos e senadores, e liderados pelo seu praefectus, Cássio Querea. O desejo de alguns conspiradores de restaurar a República viu-se frustrado quando, no mesmo dia do assassinato de Calígula, o seu tio Cláudio foi declarado imperador pelos pretorianos. Uma das primeiras ações de Cláudio como imperador foi ordenar a execução dos assassinos do seu sobrinho.

Existem poucas fontes sobreviventes que descrevam o seu reinado, nenhuma das quais refere de maneira favorável; pelo contrário, as fontes centram-se na sua crueldade, extravagância e perversidade sexual, apresentando-o como um tirano demente. Tornou-se o primeiro imperador a se apresentar frente ao povo como um deus.

Família
Nascido nas imediações de Anzio, Calígula era o terceiro dos seis filhos sobreviventes do matrimônio entre Germânico e Agripina. Os seus irmãos foram Nero e Druso, e as suas irmãs Júlia Livilla, Drusila e Agripinila. Por parte do seu pai era sobrinho do futuro imperador Cláudio.

Germânico, o seu pai, era um importante membro da Dinastia Júlio-Claudiana; e é hoje em dia considerado como um dos maiores generais do Império Romano. Era filho de Nero Cláudio Druso e Antônia, a Jovem, neto de Tibério Cláudio Nero e Lívia; e sobrinho neto e filho adotivo de Augusto. Agripina era filha de Marco Vipsânio Agripa e Júlia a Maior, e neta de Augusto e Escribônia.

Juventude
Durante a sua infância (com apenas dois ou três anos) acompanhou o seu pai nas campanhas que este liderou a norte de Germânia; tornando-se o mascote do exército. Aos soldados divertia-os o fato de ir vestido com um uniforme militar em miniatura que incluía botas e armadura, e por isso deram-lhe a carinhosa alcunha de "Calígula" ("botinhas"). Aparentemente, o futuro imperador odiava a sua alcunha. Quando tinha sete anos acompanhou Germânico a uma expedição a Síria. Nessa expedição faleceu o seu pai a 10 de outubro de 19. Segundo Suetônio, Germânico foi envenenado através de um agente contratado por Tibério, que via o general como um perigoso rival político.

Após a morte do seu pai, mudou-se a Roma com a sua mãe até deteriorarem-se as relações entre ela e Tibério. O imperador não podia permitir que Agripina se casasse, por medo que seu marido se tornasse um possível adversário político, e ela e Nero César foram exilados em 29 por traição. Calígula, que por essa época era um adolescente, foi morar com a sua bisavó e mãe de Tibério, Lívia. Após a morte de Lívia, foi acolhido pela sua avó Antônia. Em 30 Druso César foi encarcerado e Nero César faleceu no exílio, não é sabido se por inanição ou por suicídio. Suetônio escreve que após o desterro da sua mãe e os seus irmãos, ele e as suas irmãs ficaram prisioneiros de Tibério que submeteu-os a uma estreita vigilância por parte dos soldados imperiais.

Em 31, Calígula passou a fazer parte do pessoal encarregado dos cuidados de Tibério em Capri, onde o jovem permaneceu durante seis anos. Surpreendentemente, Calígula reconciliou-se com o imperador. Segundo certos historiadores era um excelente ator que, vendo o perigo, decidiu esconder o ressentimento que tinha com Tibério.

Em 33, Tibério concedeu-lhe o cargo de questor, que conservou até a sua nomeação como imperador. Por essa época faleceram em prisão Agripina e Druso, a sua mãe e irmão. Tibério contraiu matrimônio com Júnia Claudilla. Este matrimônio terminou com a morte de Júnia durante um parto no ano seguinte. Em 35, Calígula e Tibério Gemelo foram designados herdeiros ao trono.

Início do reinado
Quando Tibério faleceu a 16 de março de 37, a sua posição e títulos adquiridos como princeps foram transferidos a Calígula e ao neto de Tibério, Tibério Gemelo. Apesar de Tibério ter então 77 anos, alguns historiadores defendem que foi assassinado.
  • Tácito escreve que o praefectus Macro asfixiou o imperador a fim de garantir a ascensão de Calígula;
  • Suetônio afirma que até mesmo o novo herdeiro pode ter sido o autor do assassinato;
  • Fílon e Josefo registram que Tibério faleceu por morte natural.
Calígula foi designado imperador ao anular o testamento de Tibério alegando demência deste ao outorgá-lo.

Calígula aceitou todos os poderes do Principado que lhe conferiu o Senado Romano e, quando entrou em Roma a 28 de março, foi recebido por uma grande multidão que o aclamou entre outros com as alcunhas de "o nosso bebê" e "a nossa estrela". É descrito como o primeiro imperador que, no momento da sua ascensão, era apreciado por todos. Este apreço era devido ao fato de ser o filho do finado Germânico, muito amado pela plebe, bem como o sucessor de Tibério, cuja época final no trono fora terrível para o povo romano. Segundo Fílon, os primeiros sete meses do reinado de Calígula foram dos mais felizes que experimentara o Império em muito tempo.

Os primeiros atos de Calígula como imperador foram generosos com o povo e o exército embora, segundo Dião Cássio, fora em parte devido a simples interesses políticos:
  1. concedeu à Guarda Pretoriana e às tropas urbanas e fronteiriças uma generosa recompensa pelos serviços prestados, a fim de ganhar o apoio do exército;
  2. destruiu os documentos nos quais ficaram registrados os nomes dos acusados de traição durante o mandato de Tibério;
  3. declarou que os juízos por traição eram coisa do passado;
  4. chamou para Roma os exilados;
  5. ajudou os afetados pelo sistema de impostos imperial, desterrou os delinquentes sexuais;
  6. celebrou luxuosos espetáculos, tais como os combates de gladiadores, ganhando assim o apoio do povo;
  7. recolheu os ossos da sua mãe e os seus irmãos e depositou-os no Ara Pacis.


Enfermidade e conspirações
Fazendo realidade um auspício formulado em princípios do seu reinado, Calígula caiu gravemente enfermo em outubro de 37. Segundo Fílon a sua doença devia, após ser nomeado imperador, aos excessos. O Império ficou paralisado ao receber a notícia da doença, pois o seu jovem monarca levara-os para um período de prosperidade que diziam equiparável ao de Augusto. Embora Calígula conseguisse recuperar-se por completo desta doença, o estar tão perto da morte marcou um ponto de inflexão no seu modo de reinar.

Forçou a cometer suicídio àqueles exilados durante o seu reinado: a sua esposa; o seu sogro, Marco Silano; e o seu primo, Tibério Gemelo. Fílon escreve que Gemelo instigou uma conspiração contra Calígula enquanto o imperador estava enfermo.

O deus
Em 40, Calígula desenvolveu uma série de políticas muito controvertidas que fizeram da religião um importante elemento do seu papel político. O imperador começou a realizar as suas aparições públicas vestido de deus e semideus, como Hércules, Mercúrio, Vênus e Apolo. Referia a si mesmo como um deus quando comparecia ante os senadores, e ocasionalmente aparecia nos documentos públicos com o nome de Júpiter. Erigiu três templos dedicados a si mesmo; dois em Roma e um em Mileto, na província da Ásia. No Fórum, o Templo de Castor e Pólux foi vinculado diretamente à residência imperial no Palatino e dedicado a Calígula. Foi nesta época que começou a aparecer como um deus frente a plebe.

A política religiosa de Calígula rompia totalmente com a dos seus predecessores. Segundo Dião Cássio, os imperadores vivos podiam ser adorados no Oriente , enquanto os imperadores mortos o podiam ser em Roma. Augusto até mesmo escreveu uma obra a respeito do seu espírito, embora Dião considere este ato como uma medida extrema que os imperadores preferiam esquivar. Calígula foi muito mais além de obrigar o Senado e o povo a render-lhe culto em vida.

Assassinato e consequências
Segundo Josefo, as ações do imperador desencadearam uma série de conspirações até finalmente ser assassinado; os envolvidos foram os integrantes da Guarda Pretoriana, liderados por Cássio Querea. Embora o complô fosse concebido somente por três homens, parece ser que muitos senadores e soldados estavam a par e envolvidos.

A 24 de janeiro de 41, Querea e uns pretorianos abordaram Calígula enquanto o imperador se dirigia a um grupo de novos atores que participavam em uns jogos. Querea foi o primeiro a apunhalar o imperador, seguido pelo restante de conspiradores. Suetônio assinala as similaridades entre o assassinato de Calígula e o de Júlio César. O historiador escreve que o velho Caio Júlio César (Júlio César) e o novo Caio Júlio César (Calígula) foram assassinados por 30 conspiradores liderados por um homem chamado Cássio (Cássio Longino e Cássio Querea). Quando os guardas germanos do imperador se deram conta de que Calígula estava sendo atacado, este já estava morto. Cheios de dor, os germanos responderam assassinando conspiradores, senadores, transeuntes e inocentes por igual.

O Senado tratou de usar a morte de Calígula para restaurar a República e, pela sua vez, Querea tentou convencer o exército para que apoiasse os senadores. Porém, os militares permaneceram leais à figura do imperador, e a plebe unanimemente pediu que os assassinos de Calígula fossem levados frente da justiça. Vendo-se sem apoios, os assassinos apunhalaram a mulher de Calígula, Milônia Cesônia, e à sua filha, Júlia Drusilla, a quem romperam o cranio ao bater a cabeça contra um muro, mas não encontraram o tio de Calígula, Cláudio, que fugiu da cidade. Após ter-se assegurado do apoio da Guarda Pretoriana, Cláudio foi designado imperador e ordenou a execução dos assassinos do seu sobrinho. O corpo do imperador foi escondido até poder ser incinerado e sepultado pelas suas irmãs. Permaneceu no Mausoléu de Augusto até que, em 410, durante o saque de Roma, as suas cinzas foram espalhadas.

Demência
Exceto Plínio o Velho, todas as fontes sobreviventes descrevem a Calígula como um louco. Porém, não se sabe se estão falando literal ou figuradamente. Além disso, é difícil separar a realidade da ficção levando em conta a impopularidade do imperador entre essas fontes. Os historiadores modernos trataram de atribuir uma razão médica ao seu instável caráter, alegando a possibilidade de que padecera encefalite, epilepsia ou hipertiroidismo; fala-se de adiatrepsia, uma palavra grega que o imperador aplicou para descrever a sua própria conduta.

Fílon de Alexandria, Flávio Josefo e Sêneca, o Moço descrevem a Calígula como um demente, mas alegam que esta loucura era resultado da experiência dos anos. Segundo Sêneca, o imperador transformou-se num homem arrogante e grosseiro na sua ascensão ao trono. Josefo pensa que foi o poder que tornou Calígula um arrogante, fazendo-lhe acreditar que era um deus. Fílon defende que a sua personalidade experimentou um radical câmbio quando esteve prestes a falecer de uma doença. Segundo Juvenal, o imperador bebeu uma poção que o tornou louco.

Origem: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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