Mostrando postagens com marcador país e afins. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador país e afins. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A história de Portugal

Território situado no extremo sudoeste da Europa, com uma área de cerca de 90 000 km2 e uma fachada atlântica de cerca de 840 km, Portugal tem, pelas sua posição geográfica, acentuada ainda pelas características geomorfológicas do seu território, uma posição excêntrica relativamente à Europa. A posição atlântica de Portugal, prolongada, desde o início do século XV, pelos dois arquipélagos descobertos e povoados por portugueses, o dos Açores e o da Madeira, foi a chave da sua história e da sua identidade nacional.


O Atlântico selou o destino histórico de Portugal: encravado entre um poderoso vizinho e o mar, os portugueses souberam tirar partido da sua situação estratégica, quer construindo no mar um poderio militar, quer aliando-se à potência naval dominante (aliança inglesa), assegurando a sua sobrevivência face às pretensões hegemônicas das potências europeias.

A leitura da História de Portugal em termos de um ciclo de apogeu e queda, de potência mundial à irrelevância geopolítica, é uma leitura marcadamente oitocentista, e que deve situar-se no contexto da reflexão política de finais do século XIX. A ideia de que certos fatores como:
  • união dinástica com a Espanha, em que Portugal perdeu a sua dinastia e por isso a sua independência política (dinastia filipina: 1580-1640),
  • terramoto de 1755,
  • invasões francesas (Guerras Napoleônicas),
  • independência do Brasil em 1822,

determinaram a "decadência" de Portugal. A Revolução Republicana de 1910 iria dar uma feição modernizadora a Portugal, dando porém origem a um regime parlamentar instável, marcado por frequentes revoltas militares e pela trágica intervenção no teatro da Primeira Guerra Mundial. A ditadura do Estado Novo, instaurada na sequência da Revolução militar de 1926 (Salazarismo), marcou o Século XX português pela sua excepcional duração (48 anos). Em 25 de abril de 1974 eclodiu um golpe militar organizado pelo Movimento das Forças Armadas: «Revolução dos Cravos» maioritariamente constituído por capitães do exército ("Capitães de Abril") que derrubou a ditatura. Portugal entrou, após um conturbado período revolucionário, no caminho da Democracia Parlamentar, ao mesmo tempo que procedia à descolonização de todas as suas colônias.

Antes de Portugal
A região que corresponde atualmente a Portugal começou a ser habitada há cerca de quinhentos mil anos, primeiro pelos Neandertais e, mais tarde, pelo Homem moderno. Entre 20 000 aC e 10 000 aC, a Península Ibérica começou a ser colonizada por grupos humanos Cro-Magnon e, milênios mais tarde, passou a abrigar outros povos, autóctones e sem parentesco aparente com quaisquer outros povos conhecidos. Entre eles, estavam os iberos, na costa mediterrânica de Espanha, os tartessos, no extremo sul de Portugal (regiões do Algarve e Alentejo) e os aquitanos e vascones (prováveis antepassados dos atuais bascos), na região dos Pireneus. A hipótese de todos serem de origem berbere, do norte da África, hoje é amplamente desacreditada, embora o parentesco entre iberos e bascos ainda continue a ser investigado. Porém, segue-se a crença de que todos eram povos distintos etnicamente entre si.

No século VII aC, a região passou a ser habitada por povos indo-europeus, sendo estas tribos proto-célticas e celtas. As tribos iberas e algumas vagas celtas misturaram-se, dando origem aos celtiberos, em partes da Espanha. Outras populações proto-célticas e celtas acomodaram-se em território português, como os lusitanos, os vetões (ou Vettones) e os galaicos (ou Gallaeci), entre outras. Influências menores foram os gregos e os fenícios-cartagineses.

– Romanização
No século III aC os romanos penetraram na Península Ibérica no contexto da Segunda Guerra Púnica que mantiveram contra Cartago. Foram anexadas duas regiões da Península Ibérica por Roma como províncias das Hispâni. Entre 209 e 169 aC, o exército romano levou para Roma cerca de 4 toneladas de ouro e 800 toneladas de prata que obtiveram como espólio de guerra retirado dos tesouros das tribos nativas. A exploração mineira, como a das Três Minas, das maiores do mundo romano, que terá iniciado no tempo de Augusto (27 aC- 14 dC), ou das minas do campo de Jales ou da Gralheira era um dos principais fatores econômicos para o interesse romano na região.

A conquista total da península pelos Romanos só ocorreu no tempo do imperador Augusto.
Viriato, o líder lusitano, conseguiu conter a expansão romana durante alguns anos, fazendo com que fosse dos últimos territórios a resistir à ocupação romana da Península Ibérica. Erigindo-se em chefe dos Lusitanos após escapar a uma matança perpetrada à traição pelo romano Galba, uniu à sua volta um número crescente de tribos e travou uma guerra incansável contra os invasores.

Os Romanos deixaram um importante legado cultural naquilo que é hoje Portugal, nos costumes, na arte, na arquitetura, na rede viária e nas pontes, algumas das quais servem até aos nossos dias, como a de Trajano sobre o rio Tâmega em Chaves (Aquae Flaviae) ou a de Vila Formosa (Alter do Chão), mas pouco terão contribuido para a composição étnica portuguesa atual. Uma variante do Latim (Latim Vulgar) passou a ser o idioma dominante da região. Surgiram novas cidades e desenvolveram-se outras, segundo o modelo habitual de colonização romana. No fim do século I aC o imperador Augusto criou a província da Lusitânia, que correspondia a grande parte do atual território português. Em finais do século III o imperador Diocleciano subdividiu a Tarraconense em outras províncias, entre as quais se achava a Callaecia, que integrava o norte do atual Portugal, a Galiza e as Astúrias. Durante o Império Romano o Cristianismo difundiu-se em toda a Hispânia, pelo menos a partir do século III.

Invasões bárbaras
Em 409, os chamados povos bárbaros, compostos principalmente por Suevos, Vândalos e Visigodos, todos de origem germânica, além dos Alanos, de origem persa, fixam-se na Hispânia. Em 411 estes povos dividem entre si o território:
  • os Vândalos Asdingos ocuparam a Galécia,
  • os Suevos, a região a norte do Douro, enquanto
  • os Alanos ocuparam as províncias da Lusitânia e a Cartaginense, e
  • os Vândalos Silingos, a Bética.
Algum tempo depois, ocorre a entrada dos Visigodos na península a serviço do Império Romano e com o objetivo de subjugar os anteriores invasores.

Os povos bárbaros eram numericamente inferiores à população hispano-romana, pelo que foram obrigados à miscigenação étnica e cultural com esta. Muitas cidades foram destruídas durante este período e verificou-se uma ruralização da vida econômica.

Ocupação muçulmana
Em 711 a Península Ibérica foi invadida pelos muçulmanos do Norte de África (basicamente Berberes com alguma componente de Árabes). Estes dominaram partes da península por mais de cinco séculos: inicialmente sobre o controlo do Califado de Damasco, como uma província do império omíada, o Al-Andalus, mais tarde sob a forma de um emirado e califado e, devido ao colapso deste, em pequenos reinos (taifas) com autonomias características. Durante estes séculos, nas Astúrias, a única região que resistiu à invasão árabe, desenvolvia-se um movimento de reconquista da Península, culminando no fim do poder político islâmico nesta com a tomada de Granada pelos Reis Católicos (1492). A esta altura, já o reino de Portugal estava formado, soberano e completo e, talvez por isso, o país explorava o além-mar, em parte sob o pretexto do espírito das Cruzadas, para difundir o Cristianismo. Os muçulmanos que não foram expulsos ou mortos durante o processo de reconquista, tiveram de aderir aos costumes locais (incluindo o Cristianismo).

O nascimento de Portugal
Se rápida foi a invasão árabe, a reconquista cristã foi francamente mais lenta. Este processo gradual originou o nascimento de pequenos reinos que iam sendo alargados à medida que a Reconquista era bem sucedida. Primeiro, o Reino das Astúrias, que viria a dividir-se entre os filhos de Afonso III das Astúrias quando morreu. Assim nasciam os reinos de Leão e, mais tarde, de Navarra e Aragão e Castela.

Mais tarde Afonso VI de Leão e Castela (autodenominado Imperador de toda a Espanha), entregou, por mérito, ao seu genro D. Henrique de Borgonha, o governo dos territórios meridionais, o Condado Portucalense, grosso modo entre os rios Minho e Douro e o Condado de Coimbra, entre os rios Douro e Mondego. Destes condados, que faziam ainda parte do reino de Leão, mas que dele tinha grande independência, nasceria o reino de Portugal.

D. Henrique governou no sentido de conseguir uma completa autonomia para o seu condado e deixou uma terra portucalense muito mais livre do que aquela que recebera. Por morte de D. Henrique (1112), sucede-lhe a viúva deste, D. Teresa, no governo do condado durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques. O pensamento de D. Teresa foi idêntico ao do seu marido: fortalecer a vida portucalense, conseguir a independência para o condado. D. Teresa começou (1121) a intitular-se «Rainha», mas os muitos conflitos diplomáticos e a influência que concedeu a alguns nobres galegos (principalmente a Fernão Peres) na gerência dos negócios públicos prejudicou o seu esforço. Aos catorze anos de idade (1125), o jovem Afonso Henriques arma-se a si próprio cavaleiro – segundo o costume dos reis – tornando-se assim guerreiro independente, e passando a viver em Coimbra a partir de 1130. A posição de favoritismo em relação aos nobres galegos e a indiferença para com os fidalgos e eclesiásticos portucalenses originou a revolta destes, sob chefia do seu filho, D. Afonso Henriques.

A luta entre Afonso Henriques e sua mãe desenrola-se, até que em 1128 se trava a Batalha de São Mamede (Guimarães) e D. Teresa é expulsa da terra que dirigira durante quinze anos. Uma vez vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado, declarando-o principado independente.

Continuou, no entanto, a lutar contra as forças de Afonso VII de Leão e Castela (inconformado com a perda das terras portuguesas), enquanto paralelamente travava lutas contra os muçulmanos. Em 1139, Afonso Henriques conseguiu uma importante vitória contra os Mouros na Batalha de Ourique, tendo declarado a independência com o apoio dos chefes portugueses, que o aclamaram como soberano.

  • Nascia, pois, em 1139, o Reino de Portugal e sua primeira dinastia, com o Rei Afonso I de Portugal (D. Afonso Henriques), e a cidade de Coimbra como a primeira capital.

Só em 1143 é reconhecida independência de Portugal pelo rei de Castela, no Tratado de Zamora, assinando-se a paz definitiva. D. Afonso Henriques dirigiu-se ao papa Inocêncio II e declarou Portugal tributário da Santa Sé, tendo reclamado para a nova monarquia a proteção pontifícia. Durante o período que se segue, as atenções seguiam, sempre que possível, em assegurar essa soberania (que ficou dificultada durante a crise dinástica de 1383) e prolongar o território para Sul.

Os descobrimentos
A partir da conquista de Ceuta em 1415 iniciaram-se várias campanhas além-mar, na conquista de praças em África, como Ceuta e Tânger. Vendo a riqueza com que se vivia na região, os portugueses empenharam-se em descobrir mais e mais território. O pretexto inicial da conversão cristã começava a revelar-se agora um verdadeiro espírito aventureiro, o gosto por descobrir. Portugal inicia uma longa caminhada pela costa Africana, redescobrindo Madeira, Açores e descobrindo São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola e a Guiné até que D. João II, baseado em boatos que procurou esclarecer, inicia um projeto que iria lançar Portugal entre as potências mundiais: uma rota comercial marítima para a Índia. O projeto passa a empreendimento, e eis que Vasco da Gama, já no tempo de D. Manuel I, vê a luz ao Oceano Índico e espalha a presença portuguesa pela costa oriental africana, até à Índia. Entretanto tomava-se conhecimento, através de Cristóvão Colombo, de novo território a Oeste, as mais tarde chamadas Índias Ocidentais, as Américas, portanto. E seria a curiosidade de Pedro Álvares Cabral que traria, para o novo Império Português, o Brasil.

Com todas as suas colônias estabelecidas, Portugal tornou-se rapidamente um importante explorador comercial, tornando a Península Ibérica a maior potência mundial da altura.

O império português
Foi o primeiro e o mais duradouro dos Impérios coloniais (1415-1999) da Era dos Descobrimentos. Após a descoberta da costa Africana, enquanto se avançava por terra para o centro do continente, exploravam-se outras alternativas rumo às especiarias. A intensidade desta procura, por várias nações, iria permiti-las estabelecer vastas colônias em todo o mundo, e Portugal foi uma dessas nações. Em 1571 uma cadeia de entrepostos ligava Lisboa a Nagasaki, cidade fundada no Japão pelos portugueses: o império tornara-se verdadeiramente global, trazendo no processo enormes riquezas para Portugal. Desde a América do Sul à Ásia, Portugal espalhava a língua e os costumes, trazendo para o país grandes riquezas, muitas vezes em prejuízo das colônias.

Dinastia Filipina
Em 1580, com a morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, Portugal enfrenta uma crise dinástica cuja análise se mostrou complexa. Apesar dos esforços de D. António, o Prior do Crato, o trono caiu nas mãos dos reis de Espanha, sob a forma de monarquia dual - dois reinos, um rei.

Durante a Dinastia Filipina o império português sofreu grandes reveses ao ser envolvido nos conflitos de Espanha com a Inglaterra, a França e a Holanda. Os confrontos foram iniciados a pretexto da Guerra dos Oitenta Anos. Entre 1595 e 1663 foi travada a Guerra Luso-Holandesa com as Companhias Holandesas das Índias Ocidentais, que tentavam tomar as redes de comércio portuguesas de especiarias asiáticas, escravos da áfrica ocidental e açúcar do Brasil. Portugal foi envolvido no conflito por estar unificado sob a coroa dos Habsburgos, mas os confrontos perduraram vinte anos após a Restauração da Independência em 1640.

Face ao ocorrido, e à instabilidade social provocada pela quebra de promessas pelos reis castelhanos, Portugal vive um período de guerra interna pela restauração da Independência, até conseguir a Paz que elevaria D. João IV ao trono português.

Após 1640 (fim da dinastia filipina), a Coroa Portuguesa criou o Conselho Ultramarino, encarregado de uma nova política colonial, com o objetivo de superar a situação econômica enfrentada pela Metrópole. Neste contexto, o Brasil, como a maior e a mais rica das colônias, foi alvo de um arrocho econômico e administrativo, e ao mesmo tempo, estimulou-se a busca pelo ouro e pedras preciosas.

Era pombalina e iluminismo
No princípio do século XVIII, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal assume o cargo de primeiro-ministro, e torna-se responsável por reformas em várias áreas. Introduziu em Portugal a doutrina do "direito divino dos reis", revelando-se um déspota esclarecido ao serviço de um apagado rei absoluto, D. José I. Os jesuítas, defensores do pacto de sujeição do rei à República, foram naturalmente expulsos. Foi muito contestado pela sua crueldade e rigidez. A reconstrução da baixa de Lisboa, após o Terramoto de 1755, expressa os conceitos urbanos e estéticos do Iluminismo. Relativamente ao Brasil, o Marquês considerava-o uma colônia estritamente dependente de Lisboa e ao serviço do enriquecimento do Reino de Portugal; o povo brasileiro sentiu-se desprezado, o que gerou a instabilidade local suficiente para que a colônia se revoltasse e se viesse a tornar independente.

Invasões francesas
Napoleão Bonaparte orienta a sua política para a Espanha, formalmente um país aliado, mas cuja dinastia Napoleão, à semelhança do que fizera noutros Estados, pretende substituir pela dinastia Bonaparte. É neste contexto que se deve situar a invasão de Portugal, aliado da Inglaterra e, portanto, não aderente ao sistema do Bloqueio Continental decretado em 1806 (Decreto de Berlim). Para conseguir os seus intentos, Napoleão celebra com a Espanha o Tratado de Fontainebleau (27 de outubro de 1807), no qual previa a divisão de Portugal em três reinos sob a influência da França. Ao mesmo tempo, Napoleão planejava já apoderar-se do Brasil e das colônias espanholas. O plano é executado logo no Outono de 1807, com a invasão de Portugal por um exército comandado pelo general Junot. Todos os planos de Napoleão fracassaram. A família Real Portuguesa, toda a Corte e o Governo, num total de cerca de 15 mil pessoas, partiram para o Brasil, de onde foi prosseguida, com inegável êxito, a política internacional portuguesa. Com a rebelião popular espanhola, as tropas espanholas abandonam Portugal, deixando margem para a revolta do Porto (7 de Junho de 1808) e para a constituição da Junta Provisional, ao mesmo tempo que, em todo o território português alastra um movimento de resistência popular. O desembarque de uma força expedicionária britânica comandada por Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington, perto da Figueira da Foz (1 de agosto) deitará por terra os planos de ocupação e dissolução de Portugal. Derrotado em Roliça e Vimeiro (21 de agosto), Junot não tem outra alternativa senão assinar um armistício, que, sob protesto português, lhe permitirá abandonar Portugal em navios britânicos, com as suas tropas e o seu saque. Estava concluído o domínio de Napoleão Bonaparte sobre Portugal, ao mesmo tempo que a guerra alastrava a toda a Península, acabando por comprometer toda a política imperial da França.

Revolução Liberal de 1820
Nos inícios do século XIX Portugal vivia uma crise motivada pela partida da família real para o Brasil, pelas consequências destrutivas das Invasões Napoleônicas, pelo domínio dos ingleses sobre Portugal e pela abertura dos portos do Brasil ao comércio mundial, o que tinha provocado a ruína de muitos comerciantes portugueses. Ao mesmo tempo, a ideologia liberal implantava-se em pequenos grupos da burguesia.

Os deputados eleitos, oriundos de todo o território controlado por Portugal (Brasil, Madeira, Açores, dependências da África e Ásia) formaram as Cortes Constituintes. O rei D. João VI foi intimado pelas Cortes a regressar a Portugal. Antes de voltar nomeia o seu filho, o príncipe D. Pedro, regente do reino do Brasil, o que desagradou às Cortes Constituintes que entendiam que a soberania só poderia residir em Portugal continental. As cortes ordenaram também que D. Pedro deixasse o Brasil para se educar na Europa. Estas atitudes geraram o descontentamento dos 65 deputados brasileiros nas Cortes Constituintes, que deixam o país em direção ao Brasil. No dia 7 de Setembro de 1822 o princípe D. Pedro recebe mais uma mensagem das Cortes, que rasga diante dos seus companheiros, exclamando: "Independência ou morte!". Este ato, conhecido como o grito de Ipiranga, marcaria a data da independência do Brasil.

No mesmo ano as Cortes aprovaram a Constituição. Inspirada na Constituição francesa de 1791 e na Constituição de Cádis de 1812 , consagra a divisão tripartida dos poderes (legislativo, executivo e judicial), limitava o papel do rei a uma mera função simbólica, colocando o poder no governo e num parlamento unicamaral eleito por sufrágio direto. Isso mostrava a forte influencia iluminista na época.

Guerras liberais
Com a morte de D. João VI, levantava-se um problema de sucessão. Após D. Pedro IV ter sido forçado a abdicar do trono de Portugal em favor do trono do Brasil, D. Maria II subia ao trono por legitimidade. Entretanto, D. Miguel, que já se revoltara pelo menos duas vezes e estava exilado, foi nomeado regente do Reino, e o casamento com D. Maria seria arranjado. Na tentativa de impor o seu regime absolutista, depôs o regime monárquico-constitucional de D. Maria dando início a seis anos de conflitos armados com intervenções da política internacional. Para resolver a situação, D. Pedro abdica do trono para o seu filho Pedro II do Brasil, e impõe-se, pela força. As derrotas sucessivas de D. Miguel iriam forçá-lo a desistir da luta no compromisso de Évora-Monte, e permitir a restauração da Carta Constitucional de 1826 e do trono de D. Maria II.

Primeira República
O Republicanismo acentuou-se de tal forma na primeira década do século XX que em 1 de fevereiro de 1908 se dá o regicídio. Quando regressavam de Vila Viçosa, o Rei D. Carlos e o seu filho mais velho, o príncipe herdeiro D. Luis Filipe, foram assassinados no Terreiro do Paço (Praça do Comércio), em Lisboa. Acontece em 3 de outubro de 1910 uma revolta que provocaria a deposição de D. Manuel II e a criação da República Portuguesa. Constituía-se o primeiro Governo Provisório, encabeçado por Teófilo Braga, naquele que ficou conhecido como o primeiro momento do período das Três Repúblicas.

A ditadura e o Estado Novo
Por volta de 1928 tornara-se premente a situação financeira do Estado português. Nesse ano foi chamado ao governo um professor de Finanças da Universidade de Coimbra, Antônio de Oliveira Salazar, que teria os destinos de Portugal nas suas mãos durante as próximas quatro décadas.

O seu pensamento político rejeitava o comunismo, mas também as tradições do liberalismo político e econômico. Profundamente conservador e nacionalista, alimentava uma nostalgia pelo meio rural, considerado ideal.

Em 1932 Salazar passa a acumular o cargo de ministro das Finanças, com o de presidente do Conselho de Ministros para o qual é nomeado. A partir daqui dedica-se a montar as estruturas do novo regime político, caracterizado pela existência de um único partido (a União Nacional), por um sistema econômico regulador da economia (condicionalismo industrial) e pelo antiparlamentarismo.

Em 1933, entrou em vigor a nova Constituição Portuguesa. Na prática, o presidente da República foi uma figura apagada, a Assembleia Nacional foi ocupada por apoiantes do regime e o poder concentrou-se na figura de Salazar.

Os antigos partidos políticos portugueses desaparecem, com exceção do Partido Comunista Português (fundado em 1921), cujos dirigentes foram duramente perseguidos pela polícia política. A censura, restabelecida em 1926, foi consolidada e todas as greves proibidas. Em 1936 o regime cria a Mocidade Portuguesa, cujo propósito era incutir à juventude do país as ideias do regime.

Durante a Segunda Guerra Mundial Portugal manteve-se neutro no conflito. Em 1949 Portugal ingressa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO) e em 1955 na Organização das Nações Unidas.

Revolução dos Cravos
Numa conspiração militar, o Exército Português consegue ser bem sucedido num golpe de estado que, por não ser violento, se tratou de designar historiograficamente de Revolução dos Cravos e que ocorreu no dia 25 de abril de 1974. Os dirigentes do movimento (os "Capitães de Abril"), assumiram como prioridades o fim da polícia política, o restabelecimento da liberdade de expressão e pensamento, o reconhecimento dos partidos políticos existentes ou a criar e a negociação com os movimentos de independência das colônias.

O poder seria assumido pela Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, órgão que seria substituído pelo Conselho da Revolução (1975-1982). Antônio de Spínola foi designado Presidente da República, tendo entrado em funcionamento o primeiro de uma série de governos provisórios, presidido por Palma Carlos.

No dia 25 de abril de 1975, passado justamente um ano sobre a revolução, realizaram-se as primeiras eleições democráticas, cujo objetivo era formar uma Assembleia Constituinte que elaborasse uma constituição para o país. Essa constituição seria promulgada no dia 2 de abril de 1976 e é a constituição que rege Portugal até hoje, apesar de ter sido revista em várias ocasiões.

Terceira República
A Terceira República Portuguesa é o período da história de Portugal que corresponde ao atual regime democrático implantado após a Revolução dos Cravos do dia 25 de abril de 1974, que pôs um fim ao regime autoritário do Estado Novo. Foi caracterizado inicialmente por constante instabilidade e possibilidade de guerra civil durante os primeiros anos pós-revolucionários. Foi elaborada uma nova constituição, a censura foi proibida, a liberdade de expressão garantida, os prisioneiros políticos libertos e as maiores instituições do Estado Novo foram extintas. Subsequentemente foi concedida às colônias africanas a independência.

O I Governo Constitucional de Portugal teve o seu início a 23 de setembro de 1976, sob a chefia de Mário Soares. As primeiras eleições democráticas para a presidência da República foram realizadas por sufrágio direto. A 12 de novembro do mesmo ano realizaram-se as primeiras eleições autárquicas. Passam a funcionar todas as instituições democráticas. Portugal entra para o Conselho da Europa, iniciando o processo de abertura do país que levou à adesão de Portugal à CEE (atual União Europeia) em 1986.

Em 1999, Portugal aderiu à Zona Euro, e ainda nesse ano, entregou a soberania de Macau à República Popular da China. Desde a sua adesão à União Europeia, o país presidiu o Conselho Europeu por três vezes, a última das quais em 2007, recebendo a cerimônia de assinatura do Tratado de Lisboa.






Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O império austro-húngaro



A Áustria-Hungria ou Império Austro-Húngaro foi um vasto e importante Estado europeu, sucessor do Império Habsburgo (Império Austríaco). Resultou de um compromisso entre as nobrezas austríaca e húngara em 1867, e foi dissolvido em 1918, após a derrota na Primeira Guerra Mundial, conforme as exigências do Tratado de Versalhes implementadas pelos tratados de Saint-Germain e Trianon.



História
Na altura da sua dissolução, o Império tinha uma «superfície total» de 677.546 km². Sua «população» antes do início da Primeira Guerra Mundial era estimada em 52,5 milhões de habitantes. O que resta deste antigo Estado encontra-se dividido entre treze países atuais: Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e as regiões da Voivodina na Sérvia, Bocas de Kotor no Montenegro, Trentino-Alto Ádige e Trieste na Itália, Transilvânia e parte do Banato na Romênia, Galícia na Polônia e Ruténia (região Subcarpática) na Ucrânia.

Compromisso austro-húngaro
O compromisso austro-húngaro de 1867 inaugurou uma estrutura de poder dualista dentro do extinto Império Austríaco (1804-1867) e se originou numa época em que a Áustria entrava em declínio, ao perder influência na península itálica (como resultado de uma guerra contra a Sardenha-Piemonte em 1859) e nos estados alemães, que se reuniram sob o controle da Prússia na Confederação Germânica, formada logo após a Guerra Austro-Prussiana.

Outro fator crucial para a mudança constitucional foi a ascensão do chamado "movimento das nacionalidades", que havia se instalado por toda a Europa a partir dos ideais espalhados por Napoleão Bonaparte pelo continente durante as Guerras Napoleônicas. Para assegurar que o império não passaria por outra crise como a da década de 1840, o imperador Francisco José negociou um compromisso com a nobreza húngara, no intuito de garantir seu apoio. Os líderes magiares aceitaram a coroação de Francisco José quando conseguiram estabelecer um parlamento separado em Budapeste, com o poder de definir leis para a parte húngara da coroa (as terras de Santo Estêvão) e assim garantir sua proeminência política na região. Com o acordo firmado, também foi definido que o poder central ficaria responsável pela política externa, economia e defesa do novo império.

Com a formação do Império Alemão em 1870, sob o comando da Prússia bismarquiana, e a consolidação do Reino de Itália através da aquisição de Veneza, a política externa do novo império mudou drasticamente. Afastada dos assuntos alemães e da península itálica, a monarquia dual poderia exercer sua potência apenas sobre a complexa região dos Bálcãs, que então sofria um rápido processo de revoltas e independências com a queda do Império Otomano. A potência rival dos interesses austro-húngaros era o Império Russo de Alexandre II.

Conflitos balcânicos
Com a derrocada assustadora do Império Otomano, os Bálcãs tornaram-se uma zona instável e disputada. De um lado havia interesses de duas grandes potências (Áustria-Hungria e Rússia), que podiam entrar em choque com as potências expansionistas regionais (Bulgária e Sérvia). Os conflitos balcânicos foram essenciais para o desenvolvimento da política externa austríaca a partir das décadas de 1870 e de 1880. Anteriormente defendendo a continuidade do domínio otomano sobre a península balcânica, os interesses austro-húngaros voltaram-se contra a Turquia na Questão Oriental, lançando-se contra a Rússia numa concorrência aberta que duraria até a Primeira Guerra Mundial.

Em 1908, a monarquia austro-húngara anexou definitivamente a região da Bósnia-Herzegóvina ao seu território, temendo perdê-la novamente para a Turquia. O interesse maior era mostrar que o país ainda era uma grande potência na região e demonstrar sua clara intenção de refrear o separatismo que se configurava em áreas de seu domínio.

Com as Guerras Balcânicas, a configuração territorial da península se alterou rapidamente em uma pequeno intervalo de tempo, e a geopolítica deste espaço mudou. A queda da Bulgária na Segunda Guerra Balcânica perante seus antigos aliados (Grécia e Sérvia) faria com que o país se aproximasse da Áustria-Hungria tentando apoiá-la numa tentativa de impedir a construção de uma Grande Sérvia (que englobaria também territórios austro-húngaros de população eslava).

Primeira Guerra Mundial
A escalada dos conflitos entre os dois blocos formados pelo sistema de alianças europeu levava a Europa inteira a uma crise sem precedentes. O estopim para o início dos conflitos armados foi o assassinato do herdeiro do trono da Áustria-Hungria, Francisco Fernando, em Sarajevo, por um nacionalista bósnio-sérvio chamado Gavrilo Princip. A nação austro-húngara enviou um ultimato à Sérvia que não foi respondido à altura pela mesma, e a partir de então o sistema de alianças entrou em funcionamento.

Quando a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, a Rússia interveio e colocou seu apoio à nação eslava. Com o apoio russo de um lado, a Alemanha foi arrastada para o conflito, de acordo com o compromisso firmado pela Tríplice Aliança. A França, aliada à Rússia através da Tríplice Entente, também entrou no conflito contra a Alemanha e o Império Austro-Húngaro. A partir daí, mais nações se colocaram de cada um dos lados, e o mundo entrou em guerra.

Em maio de 1915, a Itália juntou-se aos aliados e atacou a Áustria-Hungria, traindo o acordo firmado na Tríplice Aliança, tendo como base o fato de que o acordo era defensivo, e que o ataque inicial havia partido dos Impérios Centrais. A sangrenta, mas indecisiva, batalha nos Alpes duraria pelos próximos três anos e meio, e nesta frente a Áustria-Hungria provaria ser efetiva no campo de batalha, conseguindo manter o exército italiano (superior em quantidade) longe de seu território. No verão, o exército austro-húngaro, trabalhando sob o comando unificado de um general alemão, participou da bem-sucedida Ofensiva Gorlice-Tarnow, e mais tarde, em conjunto com os exércitos da Bulgária e Alemanha, a Áustria-Hungria conseguiria conquistar a Sérvia.

Em 1916, os russos focaram seus ataques no exército austro-húngaro com a Ofensiva Brusilov, ao reconhecer a inferioridade numérica das forças adversárias. Os exércitos da monarquia dual sofreriam perdas massivas (de 1 milhão de homens) e nunca conseguiriam se recuperar completamente. Apesar disso, os problemas gerados na Rússia fariam com que o país entrasse em colapso e contribuiriam para a Revolução Russa de 1917 e para a saída deste da guerra no mesmo ano.

Dissolução do império
Quando ficou claro que os Aliados venceriam as Potências Centrais na guerra, vários movimentos nacionalistas que antes clamavam por um grau maior de autonomia passaram a exigir a independência completa. Como um dos seus Catorze Pontos, o presidente Woodrow Wilson assegurava o apoio a estes movimentos. Em resposta, o imperador Carlos I concordou em criar uma confederação entre várias nacionalidades, na qual cada uma exerceria seu governo.

Em 14 de outubro de 1918, o Ministro das Relações Exteriores, o Barão István Burián von Rajecz, pediu um armistício também baseado nos Catorze Pontos. Em uma tentativa de demonstrar boa fé, o imperador proclamou dois dias depois que a Áustria se tornaria uma união federal de quatro componentes - alemães, tchecos, eslavos do sul e ucranianos. Aos polacos era garantida a independência completa, com o propósito de liberar estes territórios a se unir a um novo país que se formava ao norte, a Polônia.

A resposta de Lansing foi o certificado de morte para a Áustria-Hungria. Conselhos nacionais nas províncias imperais passaram a funcionar e começavam a agir como países independentes. Com uma derrota iminente se aproximando, os grupos étnicos separatistas anunciaram a independência - Tchecoslováquia em 28 de outubro, e o reino dos sérvios, croatas e eslovenos no dia seguinte. O estado foi completamente dissolvido em 31 de outubro, quando o governo húngaro finalizou a união com a Áustria, dissolvendo assim a monarquia dual.

Enfrentando uma situação de desespero, o último Habsburgo a reinar na Áustria, Carlos I, abriu mão de todos os seus poderes sobre a Cisleitânia em 11 de novembro, e fez o mesmo com a Transleitânia em 13 de novembro. Ele não abdicou, caso o povo ou o novo estado que se formaria o chamassem de volta para o estabelecimento de uma nova monarquia constitucional. Na Hungria e também na Áustria, duas repúblicas separadas foram proclamadas em novembro, e Carlos I foi buscar exílio no exterior (transferindo-se com sua família para a Ilha da Madeira), vendo que não teria mais chances de ascender novamente ao poder. Os vencedores assinaram o Tratado de Saint-Germain-en-Laye com a Primeira República Austríaca e o Tratado de Trianon com a Hungria, regulando as novas fronteiras entre os dois países.

O chefe de Estado era o Imperador, da família dos Habsburgo, que era por sua vez chefe dos dois estados em simultâneo, como Imperador da Áustria e Rei da Hungria. Nos 51 anos que durou a monarquia imperial dual austro-húngara houve dois soberanos:
  1. Francisco José I de Habsburgo (1867 a 1916).
  2. Carlos I de Habsburgo (1916 a 1918).



Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

domingo, 30 de maio de 2010

Chipre

O Chipre é uma ilha situada no mar Egeu oriental ao sul da Turquia, cujo território é o mais próximo, seguindo-se a Síria e o Líbano, a leste. Segundo leis internacionais, a ilha de Chipre no seu todo é um país independente. Todavia, desde 1974 encontra-se dividida entre um Estado que ocupa os dois terços ao sul da ilha: o Chipre grego e a República turca, que ocupa o terço norte da ilha e que é reconhecida somente pela própria Turquia. Ambos os estados possuem a cidade de Nicósia como a sua capital, sendo esta a última capital dividida por um muro em todo mundo.


História
Depois de sucessivamente ocupado por egípcios, assírios, persas e gregos durante a antiguidade, Chipre foi dominado pela República de Veneza desde 1489 até à invasão dos turcos otomanos em 1570. Pelo Congresso de Berlim, a ilha passou à administração britânica a 12 de julho de 1878, sendo convertida oficialmente em colônia em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial.

Em 1930 começam as primeiras revoltas a favor da inoses (união de Chipre com a Grécia) e, nos fins da Segunda Guerra Mundial, os greco-cipriotas aumentam a pressão para o fim do domínio britânico.

Em 1960, Chipre, Grécia e o Reino Unido assinam um tratado que declara a independência da ilha, ficando os britânicos com a soberania das bases de Akrotiri e Dhekelia. Makarios assume a presidência, mas a constituição indicava que os turco-cipriotas ficariam com a vice-presidência, com poder de veto, o que dificultou o funcionamento do estado e as relações entre greco-cipriotas e turco-cipriotas, desembocando em explosões de violência intercomunitária em 1963 e 1967.

A 15 de julho de 1974 um golpe pró-helênico depôs o governo legítimo, o que provocou a reação de Turquia, que, utilizando-se da suposta defesa dos interesses dos turco-cipriotas, invadiram e até hoje ocupam militarmente a parte norte da ilha, ocupação esta que já fora declarada ilegal inúmeras vezes pelo Conselho de Segurança da ONU, cujas resoluções ordenavam a retirada imediata das tropas turcas. Esta foi a origem da República Turca de Chipre do Norte, um estado de fato que só é reconhecido pela Turquia e pela Organização da Conferência Islâmica. Deste então, o Estado Turco vem tentando modificar a etnia da ilha, trazendo centenas de milhares de turcos (os quais não têm origem cipriota) e habitam as casas dos greco-cipriotas refugiados de guerra que fugiram da morte sem nada levar.

A República de Chipre foi aceita como membro da União Europeia em 2004, ao mesmo tempo que se aplica um plano para a reunificação apoiado pelas Nações Unidas, apesar de um referendo em que 76% dos greco-cipriotas terem votado contra.


Geografia
Chipre é uma das grandes ilhas do mar Mediterrâneo (juntamente com a Sicília, Sardenha, Córsega e Creta), a mais oriental de todas, localizada entre a costa sul da Anatólia e a costa mediterrânica do Médio Oriente. Geograficamente, pertence à Ásia, embora culturalmente e historicamente seja um misto de elementos europeus e asiáticos, com os europeus a predominar, dado o seu passado grego e os dois terços atuais de população de origem grega.

A ilha é montanhosa, com duas zonas acidentadas separadas por um vale amplo (a Mesaoria), onde se ergue a capital, Nicósia. A sudoeste erguem-se os montes Troodos, que albergam o ponto mais elevado da ilha, o monte Olimpo, com 1 953 m de altitude. A norte erguem-se os montes Kyrenia, uma cordilheira bastante estreita que começa na costa norte e que se prolonga para leste na longa península que confere à ilha a sua forma característica. Há também pequenas planícies costeiras no sul.

Nicósia é a maior cidade e a capital quer do estado reconhecido internacionalmente, quer da República Turca de Chipre do Norte. Outras cidades importantes são Limassol na parte grega e Famagusta na parte ocupada. O clima é mediterrânico.


Demografia
Os cipriotas gregos e turcos compartilham muitos costumes, mas mantêm sua etnicidade baseada na religião, idioma e outros fortes laços com suas respectivas terras maternas.

A língua: O grego é falado predominantemente no sul, enquanto o turco predomina no norte. Esta delimitação das linguagens só corresponde ao período presente, devido à divisão da ilha depois de 1974, a qual implicou uma expulsão dos cipriotas gregos do norte e um movimento análogo dos cipriotas turcos desde o sul. No entanto, historicamente, o grego (em seu dialeto cipriota) era falado por um 82% da população aproximadamente, a qual estava regularmente distribuída ao longo de toda o área de Chipre, tanto no norte como no sul. De maneira similar, os falantes turcos estavam distribuídos também de maneira regular. O inglês é pouco falado na ilha.


Política
Chipre é uma república, com um sistema presidencialista de governo. O presidente é o chefe de estado e de governo, nomeando e liderando o Conselho de Ministros, que exerce o poder executivo. O presidente é eleito por 5 anos, por voto direto e universal. O poder legislativo é exercido pela Câmara dos Representantes. Os deputados são eleitos democraticamente por um sistema uninominal, de 5 em 5 anos. Os deputados são só cipriotas gregos. Os representantes da denominada República Turca do Norte de Chipre não são reconhecidos internacionalmente.


Símbolos nacionais
  • Bandeira
A atual bandeira nacional do Chipre foi adotada a 16 de agosto de 1960. Mostra um mapa de toda a ilha por cima de dois ramos de oliveira.


  • Brasão de armas

O brasão de armas do Chipre representa uma pomba que transporta um ramo de oliveira, 1960 foi o ano da independência dos cipriotas em relação á Grã-Bretanha. O fundo é um cobre-cor amarela; o presente simboliza os grandes depósitos de minério de cobre em Chipre.

  • Hino nacional
Tanto o hino nacional do Chipre como o da Grécia foram extraídos de um longo poema de 158 estrofes, todavia somente as duas primeiras são parte oficial da composição musical. O texto foi escrito por Dyonísios Solomós e musicado por Nikolaos Mantzaros, tendo sido oficialmente adotado em 1864. Trata-se duma ode à liberdade alcançada em 1821, após séculos de domínio otomano.




Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Império Bizantino

O Império Bizantino ou Reinado Bizantino, inicialmente conhecido como Império Romano do Oriente ou Reinado Romano do Oriente, sucedeu o Império Romano (cerca de 395) como o império e reinado dominante do Mar Mediterrâneo. Sob Justiniano I, considerado o último grande imperador romano, dominava Cartago e áreas do atual Marrocos, sul da península Ibérica, sul da França, sul da Itália, bem como suas ilhas, península Balcânica, Anatólia, Egito, Oriente Próximo e a península da Criméia, no Mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, não é errado inserir o Império Bizantino no estudo da Idade Média, mas, a rigor, ele viveu uma extensão da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizâncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macedônica, Basílio II Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros), no início do século IX. A sua regressão territorial gradual delineou a história da Europa medieval, e sua queda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Média.


O embrião do Império Bizantino surgiu quando o imperador romano Constantino I decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizâncio uma nova capital para o Império Romano, mais próxima às rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, e a Europa à Ásia. Já havia algum tempo que Roma era preterida por seus imperadores que optavam por outras sedes de governo, em especial cidades mais próximas das fronteiras ou onde a pressão política fosse menor. Em geral, eles tendiam a escolher Milão, mas as fronteiras que estavam em perigo na época de Constantino eram as da Pérsia ao leste e as do Danúbio ao norte, muito mais próximas da região dos Estreitos Turcos. A nova capital, batizada de Constantinopla em homenagem ao imperador, unia a organização urbana de Roma à arquitetura e arte gregas, com claras influências orientais. É uma cidade estrategicamente muito bem localizada, e sua resistência a dezenas de cercos prova a boa escolha de Constantino. Em pouco tempo, a cidade renovada tornar-se-ia uma das mais movimentadas e cosmopolitas de sua época. Sua religião, língua e cultura eram essencialmente gregas, e não romanas, mas para os bizantinos a palavra "grego" significava, de maneira injuriosa, "pagão". Os persas e os árabes também chamavam os bizantinos de "romanos". A palavra bizantino vem de Bizâncio, o antigo nome da capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla. O termo bizantino começou a ser utilizado somente depois do século XVII, quando os historiadores o criaram para fazer uma distinção entre o império da Idade Média e o da Antiguidade. Tradicionalmente, era conhecido apenas como Império Romano do Oriente (devido à divisão do Império feita pelo imperador romano Teodósio I, no século IV da Era Cristã).

O Império Bizantino pode ser definido como um império formado por várias nações da Eurásia que emergiu como império cristão e terminou seus mais de mil anos de história em 1453 como um estado grego ortodoxo: o império se tornou nação. Nos séculos que seguiram às conquistas árabes e lombardas do século VII, esta natureza inter-cultural (assinalamos: não multinacional) permaneceu ainda nos Bálcãs e Ásia Menor, onde residia uma poderosa e superior população grega.

Os bizantinos identificavam a si mesmos como romanos, e continuaram usando o termo quando converteu-se em sinônimo de helênico. Preferiram chamar a si mesmos, em grego, romioi (quer dizer povo grego cristão com cidadania romana), ao mesmo tempo que desenvolviam uma consciência nacional como residentes de Romania (Romania é como o estado bizantino e seu mundo foram chamados na sua época).

Ainda que os antigos gregos não fossem cristãos, os bizantinos os reclamavam como seus ancestrais. De fato, os bizantinos se referiam a eles mesmos como romioi por ser uma forma de reter tanto sua cidadania romana quanto sua herança ancestral grega. Um substituto comum do termo "heleno" (que tinha conotações pagãs) tanto como o de romioi, foi o termo graekos (grego). Este termo foi usado frequentemente pelos bizantinos (tanto como romioi) para sua auto-identificação étnica. (ao lado bandeira do Imp. Bizantino)

A dissolução do estado bizantino no século XV não desfez imediatamente a sociedade bizantina. Durante a ocupação otomana, os gregos continuaram identificando-se como romanos e helenos, identificação que sobreviveu até princípios do século XX e que ainda persiste na moderna Grécia.


História
– Primeiros séculos
Entre o século III e o século V, o Império Romano viveu uma desastrosa crise nas suas estruturas. A parte ocidental do Império, onde se localizava a capital, Roma, teve que lidar com massivas imigrações de povos do norte e do leste, fenômeno conhecido como invasões bárbaras. Enquanto isso, a parte oriental do Império Romano, que sofria menos com essas invasões, se achava numa situação mais estável, tanto econômica como politicamente. A antiga capital, Roma, estava decadente e a elite senatorial era imprevisível quanto à sua fidelidade. Então não foi nenhuma surpresa quando Constantino ordenou, em 324, a construção de uma nova capital no lado europeu do Bósforo. A cidade foi erguida no local da antiga Bizâncio, colônia fundada por gregos de Mégara em 657 a.C. foi inaugurada com o nome de Constantinopla, em 330, que tinha uma posição privilegiada. Entre os mares de Mármara, Negro e Egeu, constituiu, ao longo de sua história, um verdadeiro entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente.

– Dinastias latinas
Nesse período, os imperadores buscaram combater o helenismo, predominando as instituições latinas. O latim também foi mantido como língua oficial.
  • De 395 a 457, estendeu-se a dinastia Teodosiana, cujo primeiro imperador foi Arcádio, responsável pela expulsão dos visigodos no final do século IV. Destacou-se também o cerco de Átila, o Huno, afastado, em 443, por meio do pagamento de um resgate de seis mil libras de ouro.
  • De 457 a 518, estendeu-se a dinastia Leonina que foi deposta em 477 mais somente o imperador Basilisco ou (Bizânico) e foi restaurada em 491 por Anastácio I um de seus herdeiros, na qual destacou-se, em 488, o acordo de combate aos hérulos levado a efeito entre o imperador Zenão I e o rei dos ostrogodos, Teodorico.
  • A mais importante dinastia latina foi a Justiniana (518-610). Nela, o imperador Justiniano I (527-565) buscou restaurar e dispor sob sua inteira autoridade a vastidão típica do império dos Antoninos (96-192). Em 534, sob o comando do general Belisário, o exército de Justiniano conquistou o reino dos Vândalos. Em 554, com a conclusão das Guerras Góticas, na península Itálica, o Império abraçava também o Reino dos Ostrogodos.
– Para a posteridade, o maior legado desse período foi o Corpus Juris Civili, base, ainda hoje, da maioria dos códigos legislativos do mundo. O Corpus Juris Civili era dividido em quatro partes:
  1. Código Justiniano - compilação de todas as leis romanas desde Adriano (117-138) ,
  2. Digesto ou Pandectas - reunião de trabalhos de jurisprudência de grandes juristas ,
  3. Institutas - espécie de manual que facilitava o uso do Código ou do Digesto , e
  4. Novelas ou Autênticas - novas leis decretadas por Justiniano e seus sucessores.


Justiniano ordenou também a construção da Basílica de Santa Sofia, com estilo arquitetônico próprio, o qual convencionou-se chamar de estilo bizantino.

No século VI, para combater a heresia do nestorianismo, o patriarca de Alexandria, Dióscoro, desenvolveu o monofisismo, formulação teológica também condenada pela Igreja Católica e muito ligada a ideiais de emancipação política no Egito e na Síria. Desencadearam-se então movimentos de perseguição aos monofisistas, protegidos, no entanto, pela esposa de Justiniano, a imperatriz Teodora. Buscando manter a unidade do império, Justiniano desenvolveu a heresia do monotelismo, uma tentativa de conciliação entre o monofisismo e o nestorianismo. Justiniano ainda se viu às voltas com terremotos, fome e a grande peste de 544. Após sua morte, os lombardos, até então estabelecidos na Panônia como aliados, invadiram, em 568, a Itália setentrional. Os bizantinos mantiveram ainda o Exarcado de Ravenna, os ducados de Roma e Nápoles, a Ístria, a Itália Meridional e a Sicília.

– Apogeu
O império sobreviveu, graças aos disciplinados exércitos, ao emprego do fogo grego nas batalhas marítimas e a bons imperadores e generais. Entre os séculos VII e IX, desenvolveu-se o movimento iconoclasta, que condenava o culto das imagens. Com os turcos, os imperadores deste tempo conseguiram manter seus territórios e se defender relativamente bem contra os inimigos.

Em 867, subiu ao trono Basílio I, dando início à Dinastia Macedônica, que levou o império ao auge. Muitas vitórias foram obtidas frente aos turcos, eslavos e búlgaros. Basílio II, que governou de 976 a 1025, completou a expansão do império. Ele prejudicou os grandes proprietários rurais em favor dos camponeses e venceu de uma vez por todas a Bulgária, incorporando-a ao império e recebendo a fama de Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros). Venceu os normandos em Canas e restabeleceu a autoridade imperial na Apúlia.

– Declínio
No século VI, o império perdeu a Itália para os lombardos. No século VII, os árabes conquistaram Jerusalém, Damasco, Alexandria, Cartago. A idade áurea do império parecia ter acabado. Em 1071, o imperador bizantino Romano IV foi vencido e capturado pelos turcos seljúcidas. Com isso o Império perdeu até um terço de sua população e recursos. Por mais que a dinastia subseqüente, tentasse recuperar o Império, ataques do ocidente e do norte e a própria sorte dos imperadores impediram isso. A península Itálica estava definitivamente perdida. O declínio do Império veio acompanhado de uma subserviência comercial aos interesses ora da República de Veneza (com a qual o próprio Basílio II assinou um tratado), ora da República de Gênova, até que finalmente Veneza desviou a Quarta Cruzada para Constantinopla, que caiu frente aos cruzados em 1204.

Três Estados com governantes bizantinos surgiram depois da primeira queda de Constantinopla:
  1. O Império de Nicéia
  2. O Despotado do Épiro
  3. O Império de Trebizonda
Destes, é o Império de Nicéia que é considerado o verdadeiro sucessor. Governado por imperadores fortes e bons, se tornou a primeira potência territorial na Ásia Menor. A agricultura se desenvolveu, assim como o comércio, e várias cidades na Europa foram recuperadas. Os Paleólogos, faltando com o seu juramento de lealdade, assassinaram o legítimo imperador e depuseram a dinastia dos Vatatzes-Laskaris. Miguel VIII Paleólogo fez uma aliança desnecessária com Gênova e conseguiu reconquistar a antiga capital do Império Bizantino no dia 25 de julho de 1261. Contudo a dinastia dos Paleólogos não conseguiu recuperar a antiga glória imperial. A retirada de tropas da Ásia para a defesa e reconquista da Europa abriu caminho para os vários emirados turcos, inclusive aquele dos Otomanos, se instalarem em antigos territórios do Império de Nicéia. Sem os territórios asiáticos e com a colonização comercial de Veneza e Gênova, o destino do Império estava selado. Especialmente prejudicial era colônia genovesa de Pera, que, instalada de frente a Constantinopla, do outro lado do Chifre de Ouro, dominava o comércio local, importante para os bizantinos.

Apesar de várias tentativas de obter apoio ocidental, culminando com a promessa de união entre a Igreja Católica Romana, com sede em Roma, e a Igreja Católica Ortodoxa, com sede em Constantinopla, no Concílio de Basileia-Ferrara-Florença, poucos foram os resultados. A cruzada pregada pelo papado para o resgate da "Nova Roma" foi vencida pelos otomanos. A viagem do imperador João VIII ao Ocidente não rendeu frutos, apesar dele ter sido muito bem tratado nos reinos ocidentais.


Fim do Império
Os últimos séculos da vida bizantina começaram com um usurpador Aleixo I Comneno, que iniciou o restabelecimento de um exército com base no direito feudal e obteve sucesso significativo contra os turcos seljúcidas. O seu pedido de ajuda ao Ocidente contra o avanço desses últimos resultou na Primeira Cruzada, que o ajudou a reclamar Niceia mas o afastou do apoio imperial. As cruzadas seguintes se tornaram cada vez mais antagônicas. Mesmo que o neto de Aleixo (Manoel I de Bizâncio) fosse amigo dos cruzados, nenhuma das duas partes podia esquecer que a outra a mantinha isolada, e os bizantinos suspeitavam muito das intenções dos cruzados cristãos que atravessavam continuamente seu território. Os alemães do Sacro Império Romano-Germânico e os normandos da Sicília e Itália continuaram a atacar o império no século XI e XII.

Frederico Barbarossa tentou conquistar o império durante a Terceira Cruzada, mas foi a Quarta Cruzada que teve o efeito mais devastador sobre o império. A dinastia dos Paleólogos, consegue reconquistar Constantinopla em 1261 e derrotou o Épiro, mas dando demasiada atenção à Europa, quando as províncias asiáticas eram a principal preocupação. Por algum tempo o império sobreviveu apenas porque os seljúcidas, tártaros e persas eram muito divididos para pdoer atacar, mas por fim os turcos otomanos invadiram todos os trritórios, com exceção de algumas cidades portuárias.

Os otomanos (núcleo de origem do futuro Império Otomano) constituíram um estado independente substituindo o Sultanato Seljúcida de Rum por mérito de Osman I, filho de Ertuğrul, cujo nome, a partir de 1281, servira para indicar a dinastia otomana por ele fundada. O império apelou ao Ocidente em busca de ajuda, porém os diversos estados europeus colocaram como condição a reunificação da Igreja Católica com a Ortodoxa, A unidade da Igreja foi considerada e ocasionalmente imposta legalmente, mas os cristãos ortodoxos não aceitaram o catolicismo romano. Alguns combatentes ocidentais chegarma em ajuda a Bizâncio, mas muitos preferiram deixar o imperador combater e não fizeram nada quando os turcos conquistaram os territórios remanescentes. A salvação momentânea de Constantinopla foi a chegda dos timúridas liderados por Tamerlão, que na batalha de Ancara derrotaram pesadamente os otomanos.

– A queda de Constantinopla
Constantinopla foi em princípio poupada devido às suas potentes defesas, porém com o advento dos canhões os muros, que foram impenetráveis por mil anos, não ofereceram proteção adequada à nova tecnologia. A queda de Constantinopla chegou numa quarta-feira, 29 de maio de 1453 depois de um assédio de dois meses sob Maomé II. Constantino XI Paleólogo, embora fosse aconselhado a fugir para Morea, quis permanecer na cidade fundada por seu homônimo Constantino I e foi visto pela última vez quando entrava em combate contra os janízaros otomanos, que avançavam perigosamente, perdendo além do império a vida em campo de batalha. Maomé II conquistou também Mistra em 1460 e Trebizonda, pondo fim ao estado grego.

– Consequências
A queda de Constantinopla significou a perda de um posto estratégico do cristianismo, que assegurava o acesso de comerciantes europeus em direção às rotas comerciais para a Índia e a China, sobretudo para os comerciantes venezianos e genoveses. Com a dominação turca, a rota entre o Mediterrâneo e o Mar Negro não ficou, bloqueada aos navios cristãos, mas dificultada. Isto impulsionou uma corrida naval em busca de outra rota em direção à Índia através do oceano Atlântico, contornando a África, Espanha e Portugal rapidamente tiraram vantagem da posição geográfica para dominar as novas rotas, causando o declínio das repúblicas marítimas de Veneza e Gênova. No final do século XV, financiado pelos reis de Espanha, Cristóvão Colombo partiu para uma ousada tentativa de alcançar a Ásia em uma nova rota através do oceano, para oeste, descobrindo um novo continente, a América, descortinando um novo mundo para os europeus. Este mesmo processo de fechamento do comércio no mar mediterrâneo, no qual os turcos otomanos impediram o avanço europeu, fez com que toda a região balcânica se tornasse mais dependente da produção própria, juntamente com a península Itálica. As diversas transformações econômicas e políticas que se seguiram à queda do Império Romano do Oriente levaram os historiadores a convencionarem o ano de 1453 como o marco do fim da Idade Média e do fim do feudalismo na Europa, fazendo do Império Bizantino um grande marco para as descobertas de novas terras, e para o desenvolvimento do capitalismo no mundo.


Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

domingo, 11 de abril de 2010

Macedônia




A República da Macedônia (em macedônio Република Македонија, transl. Republika Makedonija) é um país balcânico que até 1991 fazia parte da Jugoslávia socialista. Tem limites a norte com a República do Kosovo, a leste com a Bulgária, a sul com a Grécia e a oeste com a Albânia. Capital: Skopje. A Macedônia ingressou nas Nações Unidas em 1993 com o nome – Antiga República Iugoslava da Macedônia.






Disputa sobre o nome
Ao proclamar sua independência da República Socialista Federal da Jugoslávia, em 1991, a República da Macedônia enfrentou forte oposição da Grécia, que considera o nome Macedônia parte de seu passado cultural e possui uma região com o nome Macedônia. Desta forma, a Grécia só concordou com a admissão da República da Macedônia (nome constitucional) na Organização das Nações Unidas sob o nome provisório de "Antiga República Jugoslava da Macedônia" em macedônio: Поранешна Југословенска Република Македонија e assim a República da Macedônia tornou-se membro em 1993.

A maioria das organizações internacionais adotou a mesma convenção de nome, inclusive a OTAN , o FMI e o COI. Porém, um número crescente de países têm abandonado a referência provisória da ONU, inclusive três dos cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU: Estados Unidos, Rússia e China. Noventa países já reconhecem o país como "República da Macedônia" ou simplesmente "Macedônia".

A posição oficial do governo grego é que a palavra Macedônia é grega e só deveria ser usada para designar a região do histórico reino da Macedônia, que se encontra quase inteiramente no território da Grécia. No entanto, a Bulgária e a "República da Macedônia" referem-se à parte da Macedônia que integra o território grego como Macedônia Grega ou “Egeia”, implicando que a parte grega é apenas uma porção da Macedônia e não a sua totalidade.

História
– breve resumo da história da Macedónia:
  • século VI - Conquista da região pelos eslavos
  • século VII - Conquista da região pelos búlgaros
  • 1014 - Conquista pelo Império Bizantino
  • 1035 - Conquista pelo Império Otomano
  • 1893-1897 - desenvolvimento de movimentos (Bulgária) nacionalistas macedónios.
  • 1903 - levante macedônio apoiado pela Bulgária foi rechaçado violentamente pelos turcos com a destruição de 105 vilas de macedónios eslavos.
  • 1912-1913 - Guerra dos Balcãs, primeiro contra o Império Otomano pela divisão dos territórios e depois entre si (Bulgária contra Grécia, Sérvia, Romênia e Império Otomano, que a derrotaram), o que resultou na divisão do território macedónio entre gregos (região costeira) e sérvios (região central e norte da Macedónia).
  • 1919-1939 - Período entre guerras - a Macedónia passou a fazer parte do Reino dos sérvios, croatas e eslovenos. Os sérvios da (Vardar)-Macedónia passaram a fazer parte do Estado Federal da Jugoslávia.
  • 1945 - criação da República Socialista Federal da Jugoslávia. A Macedónia integrou o novo estado como uma de suas seis repúblicas constitutivas.
  • 1991 - em 8 de setembro, um plebiscito decidiu pela separação da Macedónia da Jugoslávia.
  • 1993 - em abril, a Macedónia foi admitida como membro da Organização das Nações Unidas, com o nome de "Antiga República Jugoslava da Macedónia".

Política
A Macedônia tem em seu território uma minoria albanesa, que se queixa de discriminação e exige que a região onde vivem seja autônoma. Em 1991 houve um plebiscito em todo o país, e dois anos mais tarde o país passou a ter uma representação na ONU.

Em 1998 os sérvios iniciaram uma limpeza étnica na província sérvia de Kosovo, ou seja, começaram a exterminar os Kosovares de origem albanesa que compõem 90% da população daquela região. O objetivo declarado era aumentar a proporção de sérvios e acabar com o movimento separatista . Com isso, milhares de refúgiados kosovares migraram para a Macedônia, em acampamentos precários.

Em 2001, tropas rebeldes albanesas avançaram sobre o solo da Macedônia, a qual contra-atacou violentamente, diminuindo a popularidade do governo. A OTAN chegou a propor apoio ao governo macedônio em julho de 2001, mas três meses depois o governo propôs uma trégua aos rebeldes, o que promoveu um cessar-fogo e a retirada das tropas das cidades.



Geografia
A Macedônia se situa na península Balcânica, fazendo fronteira ao sul com a Grécia, a oeste com a Albânia, a leste com a Bulgária, ao norte com Sérvia e com Montenegro. Sua região é montanhosa, com vales férteis excelentes para culturas temperadas.

Economia
A renda per capita da República da Macedônia é de 1.900 dólares. Com o boicote imposto pela ONU contra a Jugoslávia em decorrência da guerra e do genocídio promovido contra a população bósnia, a Macedônia foi impedida de conduzir comércio bilateral com esse país vizinho, o que prejudicou sua economia. Também a Grécia impôs boicote devido à questão do nome do novo país.

Demografia
A Antiga República Jugoslávia da Macedônia tem 2.070.000 habitantes, assim distribuídos conforme a etnia:
  1. 67,0% Eslavo-macedônios
  2. 21,0% Albaneses
  3. 4,5% Turcos
  4. 2,5% Sérvios

– Religião
  1. ortodoxa macedônia 64,7%
  2. muçulmana 33,3%
  3. cristãs 0,37%
  4. outras 1,63%
– Alfabetização 96,1% (2002)

– Línguas
  1. macedônio,
  2. albanês,
  3. turco e
  4. sérvio


– Área de 25 713 km2






Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sacro Império Romano-Germânico

O Sacro Império Romano-Germânico (em alemão Heiliges Römisches Reich; em latim Sacrum Romanum Imperium) foi a união de territórios da Europa Central durante a Idade Média, durante toda a Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea sob a autoridade do Sacro Imperador Romano. Embora Carlos Magno seja considerado o primeiro Sacro Imperador Romano, coroado em 25 de dezembro de 800, a linha contínua de imperadores começou apenas com Oto 'o Grande' em 962. O último imperador foi Francisco II, que abdicou e dissolveu o Império em 1806 durante as Guerras Napoleônicas. A partir do século XV, este estado era conhecido oficialmente como o Sacro Império Romano da Nação Germânica.

A extensão territorial do Império variou durante sua história, mas no seu ápice englobou os territórios dos modernos estados:

Alemanha,
Áustria,
Suíça,
Liechtenstein,
Luxemburgo,
República Tcheca,
Eslovênia,
Bélgica,
Países Baixos e
grande parte da Polônia, França e Itália






Na maior parte da sua história, o Império consistiu de centenas de pequenos reinos, principados, ducados, condados, cidades livres imperiais, e outros domínios. Apesar de seu nome, na maior parte da sua existência o Sacro Império Romano-Germânico não incluiu a cidade de Roma em seus domínios.

O Sacro Império Romano-Germânico invocava o legado do Império Romano do Ocidente, considerado como acabado com a abdicação de Rômulo Augústulo em 476. Embora o Papa Leão III tenha coroado Carlos Magno como Imperator Augustus em 25 de dezembro 800, e seu filho, Luís I, o Piedoso, também tenha sido coroado como Imperador pelo Papa, o Império e toda sua estrutura não foram formalizados por décadas, devido principalmente à tendência dos francos de dividir as heranças entre os filhos após a morte do rei. Isso é notável quando Luís I coroou-se em 814, após a morte de seu pai, mas apenas em 816, o Papa Estêvão VI, que sucedeu Leão III, foi a Reims e de novo coroou Luís. Com esse ato, o imperador fortaleceu o papado, instituindo o papel essencial do papa nas coroações imperiais.

Terminologias contemporâneas para o Império variaram muito durante os séculos:
  1. O termo Império Romano foi usado em 1034 para denotar as terras sob o domínio de Conrado II
  2. Império Sagrado em 1157
  3. Imperador Romano para referir-se aos governantes do Norte da Europa começaram com Oto II (Imperador 973-983)
  4. Os imperadores de Carlos Magno (Imperador de 800 a 814) a Oto I o Grande (Imperador de 962-973) usavam simplesmente a frase Imperator Augustus (ambos, sem a palavra "Romano", eram os títulos preferidos em vez de Imperador Romano)
  5. O termo preciso Sacro Império Romano, data de 1254
  6. A versão final Sacro Império Romano Germânico apareceu em 1512, depois de diversas variações no fim do século XV.

– No seu Essai sur l'histoire generale et sur les moeurs et l'esprit des nations (1756), o filosofo francês Voltaire descreveu o Sacro Império Romano como uma "aglomeração" que não é "nem sagrada, nem Romana, e nem um Império".

De um ponto de vista jurídico o Império Romano, fundado por Augusto em 27 aC e dividido em duas "partes" após a morte de Teodósio I, em 395, havia sobrevivido somente na parte oriental que, com a deposição do último imperador ocidental Rômulo Augústulo, em 476, tinha obtido também as insígnias da parte ocidental reunindo de um ponto de vista formal o Império Romano.

A coroação de Carlos Magno pelo papa Leão III em 800 foi ato privado de perfil jurídico legítimo: somente o imperador romano do Oriente (chamado "bizantino" mais tarde pelos iluministas no século XVIII) seria digno de coroar um par seu na parte ocidental, razão pela qual Constantinopla viu-se sempre com superioridade e suspeita aquele ato.

– Este ato foi justificado, do ponto de vista formal, com dois expedientes:
  1. na época, o Império Bizantino era governado por uma mulher, Irene de Bizâncio, ilegítima aos olhos ocidentais, criava um vazio de poder que tornava possíveis eventuais golpes (de fato na época o Império Bizantino não tinha nenhuma possibilidade de intervir diretamente na Europa ocidental);
  2. a questão que o papa se declarasse como direto herdeiro do Império romano arrogando-se o poder temporal graças ao documento (falso) da Doação de Constantino, com o qual Constantino I teria cedido a soberania sobre a cidade de Roma (e seu território limítrofe) ao papa Silvestre I; o documento, desmentido como falso já no século XV, foi redigido realmente no século VIII, quando o papa, ameaçado pelo avanço dos lombardos, tinha que fazer valer a própria autoridade. Naquela ocasião ele havia feito outro ato análogo, entretanto formalmente ilegítimo, com a coroação do rei dos francos Pepino o Breve, como agradecimento pela ajuda recebida na luta com os lombardos.


A partir da Alta Idade Média em diante, o Império estava sendo regido sob uma frágil coexistência do Império com a luta de duques locais para tirar o poder para longe dele. Com uma grande extensão que encontrava outros reinados medievais como a França e a Inglaterra, os Imperadores eram incapazes de manter controle sobre as terras que oficialmente tinham. Em vez disso, para assegurar sua própria posição e não ser deposto, os Imperadores eram forçados a dar mais e mais autonomia aos governantes locais: nobres e bispos. Esse processo começou no século XI e foi mais ou menos concluída em 1648. Diversos imperadores tentaram reverter essa dissolução da sua autoridade, mas eram frustrados pelo papado e pelos príncipes do Império.

Um pretendente a Imperador deveria primeiramente ser eleito como Rei dos Romanos. Reis eram eleitos desde muito tempo: no século IX pelos líderes das cinco tribos mais importantes: 1. os francos sálios da Lorena, 2. os francos ripuários da Francônia, 3. os saxões, 4. os bávaros, e 5. os suábios; depois pelos principais duques e bispos do reino; finalmente apenas pelo chamado Kurfürsten.

Esse colégio eleitoral foi formalmente estabelecido em 1356 pelo Rei da Boêmia, Carlos IV, através do decreto conhecido como Bula Dourada. Inicialmente, havia apenas sete eleitores:
  1. o Conde Palatino do Reno,
  2. o Rei da Boêmia,
  3. o Duque da Saxônia,
  4. o Margrave de Brandemburgo, e
  5. o arcebispo de Colônia,
  6. o arcebispo deMainz, e
  7. o arcebispo de Trier.
Durante a Guerra dos Trinta Anos, o Duque da Baviera ganhou direito ao voto como oitavo eleitor. Esperava-se de um candidato à eleição que oferecesse concessões de terra e dinheiro para os eleitores para que assim pudesse assegurar os votos. Em muitos casos, isso levava muitos anos enquanto o rei se ocupava de outras tarefas: freqüentemente ele precisava primeiro resolver rebeliões no norte da Itália, ou alguma querela com o papa. Depois os imperadores dispensaram a coroação papal, contentando-se com o título de Imperador-Eleito

último imperador a ser coroado pelo papa foi Carlos V em 1530


– O imperador devia ser:
  • um homem de bom caráter com mais de dezoito anos
  • todos os seus quatro avós tivessem sangue nobre.
  • nenhuma lei exigia que ele fosse católico, mas o direito imperial presumia que ele o fosse
  • não precisava ser alemão
A partir do século XVII, os candidatos geralmente possuíam estados dentro do Império. Luís XIV, Rei da França, considerou permitir que a Alsácia-Lorena, recentemente adquirida pelos franceses, voltasse a fazer parte do Império de modo a habilitá-lo a candidatar-se ao trono.

O imperador não podia simplesmente expedir decretos e governar o Império de maneira autônoma. Seu poder era severamente restrito pelos diversos líderes locais: no final do século XV, o Reichstag – estabeleceu-se como o corpo legislativo do Império, uma complexa assembléia que se reunia a períodos irregulares a pedido do imperador e cujo local de reunião variava, e tornaria uma assembléia permanente somente após 1663.

Uma entidade era considerada Reichsstand – patrimônio imperial, de acordo com o direito feudal, não fosse subordinada a mais ninguém exceto o próprio Sacro Imperador Romano. Eles incluíam:
  • Territórios governados por um príncipe ou duque, e em alguns casos reis.
  • Governantes do Sacro Império Romano-Germânico, com a exceção dos Rei da Boêmia (um eleitor), não podiam ser soberanos de reinos dentro do Império, mas alguns tinham reinos fora dos domínios do Império, como era o caso do Reino Unido, onde o governante era também Príncipe-eleitor de Hanôver desde 1714 até a dissolução do Império.
  • Territórios feudais liderados por um dignitário clérigo, que era então considerado príncipe da Igreja.
  • Cidades Livres Imperais.

O número de territórios era incrivelmente grande, chegando a aproximadamente 300 na época da Paz de Vestfália. Muitos deles não possuíam mais do que alguns quilômetros quadrados, razão pela qual o Império era freqüentemente descrito como uma "colcha de retalhos".


– O Reichstag era dividido em três classes distintas:
  1. O Conselho de Eleitores, que incluía os Eleitores do Sacro Império Romano.
  2. O Conselho de Príncipes, que incluía tanto nobres como clérigos.
  3. A Bancada secular: Príncipes (aqueles com o título de Príncipe, Grão-Duque, Duque, Conde Palatino, Margrave, ou Landgrave) com votos individuais; alguns tinham mais que um voto porque governavam diversos territórios. Ainda, o Conselho incluía Condes e Grafs, que eram agrupados em quatro Colégios: Wetterau, Suábia, Francônia, e Vestfália. Cada Colégio contava um voto no total de votos.
A Bancada Eclesiástica: Bispos, certos Abades, e os dois Grão-Mestres da Ordem Teutônica e da Ordem de São João tinham votos individuais. Outros abades eram agrupados em dois Colégios: Suábia e o Reno. Cada colégio tinha um voto coletivo. O Conselho das Cidades Imperiais, que incluía representantes das Cidades Imperiais eram agrupados em dois Colégios: Suábia e o Reno. Cada Colégio tinha direito a um voto coletivo. O Conselho das Cidades Imperiais não era totalmente igual aos outros; ele podia não votar em várias votações como a admissão de novos territórios. A representação das Cidades Livres no Reichstag se tornou comum desde a Alta Idade Média. Sua participação foi formalmente reconhecida apenas em 1648, com a paz de Vestfália quando acabara a Guerra dos 30 anos.

Cortes imperiais
O Império tinha também duas cortes: o Reichshofrat (também conhecido como o Conselho Áulico) baseada na corte do Rei/Imperador (depois em Viena), e a Reichskammergericht (Corte da Câmara Imperial), estabelecida com a Reforma Imperial de 1495.

Círculos Imperiais
Como parte da Reichsreform (Reforma Imperial), seis Círculos Imperiais foram estabelecidas em 1500 e estendidos para dez em 1512. Esses eram grupos regionais compostos pela maioria (mas não por todos) os vários estados do Império com o propósito de defesa, impostos imperiais, supervisão tributária, manter a paz e segurança pública. Cada círculo tinha seu próprio Kreistag ("Dieta Circular").

O Reino Franco Oriental desenvolveu-se como uma entidade separada até que um não-Carolíngio foi eleito como rei no começo do século X. A posterior coroação de seu filho Oto I como sucessor a imperador marcou o início da associação do Reino Franco Oriental com o título de Imperador, uma associação que se manteve intacta até a abdicação de Francisco II em 1806.

Com a divisão do reinado Franco com o Tratado de Verdun em 843, a dinastia Carolíngia prosseguiu independente nas três divisões: A parte oriental ficou sob o domínio de Luís o Germânico, que foi substituído por diversos líderes até a morte de Luís, a Criança, o último carolíngio da parte oriental. Os líderes da Alamania, Baviera, França e Saxônia elegeram Conrado I dos Francos, que não era um Carolíngio, como líder em 911. Seu sucessor, Henrique (Heinrich), I o Passarinheiro (R. 919-936), um Saxão eleito no Reichstag de Fritzlar em 919, conseguiu a aceitação de um Império Oriental separado da parte Ocidental (ainda comandada pelos Carolíngios) em 921, chamando a si mesmo Rex Francorum Orientalum (Rei dos Francos do Leste). Ele fundou a dinastia Otoniana.

Henrique indicou seu filho Otto, que foi eleito Rei em Aachen em 936, como seu sucessor. Um casamento-aliança com a soberana viúva do Reino Itálico deu a Otto o controle de toda essa nação. Sua posterior coroação como Imperador Oto I (depois chamado "o Grande") em 962 marcaria um avanço importante, quando desde então a realeza Franco-Oriental – e não o Reino Franco Ocidental que era o outro restante dos Reinos Francos – teria a bênção do Papa. Otto ganhou muito do seu poder logo, quando, em 955, os Magiares foram derrotadas na Batalha de Lechfeld.

Em contemporâneas e posteriores escrituras, essa coroação seria também referida como translatio imperii, a transferência do "Império dos Romanos" para um novo Império. Os imperadores alemães ainda pensavam serem sucessores diretos daqueles do Império Romano; por isso inicialmente chamavam-se Augustus. No começo eles não se chamavam Imperadores "Romanos", provavelmente para não provocar um conflito com o Imperador Romano que ainda existia em Constantinopla. O termo imperator Romanorum apenas se tornou comum sob Conrado II (sendo sua coroação em 1027, portanto na primeira metade do século XI) depois do Grande Cisma.

Nesse tempo, o reinado oriental não era "Alemão", mas uma "confederação" de antigas tribos germânicas de Bávaros, Alamanos, Francos e Saxões. O Império era uma união política que provavelmente sobreviveu por causa da influência do rei Henrique, o Saxão e seu filho, Oto. Embora formalmente eleito pelos líderes das tribos germânicas, eles eram na verdade capazes de indicar seus sucessores.

Isso mudou depois que Henrique II morreu em 1024 sem ter tido nenhum filho. Conrado II, primeiro da Dinastia Saliana, foi então eleito rei em 1024 depois de um certo debate. Como exatamente era escolhido o rei aparentava ser uma complicada conglomeração de influência pessoal, querelas tribais, heranças, e a aprovação pelos líderes no que acabou tornando-se o colegiado de Eleitores.

O Império quase entrou em colapso quando o Papa Gregório VII declarou a excomunhão do Rei Henrique IV (rei em 1056, Imperador de 1084 a 1106). Embora ele tenha voltado atrás em 1077, a excomunhão teve fortes conseqüências. Durante isso, os duques alemães elegeram um segundo, Rodolfo da Suábia, na qual Henrique IV conseguiu derrotar apenas depois de uma guerra de três anos em 1080. Os místicos pilares do Império foram permanentemente abalados; o rei alemão foi humilhado. Mais importante ainda, a igreja era claramente um jogador independente no sistema político do Império, não estando sujeita à autoridade imperial.

A "constituição" do Império ainda estava desorganizada no começo do século XV. Embora alguns procedimentos e instituições tenham sido criados, como por exemplo, a Bula Dourada de 1356, as regras de como o rei, os eleitores, e os outros duques deviam cooperar dentro do Império dependia mais da personalidade do respectivo rei.

Ao mesmo tempo, a igreja também estava em crise. O conflito entre diversos papas só foi resolvido no Concílio de Constança (1414-1418). Depois de 1419, muita energia foi gasta na luta contra a heresia dos Hussitas. A idéia medieval de um Corpus christianum unificado, na qual o papado e o Império eram as instituições líderes, começava a sucumbir.

Demorou algumas décadas até que as novas regulamentações fossem aceitas e a nova corte entrasse em funcionamento; apenas em 1512 que os Círculos Imperiais ficariam totalmente formados. O Rei também deixou claro que a sua própria corte, o Reichshofrat, continuasse funcionando paralelamente ao Reichskammergericht. É interessante notar que nesse mesmo ano, o Império recebeu o seu novo título, o Heiliges Römisches Reich Deutscher Nation ("Sacro Império Romano da Nação Germânica").

Em 1517, Martinho Lutero iniciou o que seria depois conhecido Reforma Protestante. Nessa época, muitos duques locais viram a chance para se opor à hegemonia do Carlos V. O Império então ficou dividido por linhas religiosas:
  • o Norte, o Leste e a muitas das grandes cidades — Estrasburgo, Frankfurt e Nuremberg— tornando-se protestante
  • o Sul e o Oeste permaneceram católicos


Com o avanço de Luís XIV, os Habsburgos ficaram dependendo da ajuda dos Arquiduques da Áustria para conter o avanço do Reino da Prússia, que estavam dominando alguns territórios dentro do próprio Império. Durante o século XVIII, os Habsburgos estavam envolvidos em vários conflitos pela Europa, tal como a Guerra da Sucessão Espanhola, a Guerra da Sucessão Polonesa e a Guerra da Sucessão Austríaca. O Dualismo alemão entre Áustria e Prússia dominava a história do império desde 1740. A partir de 1792, a França revolucionária estava em Guerra com várias partes do Império interruptamente. O Império foi formalmente dissolvido em 6 de agosto de 1806 quando o último Sacro Imperador Romano-Germânico Francisco II (a partir de 1804, Imperador Francisco I da Áustria) abdicou, sendo seguido por uma derrota militar pelos franceses sob o comando de Napoleão, que reorganizou muito do império na Confederação do Reno, um estado satélite francês. Francisco da Dinastia de Habsburgo-Lorena sobreviveu ao desmanche do Império, continuando a reinar como Imperador da Áustria e rei da Hungria até a dissolução final do Império dos Habsburgos em 1918 depois da Primeira Guerra Mundial. Após, a Confederação Napoleônica do Reno foi substituída pela Confederação Germânica e depois pela Confederação Norte-Germânica, até que os territórios que falavam o alemão, menos a Áustria, foram unidos sob a liderança do Reino da Prússia em 1871, no Império Alemão, o estado predecessor da atual Alemanha.

Às vezes é dito que o único atual sobrevivente do Império é o pequeno Principado de Liechtenstein, localizado entre a Suíça e a Áustria.

Ainda existe um Habsburgo reclamando o trono Imperial, Otto de Habsburgo. Entretanto, o trono do Império nunca foi meramente hereditário, e títulos de nobreza não são mais oficiais na Alemanha e as outras repúblicas da Europa Central.

– Tem sido dito que a história moderna da Alemanha foi predeterminada por três fatores:
  1. o Reich,
  2. a Reforma Protestante, e
  3. o dualismo entre Áustria e Prússia.

Muitos esforços têm sido feitos para entender por que o Reich nunca formou um poder forte e centralizado sobre seus territórios, como aconteceu com a sua vizinha França. Algumas razões incluem:
  1. o Império era um corpo federativo desde o início: ao contrário da França, que tinha feito parte do Império Romano, na parte oriental do Reino Franco
  2. as tribos germânicas que depois fizeram parte da nação germânica (Saxões, Turíngios, Francos, Bávaros, Alamanos ou Suábios) eram muito mais independentes e relutavam em ceder o poder a uma autoridade central
  3. todas as tentativas de fazer o reino uma monarquia hereditária falharam; em vez disso, o rei era sempre eleito
  4. cada candidato para rei fazia promessas para o seu eleitorado, assim dando aos nobres mais e mais poder através dos séculos
  5. devido às conotações religiosas, o Império era uma instituição duramente afetada pela disputa entre o Papa e os Reis germânicos em suas respectivas coroações como Imperador
  6. nunca ficou claro sob quais condições o papa devia coroar o imperador e especialmente se todo o poder do imperador era dependente do poder clerical do papa.

Muito debate aconteceu sobre isso, especialmente durante o século XI, levando à Controvérsia da Investidura e a Concordata de Worms em 1122.

Se o sistema feudal do Império, onde o Rei era formalmente o topo da chamada "pirâmide feudal", era a causa ou sintoma da fraqueza do Império não é certo. Em qualquer caso, a obediência militar, que – de acordo com a tradição germânica – estava intimamente ligada à doação de terras aos tributários, sempre foi um problema: quando o Império tinha que ir para a guerra, as decisões demoravam e eram tímidas.

Até o século XVI, os interesses econômicos do sul e do oeste divergiam daqueles do norte, onde a Liga Hanseática operava. A Liga Hanseática era muito mais ligada com a Escandinávia e o Báltico do que com o resto da Alemanha.



A historiografia alemã de hoje enxerga o Sacro Império Romano-Germânico como um sistema balanceado de organizar uma multidão de estados (efetivamente independentes) sob um complexo sistema de regulamentos legais. Pequenos estados como os Senhorios e as cidades Imperiais Livres sobreviveram por séculos como entidades independentes, embora eles não tivessem nenhum poderio militar.

O grande número de territórios diferentes com diferentes línguas (alemão, francês, Italiano, tcheco, esloveno, etc.), denominações religiosas e diferentes formas de governo levaram a uma grande variedade de culturas, o que pode ser visto na atual Alemanha com as culturas regionais, costumes e dialetos que mudam às vezes no raio de poucos quilômetros.

Impérios Sucessores
Depois do fim das Guerras Napoleônicas uma nova União alemã foi criada em 1815. Ela sobreviveu até 1866 quando o Reino da Prússia dissolveu a Confederação germânica para formar a Confederação Norte-Germânica que se tornaria um estado-nação em 1871, o Império Alemão.



Origem: Wikipédia

Leia Mais…

Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
© 2008 Templates e Acessórios por Elke di Barros