O Algarve constitui uma das regiões turísticas mais importantes de Portugal e da Europa. O seu clima temperado mediterrânico, caracterizado por invernos amenos e curtos e verões longos, quentes e secos, as águas tépidas e calmas que banham a sua costa sul, as suas paisagens naturais, o patrimônio histórico e etnográfico ou a sua deliciosa e saudável gastronomia são atributos que atraem milhões de turistas nacionais e estrangeiros todos os anos e que fazem do Algarve uma das províncias mais ricas e desenvolvidas do país.
Durante séculos, foi ponto de passagem para vários povos, incluindo os Tartessos, Fenícios, Gregos e Cartagineses. Fez parte do vasto Império Romano, ostentando cidades relevantes como Balsa e Ossónoba, e durante cerca de cinco século esteve sob o domínio dos povos islâmicos, atingindo um elevado esplendor cultural e econômico. Terminada a conquista da região durante o reinado de D. Afonso III, o antigo Al-Gharb mourisco foi incluído no reino cristão mais ocidental da Penísula Ibérica, entrando numa certa decadência que seria interrompida já no século XV pela odisseia da exploração da costa africana e da conquista das praças marroquinas, sob o comando do Infante D. Henrique. Com o fim da presença lusitana nas praças africanas, a região entrou novamente numa certa decadência, acentuada pela destruição imposta pelo terramoto de 1 de novembro de 1755. Posteriormente, o Algarve iniciou o século XX como uma região rural, periférica, com uma economia baseada na cultura de frutos secos, na pesca e na indústria conserveira. Contudo, a partir dos anos 60, dá-se a explosão da indústria do turismo, mudando assim por completo a sua estrutura social e econômica.
Desde os alvores do reino, constituiu uma região bem delimitada e individualizada, não só em termos geográficos mas também do ponto de vista identitário, com características históricas, climáticas, etnográficas, arquitéctônicas, gastronômicas e econômicas muito próprias.
Atualmente, o turismo constitui o motor economico do Algarve. A antiga província tradicional possui algumas das melhores praias do Sul da Europa, e condições excepcionais para a prática de atividades e desportos ao ar livre.
Sendo a região mais a sul de Portugal Continental, ocupa uma área de 5,412 km² e nela residem 458,734 habitantes (INE 2010).
– Etimologia
O termo "Algarve" provém de "al-Gharb al-Ândalus" nome dado ao atual Algarve e baixo Alentejo durante o domínio muçulmano, significando "Andaluz Ocidental", pois era a parte ocidental da Andaluzia muçulmana.
– Ocupação árabe
As regiões espanholas e portuguesas outrora conhecidas por al-gharb al-Andalus (em árabe: الغرب الأندلس) eram o mais importante centro muçulmano da época da "Hispânia Islâmica", sendo assim o centro islâmico da cultura, ciência e tecnologia. Nessa altura, a principal cidade da região era Silves, que, quando foi conquistada pelo rei D. Sancho I, dizia-se ser cerca de 10 vezes maior e mais fortificada que Lisboa. O Algarve foi a última porção de território de Portugal a ser definitivamente conquistado aos mouros, no reinado de D. Afonso III, no ano de 1249.
– Conquista portuguesa
Segundo alguns documentos históricos, a conquista definitiva do Algarve aos mouros neste reinado, nomeadamente a tomada da cidade de Faro, foi feita de forma relativamente pacífica. No entanto, apenas em 1267 - no tratado de Badajoz - foi reconhecida a posse do Algarve como sendo território português, devido a pretensões do Reino de Castela. Curiosamente, o nome oficial do reino resultante seria frequentemente designado de Reino de Portugal e do Algarve, mas nunca foram constituídos dois reinos separados. A zona ocidental do Algarve é designada por Barlavento e a oriental por Sotavento. A designação deve-se com certeza ao vento predominante na costa sul do Algarve, sendo a origem histórica desta divisão incerta e bastante remota. Na Antiguidade os Romanos consideravam no sudoeste da península Ibérica a região do Cabo Cúneo - que ia desde Mértola por Vila Real de Santo Antônio até à enseada de Armação de Pêra - e a região do Promontório Sacro - que abrangia o restante do Algarve. O primeiro-ministro do rei D. José I, o Marquês de Pombal tentou efetuar uma divisão, nunca reconhecida pelo Papado Romano, da diocese de Faro em dois bispados: Faro e Vila Nova de Portimão. O limite entre eles era a ribeira de Quarteira e o seu prolongamento em linha reta até ao Alentejo.
Geografia
O Algarve confina:
- a norte com a região do Alentejo (sub-regiões do Alentejo Litoral e Baixo Alentejo),
- a sul e oeste com o Oceano Atlântico, e
- a leste o Rio Guadiana marca a fronteira com Espanha.
– A região é subdividida em duas zonas:
- a Ocidente (o Barlavento) – 8 municípios, cidade principal Portimão. Serra Foia, rio Arade.
- a Leste (o Sotavento) – 8 municípios, cidade principal Faro. Serra Caldeirão, rio Guadiana.
Um hospital principal em cada uma das zonas garante os cuidados de saúde em todo o Algarve. Em termos de infraestrutudas, o Aeroporto Internacional está numa zona e o Autódromo Internacional noutra. Finalmente, desportivamente, a disputar a segunda liga de futebol, o "pseudo-concurso" entre históricos do futebol algarvio, na tentativa de saber qual o primeiro a ascender ao escalão principal, se o Portimonense - representante do Barlavento - ou se o Olhanense - pelo lado sotaventista.
A Ria Formosa é um brejo, um atoleiro situado na província do Algarve em Portugal, que se estende pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo Antônio, abrangendo uma área de cerca de 18.400 hectares ao longo de 60 km desde o rio Ancão até à praia da Manta Rota.
- A sul é protegida do Oceano Atlântico por um cordão dunar quase paralelo à orla continental, formado por duas penínsulas (a de Faro, que engloba a praia do Ancão e a praia de Faro; e a de Cacela, que engloba a praia da Manta Rota) e cinco ilhas barreira arenosas (Ilha da Barreta, Ilha da Culatra, Ilha da Armona, Ilha de Tavira e Ilha de Cabanas), que servem de protecção a uma vasta área de sapal, canais e ilhotes.
- A norte, em toda a extensão, o fim da laguna não tem uma delimitação precisa, uma vez que é recortada por salinas, pequenas praias arenosas, por terra firme, agricultável e por linhas de água doce que nela desaguam (Ribeira de São Lourenço, Rio Seco, Ribeira de Marim, Ribeira de Mosqueiros e o Rio Gilão).
É uma zona úmida de importância internacional como habitat de aves aquáticas. A zona é objeto de monitorização permanente, sendo ainda local de estudo para muitos alunos da Universidade do Algarve.
– Clima
Um dos principais traços distintivos da região algarvia constitui o seu clima. As condições climáticas que o senso-comum atribui geralmente ao clima algarvio podem ser encontradas em todo o seu esplendor no barrocal e no litoral sul, especialmente no região central e no sotavento algarvio.
Um conjunto de características base resumem o clima da região, em especial do barrocal e do litoral sul: verões longos e quentes, invernos amenos e curtos, precipitação concentrada no outono e no inverno, reduzido número anual de dias com precipitação e elevado número de horas de sol por ano.
A temperatura média anual do litoral do sotavento e da região central do Algarve é mais elevada de Portugal Continental e uma das mais elevadas da Península Ibérica, rondando os 18 °C.
O clima do Algarve, segundo a classificação de Koppen, divide-se em duas regiões: uma de clima temperado com inverno chuvoso e Verão seco e quente (Csa) e outra de clima temperado com Inverno chuvoso e verão seco e pouco quente (Csb). Com exceção da Costa Vicentina e das serras de Monchique e de Espinhaço Câo, toda a região algarvia possui um clima temperado mediterrânico do tipo Csa.
No litoral do sotavento algarvio as noites tropicais (noites com temperatura mínima igual ou superior a 20 °C) são frequentes durante o período estival. De fato, a temperatura mínima mais alta de sempre registada em Portugal pertence à estação meteorológica de Faro: 32,2 °C, a 26 de julho de 2004.
Fonte: Wikipédia