sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cartago - Tunísisa, África



Cartago é uma antiga cidade, originariamente uma colônia fenícia no norte da África, situada a leste do lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia. Foi uma potência na Antiguidade, disputando com Roma o controle do mar Mediterrâneo. Dessa disputa originaram-se as três Guerras Púnicas, após as quais Cartago foi destruída. A antiga capital púnica é hoje um bairro de Túnis e uma estação arqueológica e turística importante, tendo sido classificado patrimônio mundial pela UNESCO em 1979.





História
Cidade da costa da África do Norte, numa península próxima da qual se encontra hoje a cidade de Túnis. Foi fundada por colonizadores fenícios de Tiro (antes da data tradicional de 814 aC). Cartago tornou-se, dentro de pouco tempo, a capital de uma república marítima muito poderosa, que substituiu Tiro no Ocidente, criou colônias na Sicília, na Sardenha, na Espanha, enviou navegadores ao Atlântico Norte e sustentou contra Roma, sua rival, as longas guerras conhecidas pelo nome de guerras púnicas (264-146 aC). Possuía também uma potente marinha de guerra.

Entre os séculos V e III aC envolveu-se em frequentes hostilidades com a Grécia e a Sicília. Foi com a Sicília que Cartago teve seu primeiro choque com Roma, e as três Guerras Púnicas acabaram com a destruição da cidade em 146 aC. A meio caminho entre estas duas cidades (e capitais de império) encontra-se a Sicília. O controle desta ilha foi determinante no decorrer das Guerras Púnicas porque a Sicília era o "celeiro" do mundo antigo.

– Primeira Guerra Púnica
Cartago tem forte controle marítimo no Mediterrâneo, tendo controle também da Sicília. Roma começa um embate para tomá-la, e sofre derrotas marítimas enormes. Apesar disso, os romanos conseguem descobrir o sistema usado por Cartago na produção de navios, usando de engenharia reversa nos navios cartaginenses capturados. Assim, Roma consegue remontar rapidamente sua esquadra e começa a virar o jogo contra Cartago. No final da Primeira Guerra Púnica, Roma detém o controle do Mediterrâneo e da Sicília.

– Segunda Guerra Púnica
A Segunda Guerra Púnica é resultado do revanchismo cartaginense contra os tributos impostos pela derrota na Primeira Guerra Púnica, contra os esforços de Roma para tomar suas novas colônias na Espanha e simplesmente por puro ódio a Roma. Surge um grande general chamado Aníbal, com ódio a Roma criado e desenvolvido desde criança por seu pai. Aníbal acredita ser capaz de derrotar o grande império com um exército de elefantes partindo do sul da Espanha, passando pelos Pirineus até atingir a península Itálica, algo que os italianos achariam impossível de ser realizado com boas razões.

Considerando o caráter extremante difícil e arriscado da missão de Aníbal, ele foi relativamente bem sucedido ao atacar a Itália, causando enormes estragos e quase fazendo Roma capitular. Mas os Romanos souberam contra-atacar, criando um cerco a Aníbal para acabar com suas provisões ao mesmo tempo que fizeram um ataque direto a Cartago enquanto eram atacados pelo mesmo. Aníbal foi obrigado a recuar e voltar para defender seu país. Apesar dos esforços de Aníbal, teve de pedir a paz aos romanos, comandados por Cipião, o Africano, ao fim da segunda guerra púnica.

– Terceira guerra púnica
Sendo derrotado mais uma vez, Cartago foi extorquida até os ossos por Roma, que lhe impôs uma dívida que, imaginavam os Romanos, levaria uns 50 anos para ser paga. Cartago, reconstruída novamente e com sua aptidão ao comércio, pagou tal dívida em 10 anos, o que deixou os romanos enfurecidos, e invejosos de seu sucesso comercial. Começou então o trabalho dentro do Senado romano pela destruição total de Cartago, a ganância dos senadores por suas riquezas foi decisiva em seu destino, mas os romanos precisavam de uma desculpa, que veio depois que Roma impôs condições extorsivas e inaceitáveis a Cartago, visando justamente enfraquecê-la e desprepará-la para uma guerra inevitável. A guerra então aconteceu e Cartago foi facilmente vencida.

O Fim do Império Cartaginense
As duas primeiras guerras com Roma reduziram em muito o tamanho do antigo império cartaginense, restando apenas áreas adjacentes à cidade de Cartago, que nunca foi forte militarmente, e ficou ainda menos depois dessas guerras. Governada por comerciantes, sem um exército poderoso, Cartago valia-se de mercenários que se insurgiram contra os cartagineses, minando suas defesas - certamente uma das causas para a derrota face aos romanos. Cartago estava agora totalmente à mercê da vontade de Roma. Foi destruída ao fim da terceira guerra púnica por Cipião Emiliano (146 aC). A cidade foi arrasada até aos seus alicerces e o chão foi salgado (colocado sal) para que nada nele crescesse. Esta atitude extrema deveu-se ao fato de Cartago ter sido a única potência que podia concorrer pelo domínio do Mediterrâneo ocidental. Roma e Cartago estavam sensivelmente colocadas no eixo central deste mar, num tempo que não comportava concorrência. A luta entre Roma e Cartago era exclusivista.

Cartago como parte do Império Romano
Refundada por César e Augusto como colônia romana (século I aC), novamente adquiriu grande prosperidade e sua população cresceu a ponto de se tornar a quarta maior cidade do Império Romano, com uma população estimada de meio milhão de habitantes. Tornou-se a verdadeira capital da África romana e da África cristã.

O vândalo Genserico ocupou a cidade em 439 e estabeleceu ali sua capital, mas em 533-534 Belisário expulsou os vândalos e a partir de então, até sua captura e destruição pelos árabes em 697, a cidade permaneceu como parte do Império Bizantino e entrou em decadência.

Comércio
Entre os produtos do artesanato fenício, os mais famosos eram, talvez, os tecidos tingidos cor púrpura. Os fenícios tinham alcançado uma notável habilidade na arte do tingimento e os tecidos eram apreciados a ponto de se tornarem sinal de riqueza e requinte. Os fenícios usavam tecidos de lã ou linho, e os tingiam a partir de um pigmento obtido de moluscos chamados de múrices ou murex, encontrados nas águas rasas das costas do Mediterrâneo. O processo era muito complicado e demorado, e por isso o preço desses tecidos era elevado.

Arquitetura e Urbanismo
Dada a grande destruição provocada pelos romanos após a Terceira Guerra Púnica tornou-se praticamente impossível reconstituir com exatidão a cidade de Cartago. Sabe-se que era protegida no lado da península que a unia ao continente por uma tríplice fortificação:
  1. uma vala guarnecida por altos postos de observação e um parapeito, ou primeira muralha,
  2. uma segunda muralha e
  3. uma terceira muralha, que abrigava grande quantidade de tropas, inclusive elefantes de guerra e cavalaria.


Do lado em que esta chegava ao mar ficava provavelmente a maior fortaleza da cidade. Além disto, a cidade seria talvez totalmente cercada por outras duas grandes muralhas, circulando toda a extensão da península. Dividia-se em três partes:
  1. a byrsa, uma acrópole onde ficavam o tesouro, o arquivo público e a estátua do deus Ba'al Hammon;
  2. uma área urbana residencial onde ficavam os templos e a praça de julgamentos;
  3. um distrito aparentemente agrícola e separado do resto por outra muralha, chamado Megara, um grande cemitério separava a byrsa do restante da área urbana e cemitérios menores existiam entre esta última e as muralhas.

Suas construções eram, ao que parece, de estilo pobre e feitas de materiais baratos, com grandes influências egípcias e gregas. Suas casas não teriam janelas, exceto para pátios internos.

Divindades
Baal Hammon era o principal deus fenício adorado na colônia de Cartago, geralmente identificado pelos gregos como Cronos e pelos romanos como Saturno. Baal significa "senhor", entretanto, o significado de Hammon é incerto, sendo possível sua origem no Amón (ou Ammón), "o oculto", símbolo do poder criador e "Pai de todos os ventos" na mitología egípcia.
Em seu nome se faziam sacrifícios humanos, "Moloc", como oferenda religiosa. Durante algum tempo associou-se controvérsia a este respeito: os restos humanos encontrados haviam sido atribuídos a restos procedentes de crianças mortas por causas naturais ou a produtos de abortos humanos.

Soberanos
– Anexado a Roma, 146 aC
  • Asdrúbal II ? (-146 aC)
  • Asdrúbal Barca (221-207 aC)
  • Aníbal Barca (221-183 aC)
  • Sofonisba (221-203 aC)
  • Asdrúbal (228-221 aC)
  • Amílcar Barca (250-228 aC)
  • Hanno, o grande (250 aC)
  • Mago (440 aC)
  • Dido ? (814- aC)




Fonte: Wikipédia

Leia Mais…

Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
© 2008 Templates e Acessórios por Elke di Barros