quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os Paleólogos


Os Paleólogos (em grego: Παλαιολόγος, pl. Παλαιολόγοι) foram a última dinastia do Império Bizantino. Depois da 4ª Cruzada, membros da família fugiram para Niceia, e vieram a controlar o império que se reestruturou com base nessa cidade. Miguel VIII Paleólogo tornou-se imperador em 1259 e retomou Constantinopla em 1261. Os seus descendentes governaram o império até à queda de Cosntantinopla em 1453, tornando-se na mais duradoura das dinastias bizantinas.


O lema da família era "Βασιλεὺς Βασιλέων Βασιλεύων Βασιλευόντων" (Basileus Basileon, Basileuon Basileuonton) ("Rei de reis, governando os governantes"). Devido às suas alianças matrimoniais com famílias do Ocidente, os Paleólogos foram a primeira família imperial a ter brasões e divisas no sentido ocidental; utilizavam quer a águia bicéfala negra em campo de ouro, quer esquartelado, em campo de gules (vermelho), quatro ""BB" de ouro.

A Dinastia
Os Paleólogos eram, originalmente, pequenos membros da nobreza oriundos da Macedônia. O primeiro Paleólogo a figurar nos registos históricos é Jorge Paleólogo, um amigo de Aleixo I Comneno, mas desconhecem-se os seus antepassados. O primeiro a casar-se com um membro da família imperial foi um certo Aleixo Paleólogo, cuja esposa era uma neta de Zoé Ducas, a filha mais nova de Constantino X, e do seu marido Adriano Comneno, o irmão mais novo do imperador Aleixo I. Um outro Aleixo Paleólogo casou-se com Irene Angelina, filha mais velha de Aleixo III Ângelo e de Eufrósine Camatera. Teodora Paleologina, filha deste casal, casou-se com o seu primo Andrónico Paleólogo, um descendente de Zoé. Este casal foi o progenitor da família imperial, uma vez que o seu filho veio a ser o imperador Miguel VIII.

Andrónico II, filho de Miguel VIII, casou-se com Ana da Hungria e foi pai de Miguel Paleólogo, por vezes referido como Miguel IX. O filho deste, neto de Andrónico II, foi Andrónico III Paleólogo. João V foi o pai, com Helena, filha de João VI Cantacuzeno, de Andrónico IV Paleólogo e de Manuel II Paleólogo. Manuel II foi o pai de João VIII Paleólogo e de Constantino XI, o último imperador, bem como dos déspotas da Moreia Demétrio Paleólogo e Tomás Paleólogo. Demétrio, depois de ter dado um pretexto a Maomé II para invadir a Moreia, foi derrubado e a sua filha Helena fez parte do harém do sultão durante algum tempo. Tomás, exilado em Veneza, vendeu o título imperial a Carlos VII de França, que, no entanto, nunca o empregou oficialmente.

Zoé, filha de Tomás, casou-se com Ivan III da Rússia e, regressando à fé ortodoxa, retomou o seu nome de batismo Sofia. A sua influência na corte limitou o poder dos boiardos e levou, a prazo, à proclamação do duque da Moscóvia como Czar de todas as Rússias. A descendência masculina de Tomás extinguiu-se rapidamente, e os seus descendentes através de uma sua filha são, nos dias de hoje, dos duques Castriota de San Pietro de Galatina, da aristocracia do sul de Itália.

Uma dessas descendentes femininas, a Princesa de Aremberg, casou-se no início do século XIX com um Pfalzgraf de Zweibrucken, tornando, por exemplo, os duques da Baviera descendentes dos imperadores bizantinos. Também a rainha Ana, princesa de Hohenzollern, e consorte de Miguel da Roménia, descende dos Aremberg, e é por isso igualmente descendente dos imperadores de Bizâncio.

– Um ramo mais jovem
Um filho mais novo de Andrónico II tornou-se senhor de Montferrat, herdando o título através da sua mãe. A sua dinastia senhorial, no norte de Itália, sobreviveu ao ramo imperial de Constantinopla. Esta herança veio a ser posteriormente incorporada, através do casamento, na família Gonzaga, senhores de Mântua. Mais tarde a sucessão passou para os duques da Lorena, cujo chefe veio a ser o progenitor dos imperadores Habsburgo-Lorena da Áustria.

Imperadores Paleólogos
  1. Miguel VIII
  2. Andrónico II, filho de Miguel VIII
  3. Miguel IX, co-imperador, filho de Andrónico II
  4. Andrónico III, filho de Miguel IX
  5. João V, filho de Andrónico III (contestado por João VI Cantacuzeno, parente, pelo lado materno, dos Paleólogos
  6. Andrónico IV, filho mais velho de João V
  7. João VII, filho de Andrónico IV
  8. Andrónico V, co-imperador, filho de João VII
  9. Manuel II, filho mais novo de João V
  10. João VIII, filho mais velho de Manuel II
  11. Constantino XI, outro filho de Manuel II


O Império Bizantino restaurado pelos Paleólogos era muito débil quando comparado com o império pré-1204, pelo que os imperadores desta dinastia não se puderam dar ao luxo do "isolamento dourado" em que o império se mantivera anteriormente. O futuro Miguel VIII casou-se com Ducas Vatatzes, parente da família Vatatzes Láscaris, de modo a consolidar a sua posição no Império de Niceia.

Irene Paleologina, irmã de Miguel VIII e filha de Andrónico e de Teodora, foi mãe de Maria Cantacuzena, a qual se casou com Constantino Tikh da Bulgária e em seguida com Ivailo da Bulgária. Miguel VIII foi o pai de Constantino, por sua vez pai de João, que se tornou o sogro de Estêvão Decanski da Sérvia. Irene, filha de Miguel, casou-se com Ivan Asen III da Bulgária; outra filha, Eudóxia, casou-se com João II Comneno de Trebizonda, e outra filha ainda, Teodora, casou-se com David VI da Geórgia.

Andrónicus II casou-se com Ana da Hungria e foi o pai de Miguel Paleólogo, que faleceu antes do seu pai mas foi designado co-imperador. Este Miguel casou-se com uma princesa do reino arménio da Cilícia (Arménia Menor). O filho de Miguel IX e neto de Andrónico II tornou-se Andrónico III. Teodora, uma filha de MIguel IX, casou-se com os líderes búlgaros Teodoro Svetoslav e, posteriormente, com Miguel Chichman. Uma filha, Ana, casou-se em primeiras núpcias com o déspota do Épiro e em seguida o conde Orsini de Zante, tornando-se antepassada de Orisini de Zante, posteriormente Tocco de Zande e Leucádia.

Com a sua segunda mulher, Iolanda de Montferrat, Andrónico II tve Simonis, que viria a ser a esposa de Estêvão Milutin da Sérvia. O seu filho, Teodoro, tornou-se senhor de Montferrat por herança da mãe. A herança de Teodoro veio mais tarde a incorporar-se no património dos Gonzaga, duques de Mântua. Andrónico III casou-se primeiro com uma princesa de Braunschweig, que morreu sem descendência, e em segundas núpcias com Ana de Sabóia, a qual descendia de Balduíno I de Constantinopla. Foram os pais de João V Paleólogo, o qual foi obrigado a casar-se com Helena, filha de João VI Cantacuzeno.

De forma a obter apoio para derrubar João VI, João V deu a sua irmã Maria em casamento a Gattilusio, que recebeu o ducado de Lesbos em contrapartida. Este casal fundou a família nobre que foi continuada na aristocracia genovesa, sendo antepassados dos príncipes do Mónaco.

Andrónico IV desposou Maria da Bulgária. Manuel II casou-se com uma filha de uma régulo do então desmembrado reino da Sérvia. Zoé, filha de Tomás Paleólogo, casou-se com Ivan III da Rússia. Em 1446, Helena, irmã mais velha de Sofia, casou-se com Lázaro Brancovic, um príncipe sérvio.

Política
Sob o governo dos Paleólogos, o Império Bizantino em fragmentação ainda se reclamava o herdeiro do Império Romano, embora estivesse centrado na tradição e cultura gregas. A expressão "Helenos" tornou a ser utilizada para os Bizantinos se identificarem a si próprios, depois de ter sido um sinónimo de "pagãos" durante séculos. A dinastia foi mecenas da literatura e das artes.

Nos dias finais do império, o Peloponeso tornou-se na maior e mais rica região sob o controlo imperial, e era governado como um despotado por membros da família imperial, normalmente dois ou três dos irmãos mais novos conjuntamente. Apesar das frequentes disputas entre déspotas, estes revelaram-se caninamente fiéis ao imperador de Constantinopla (exceto quando um ou mais deles tentavam guindar-se ao trono imperial), enquanto as suas terras estavam cercadas pelos Venezianos e pelos Otomanos hostis. A capital do Despotado da Moreia era Mistra, uma grande fortaleza construída pelos Paleólogos perto de Esparta. (foto de uma igreja atual com a bandeira da Grécia e dos Paleólogos)

Os Paleólogos tentaram frequentemente acabar com o cisma enter as igrejas Católica e Ortodoxa, na esperança de que tal levaria os reinos ocidentais a apoiar os Bizantinos contra os Turcos. No entanto, todas as tentativas de reconciliação chocaram contra a feroz oposição da população.


Fonte: Wikipédia

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Império Bizantino

O Império Bizantino ou Reinado Bizantino, inicialmente conhecido como Império Romano do Oriente ou Reinado Romano do Oriente, sucedeu o Império Romano (cerca de 395) como o império e reinado dominante do Mar Mediterrâneo. Sob Justiniano I, considerado o último grande imperador romano, dominava Cartago e áreas do atual Marrocos, sul da península Ibérica, sul da França, sul da Itália, bem como suas ilhas, península Balcânica, Anatólia, Egito, Oriente Próximo e a península da Criméia, no Mar Negro. Sob a perspectiva ocidental, não é errado inserir o Império Bizantino no estudo da Idade Média, mas, a rigor, ele viveu uma extensão da Idade Antiga. Os historiadores especializados em Bizâncio em geral concordam que seu apogeu se deu com o grande imperador da dinastia Macedônica, Basílio II Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros), no início do século IX. A sua regressão territorial gradual delineou a história da Europa medieval, e sua queda, em 1453, frente aos turcos otomanos, marcou o fim da Idade Média.


O embrião do Império Bizantino surgiu quando o imperador romano Constantino I decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizâncio uma nova capital para o Império Romano, mais próxima às rotas comerciais que ligavam o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, e a Europa à Ásia. Já havia algum tempo que Roma era preterida por seus imperadores que optavam por outras sedes de governo, em especial cidades mais próximas das fronteiras ou onde a pressão política fosse menor. Em geral, eles tendiam a escolher Milão, mas as fronteiras que estavam em perigo na época de Constantino eram as da Pérsia ao leste e as do Danúbio ao norte, muito mais próximas da região dos Estreitos Turcos. A nova capital, batizada de Constantinopla em homenagem ao imperador, unia a organização urbana de Roma à arquitetura e arte gregas, com claras influências orientais. É uma cidade estrategicamente muito bem localizada, e sua resistência a dezenas de cercos prova a boa escolha de Constantino. Em pouco tempo, a cidade renovada tornar-se-ia uma das mais movimentadas e cosmopolitas de sua época. Sua religião, língua e cultura eram essencialmente gregas, e não romanas, mas para os bizantinos a palavra "grego" significava, de maneira injuriosa, "pagão". Os persas e os árabes também chamavam os bizantinos de "romanos". A palavra bizantino vem de Bizâncio, o antigo nome da capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla. O termo bizantino começou a ser utilizado somente depois do século XVII, quando os historiadores o criaram para fazer uma distinção entre o império da Idade Média e o da Antiguidade. Tradicionalmente, era conhecido apenas como Império Romano do Oriente (devido à divisão do Império feita pelo imperador romano Teodósio I, no século IV da Era Cristã).

O Império Bizantino pode ser definido como um império formado por várias nações da Eurásia que emergiu como império cristão e terminou seus mais de mil anos de história em 1453 como um estado grego ortodoxo: o império se tornou nação. Nos séculos que seguiram às conquistas árabes e lombardas do século VII, esta natureza inter-cultural (assinalamos: não multinacional) permaneceu ainda nos Bálcãs e Ásia Menor, onde residia uma poderosa e superior população grega.

Os bizantinos identificavam a si mesmos como romanos, e continuaram usando o termo quando converteu-se em sinônimo de helênico. Preferiram chamar a si mesmos, em grego, romioi (quer dizer povo grego cristão com cidadania romana), ao mesmo tempo que desenvolviam uma consciência nacional como residentes de Romania (Romania é como o estado bizantino e seu mundo foram chamados na sua época).

Ainda que os antigos gregos não fossem cristãos, os bizantinos os reclamavam como seus ancestrais. De fato, os bizantinos se referiam a eles mesmos como romioi por ser uma forma de reter tanto sua cidadania romana quanto sua herança ancestral grega. Um substituto comum do termo "heleno" (que tinha conotações pagãs) tanto como o de romioi, foi o termo graekos (grego). Este termo foi usado frequentemente pelos bizantinos (tanto como romioi) para sua auto-identificação étnica. (ao lado bandeira do Imp. Bizantino)

A dissolução do estado bizantino no século XV não desfez imediatamente a sociedade bizantina. Durante a ocupação otomana, os gregos continuaram identificando-se como romanos e helenos, identificação que sobreviveu até princípios do século XX e que ainda persiste na moderna Grécia.


História
– Primeiros séculos
Entre o século III e o século V, o Império Romano viveu uma desastrosa crise nas suas estruturas. A parte ocidental do Império, onde se localizava a capital, Roma, teve que lidar com massivas imigrações de povos do norte e do leste, fenômeno conhecido como invasões bárbaras. Enquanto isso, a parte oriental do Império Romano, que sofria menos com essas invasões, se achava numa situação mais estável, tanto econômica como politicamente. A antiga capital, Roma, estava decadente e a elite senatorial era imprevisível quanto à sua fidelidade. Então não foi nenhuma surpresa quando Constantino ordenou, em 324, a construção de uma nova capital no lado europeu do Bósforo. A cidade foi erguida no local da antiga Bizâncio, colônia fundada por gregos de Mégara em 657 a.C. foi inaugurada com o nome de Constantinopla, em 330, que tinha uma posição privilegiada. Entre os mares de Mármara, Negro e Egeu, constituiu, ao longo de sua história, um verdadeiro entreposto comercial entre o Ocidente e o Oriente.

– Dinastias latinas
Nesse período, os imperadores buscaram combater o helenismo, predominando as instituições latinas. O latim também foi mantido como língua oficial.
  • De 395 a 457, estendeu-se a dinastia Teodosiana, cujo primeiro imperador foi Arcádio, responsável pela expulsão dos visigodos no final do século IV. Destacou-se também o cerco de Átila, o Huno, afastado, em 443, por meio do pagamento de um resgate de seis mil libras de ouro.
  • De 457 a 518, estendeu-se a dinastia Leonina que foi deposta em 477 mais somente o imperador Basilisco ou (Bizânico) e foi restaurada em 491 por Anastácio I um de seus herdeiros, na qual destacou-se, em 488, o acordo de combate aos hérulos levado a efeito entre o imperador Zenão I e o rei dos ostrogodos, Teodorico.
  • A mais importante dinastia latina foi a Justiniana (518-610). Nela, o imperador Justiniano I (527-565) buscou restaurar e dispor sob sua inteira autoridade a vastidão típica do império dos Antoninos (96-192). Em 534, sob o comando do general Belisário, o exército de Justiniano conquistou o reino dos Vândalos. Em 554, com a conclusão das Guerras Góticas, na península Itálica, o Império abraçava também o Reino dos Ostrogodos.
– Para a posteridade, o maior legado desse período foi o Corpus Juris Civili, base, ainda hoje, da maioria dos códigos legislativos do mundo. O Corpus Juris Civili era dividido em quatro partes:
  1. Código Justiniano - compilação de todas as leis romanas desde Adriano (117-138) ,
  2. Digesto ou Pandectas - reunião de trabalhos de jurisprudência de grandes juristas ,
  3. Institutas - espécie de manual que facilitava o uso do Código ou do Digesto , e
  4. Novelas ou Autênticas - novas leis decretadas por Justiniano e seus sucessores.


Justiniano ordenou também a construção da Basílica de Santa Sofia, com estilo arquitetônico próprio, o qual convencionou-se chamar de estilo bizantino.

No século VI, para combater a heresia do nestorianismo, o patriarca de Alexandria, Dióscoro, desenvolveu o monofisismo, formulação teológica também condenada pela Igreja Católica e muito ligada a ideiais de emancipação política no Egito e na Síria. Desencadearam-se então movimentos de perseguição aos monofisistas, protegidos, no entanto, pela esposa de Justiniano, a imperatriz Teodora. Buscando manter a unidade do império, Justiniano desenvolveu a heresia do monotelismo, uma tentativa de conciliação entre o monofisismo e o nestorianismo. Justiniano ainda se viu às voltas com terremotos, fome e a grande peste de 544. Após sua morte, os lombardos, até então estabelecidos na Panônia como aliados, invadiram, em 568, a Itália setentrional. Os bizantinos mantiveram ainda o Exarcado de Ravenna, os ducados de Roma e Nápoles, a Ístria, a Itália Meridional e a Sicília.

– Apogeu
O império sobreviveu, graças aos disciplinados exércitos, ao emprego do fogo grego nas batalhas marítimas e a bons imperadores e generais. Entre os séculos VII e IX, desenvolveu-se o movimento iconoclasta, que condenava o culto das imagens. Com os turcos, os imperadores deste tempo conseguiram manter seus territórios e se defender relativamente bem contra os inimigos.

Em 867, subiu ao trono Basílio I, dando início à Dinastia Macedônica, que levou o império ao auge. Muitas vitórias foram obtidas frente aos turcos, eslavos e búlgaros. Basílio II, que governou de 976 a 1025, completou a expansão do império. Ele prejudicou os grandes proprietários rurais em favor dos camponeses e venceu de uma vez por todas a Bulgária, incorporando-a ao império e recebendo a fama de Bulgaroctonos (Mata-Búlgaros). Venceu os normandos em Canas e restabeleceu a autoridade imperial na Apúlia.

– Declínio
No século VI, o império perdeu a Itália para os lombardos. No século VII, os árabes conquistaram Jerusalém, Damasco, Alexandria, Cartago. A idade áurea do império parecia ter acabado. Em 1071, o imperador bizantino Romano IV foi vencido e capturado pelos turcos seljúcidas. Com isso o Império perdeu até um terço de sua população e recursos. Por mais que a dinastia subseqüente, tentasse recuperar o Império, ataques do ocidente e do norte e a própria sorte dos imperadores impediram isso. A península Itálica estava definitivamente perdida. O declínio do Império veio acompanhado de uma subserviência comercial aos interesses ora da República de Veneza (com a qual o próprio Basílio II assinou um tratado), ora da República de Gênova, até que finalmente Veneza desviou a Quarta Cruzada para Constantinopla, que caiu frente aos cruzados em 1204.

Três Estados com governantes bizantinos surgiram depois da primeira queda de Constantinopla:
  1. O Império de Nicéia
  2. O Despotado do Épiro
  3. O Império de Trebizonda
Destes, é o Império de Nicéia que é considerado o verdadeiro sucessor. Governado por imperadores fortes e bons, se tornou a primeira potência territorial na Ásia Menor. A agricultura se desenvolveu, assim como o comércio, e várias cidades na Europa foram recuperadas. Os Paleólogos, faltando com o seu juramento de lealdade, assassinaram o legítimo imperador e depuseram a dinastia dos Vatatzes-Laskaris. Miguel VIII Paleólogo fez uma aliança desnecessária com Gênova e conseguiu reconquistar a antiga capital do Império Bizantino no dia 25 de julho de 1261. Contudo a dinastia dos Paleólogos não conseguiu recuperar a antiga glória imperial. A retirada de tropas da Ásia para a defesa e reconquista da Europa abriu caminho para os vários emirados turcos, inclusive aquele dos Otomanos, se instalarem em antigos territórios do Império de Nicéia. Sem os territórios asiáticos e com a colonização comercial de Veneza e Gênova, o destino do Império estava selado. Especialmente prejudicial era colônia genovesa de Pera, que, instalada de frente a Constantinopla, do outro lado do Chifre de Ouro, dominava o comércio local, importante para os bizantinos.

Apesar de várias tentativas de obter apoio ocidental, culminando com a promessa de união entre a Igreja Católica Romana, com sede em Roma, e a Igreja Católica Ortodoxa, com sede em Constantinopla, no Concílio de Basileia-Ferrara-Florença, poucos foram os resultados. A cruzada pregada pelo papado para o resgate da "Nova Roma" foi vencida pelos otomanos. A viagem do imperador João VIII ao Ocidente não rendeu frutos, apesar dele ter sido muito bem tratado nos reinos ocidentais.


Fim do Império
Os últimos séculos da vida bizantina começaram com um usurpador Aleixo I Comneno, que iniciou o restabelecimento de um exército com base no direito feudal e obteve sucesso significativo contra os turcos seljúcidas. O seu pedido de ajuda ao Ocidente contra o avanço desses últimos resultou na Primeira Cruzada, que o ajudou a reclamar Niceia mas o afastou do apoio imperial. As cruzadas seguintes se tornaram cada vez mais antagônicas. Mesmo que o neto de Aleixo (Manoel I de Bizâncio) fosse amigo dos cruzados, nenhuma das duas partes podia esquecer que a outra a mantinha isolada, e os bizantinos suspeitavam muito das intenções dos cruzados cristãos que atravessavam continuamente seu território. Os alemães do Sacro Império Romano-Germânico e os normandos da Sicília e Itália continuaram a atacar o império no século XI e XII.

Frederico Barbarossa tentou conquistar o império durante a Terceira Cruzada, mas foi a Quarta Cruzada que teve o efeito mais devastador sobre o império. A dinastia dos Paleólogos, consegue reconquistar Constantinopla em 1261 e derrotou o Épiro, mas dando demasiada atenção à Europa, quando as províncias asiáticas eram a principal preocupação. Por algum tempo o império sobreviveu apenas porque os seljúcidas, tártaros e persas eram muito divididos para pdoer atacar, mas por fim os turcos otomanos invadiram todos os trritórios, com exceção de algumas cidades portuárias.

Os otomanos (núcleo de origem do futuro Império Otomano) constituíram um estado independente substituindo o Sultanato Seljúcida de Rum por mérito de Osman I, filho de Ertuğrul, cujo nome, a partir de 1281, servira para indicar a dinastia otomana por ele fundada. O império apelou ao Ocidente em busca de ajuda, porém os diversos estados europeus colocaram como condição a reunificação da Igreja Católica com a Ortodoxa, A unidade da Igreja foi considerada e ocasionalmente imposta legalmente, mas os cristãos ortodoxos não aceitaram o catolicismo romano. Alguns combatentes ocidentais chegarma em ajuda a Bizâncio, mas muitos preferiram deixar o imperador combater e não fizeram nada quando os turcos conquistaram os territórios remanescentes. A salvação momentânea de Constantinopla foi a chegda dos timúridas liderados por Tamerlão, que na batalha de Ancara derrotaram pesadamente os otomanos.

– A queda de Constantinopla
Constantinopla foi em princípio poupada devido às suas potentes defesas, porém com o advento dos canhões os muros, que foram impenetráveis por mil anos, não ofereceram proteção adequada à nova tecnologia. A queda de Constantinopla chegou numa quarta-feira, 29 de maio de 1453 depois de um assédio de dois meses sob Maomé II. Constantino XI Paleólogo, embora fosse aconselhado a fugir para Morea, quis permanecer na cidade fundada por seu homônimo Constantino I e foi visto pela última vez quando entrava em combate contra os janízaros otomanos, que avançavam perigosamente, perdendo além do império a vida em campo de batalha. Maomé II conquistou também Mistra em 1460 e Trebizonda, pondo fim ao estado grego.

– Consequências
A queda de Constantinopla significou a perda de um posto estratégico do cristianismo, que assegurava o acesso de comerciantes europeus em direção às rotas comerciais para a Índia e a China, sobretudo para os comerciantes venezianos e genoveses. Com a dominação turca, a rota entre o Mediterrâneo e o Mar Negro não ficou, bloqueada aos navios cristãos, mas dificultada. Isto impulsionou uma corrida naval em busca de outra rota em direção à Índia através do oceano Atlântico, contornando a África, Espanha e Portugal rapidamente tiraram vantagem da posição geográfica para dominar as novas rotas, causando o declínio das repúblicas marítimas de Veneza e Gênova. No final do século XV, financiado pelos reis de Espanha, Cristóvão Colombo partiu para uma ousada tentativa de alcançar a Ásia em uma nova rota através do oceano, para oeste, descobrindo um novo continente, a América, descortinando um novo mundo para os europeus. Este mesmo processo de fechamento do comércio no mar mediterrâneo, no qual os turcos otomanos impediram o avanço europeu, fez com que toda a região balcânica se tornasse mais dependente da produção própria, juntamente com a península Itálica. As diversas transformações econômicas e políticas que se seguiram à queda do Império Romano do Oriente levaram os historiadores a convencionarem o ano de 1453 como o marco do fim da Idade Média e do fim do feudalismo na Europa, fazendo do Império Bizantino um grande marco para as descobertas de novas terras, e para o desenvolvimento do capitalismo no mundo.


Fonte: Wikipédia

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sábado, 17 de abril de 2010

Reims, França






O Condado de Reims surgiu como decorrência do poderio de Herberto II (902-943), conde de Vermandois, nos domínios de Saint-Quentin (Aisne) e Péronne (Somme), França.









A história do condado estará sempre ligada ao bispo local e ao papel que ele desempenha e aos ataques dos povos germânicos, o que faz com que já no final do século III ou início do IV, se dê a construção de muros em torno de Reims, apoiada nos quatro arcos de triunfo construídos no cardo e decumanus, arcos e portões são transformadas em parede. O bispo Nicásio, construiu a primeira catedral na primeira metade do V sobre as antigas termas galo-romanos. Este edifício era dedicado à Virgem Santíssima, e foi onde se realizou no ano de 498 o batismo de Clóvis I pelo bispo Remígio.

Em 816 Luís o Pio, filho de Carlos Magno, escolheu Reims para sua consagração como imperador. A importância que eles davam à cidade fez com que incumbissem ao bispo Ebbo (816-835) de iniciar a contrução (816) de uma nova catedral para substituir o edifício do século V. O bispo Hincmar (845-882) manteve a nova construção e a consagrou em 862. Muitos destas igrejas, edifícios e as muralhas foram destruídas durante os ataques normandos de 883 e 887.

Herberto II foi o mais famoso dos condes de Vermandois e de sua descendência surgiu a linhagem que governaria o condado de Reims. Seu terceiro filho Hugo de Reims (920 † 962), tornou-se o primeiro conde e igualmente bispo de Reims. O avô de Hugo Herberto I, pertencia à linhagem Carolíngia direta (masculina) e cuja descendência era:

1. Pepino II de Vermandois, seu pai;
2. Bernardo da Lombardia, seu avô;
3. Pepino da Lombardia, seu bisavô e
4. Carlos Magno, seu triavô.

No início de 451, Átila o Huno atravessou o Rio Reno e atacou diversas cidades da Gália. O bispo de Nicásio foi morto diante do altar da sua igreja em Reims. Os ataques de Átila culminariam com a Batalha dos Campos Cataláunicos.

É a cidade francesa onde Clóvis I foi batizado, após ter sido escolhida por Hugo Capeto, primeiro rei da dinastia capetiana, para sede de sua coroação. Passou então a ser sede de todas as coroações posteriores, sendo essas integralmente custeadas pelos burgueses da cidade. Os três últimos reis da dinastia Capeto, filhos de Filipe IV, o Belo, foram coroados em Reims num período de 7 anos, causando muita revolta aos burgueses locais, pela enorme despesa que acompanhava cada uma das coroações. Foram eles: Luís X (1289-1316), Filipe V (1291- 1322) e Carlos IV (1294-1328), coroados respectivamente em 1315, 1316, 1322.

Lista dos condes de Reims

• 925-931 : Hugo de Reims, arcebispo de Reims (920 † 962), filho de Herberto II de Vermandois
• 931-940 : Artaude de Reims, arcebispo de Reims († 962)
• 940-945 : Hugo de Reims, novamente
• 946-967 : Reinaldo de Roucy, conde de Roucy († 967)
• 967-982 : Herberto III, o Velho, conde de Omois e de Reims († 982), filho de Herberto II de Vermandois
• 982-995 : Eudes I, († 995), conde de Blois, de Chartres e de Reims, sobrinho do precedente
• 995-1004 : Teobaldo II, († 1004), conde de Blois e de Reims, filho do precedente
• 1004-1023 : Eudes II, († 1037), conde de Blois e de Reims, irmão do precedente

Em 1023, Eudes II foi obrigado pelo rei da França Roberto II a vender o condado de Reims a Ebles I de Roucy, arcebispo de Reims.



Reims hoje
Reims é uma comuna francesa na região administrativa de Champanha-Ardenas, no departamento Marne.
– área: 46,9 km²,
– população: 188.078 habitantes, segundo os censos de 2008,
– densidade: 3.991 hab/km².

Nesta cidade eram sagrados todos os reis da França, mas um evento deste porte não poderia acontecer em qualquer lugar. Era necessária a construção de uma catedral monumental. E em maio de 1211 o arcebispo Aubrey de Humbert lançou a pedra inaugural do que viria a ser uma das mais famosas catedrais góticas da história. Foram necessário 70 anos para concluir a fachada principal e a maior parte do interior da catedral. No entanto, guerras como a dos Cem Anos, contra a Inglaterra, a Grande Peste Europeia de 1348 trouxeram grandes atrasos ao projeto, que somente seria concluído 300 anos mais tarde. (Viagens & Imagens)


O nome da região onde Reims está situada é Champagne, assim nada mais natural que a famosa bebida que começou a ser aqui fabricada ganhasse o nome desta parte do país. Com o sucesso da bebida, todo mundo começou a querer fabricar Champagne, o que levou à criação de medidas legais para evitar a utilização indevida deste nome. Atualmente qualquer lugar do mundo pode produzir "Espumante", mas para que este produto possa receber o rótulo Champagne, ele tem necessariamente de ser produzido na região de Champagne, França. (Viagens & Imagens)



Fonte: Wikipédia

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domingo, 11 de abril de 2010

Macedônia




A República da Macedônia (em macedônio Република Македонија, transl. Republika Makedonija) é um país balcânico que até 1991 fazia parte da Jugoslávia socialista. Tem limites a norte com a República do Kosovo, a leste com a Bulgária, a sul com a Grécia e a oeste com a Albânia. Capital: Skopje. A Macedônia ingressou nas Nações Unidas em 1993 com o nome – Antiga República Iugoslava da Macedônia.






Disputa sobre o nome
Ao proclamar sua independência da República Socialista Federal da Jugoslávia, em 1991, a República da Macedônia enfrentou forte oposição da Grécia, que considera o nome Macedônia parte de seu passado cultural e possui uma região com o nome Macedônia. Desta forma, a Grécia só concordou com a admissão da República da Macedônia (nome constitucional) na Organização das Nações Unidas sob o nome provisório de "Antiga República Jugoslava da Macedônia" em macedônio: Поранешна Југословенска Република Македонија e assim a República da Macedônia tornou-se membro em 1993.

A maioria das organizações internacionais adotou a mesma convenção de nome, inclusive a OTAN , o FMI e o COI. Porém, um número crescente de países têm abandonado a referência provisória da ONU, inclusive três dos cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU: Estados Unidos, Rússia e China. Noventa países já reconhecem o país como "República da Macedônia" ou simplesmente "Macedônia".

A posição oficial do governo grego é que a palavra Macedônia é grega e só deveria ser usada para designar a região do histórico reino da Macedônia, que se encontra quase inteiramente no território da Grécia. No entanto, a Bulgária e a "República da Macedônia" referem-se à parte da Macedônia que integra o território grego como Macedônia Grega ou “Egeia”, implicando que a parte grega é apenas uma porção da Macedônia e não a sua totalidade.

História
– breve resumo da história da Macedónia:
  • século VI - Conquista da região pelos eslavos
  • século VII - Conquista da região pelos búlgaros
  • 1014 - Conquista pelo Império Bizantino
  • 1035 - Conquista pelo Império Otomano
  • 1893-1897 - desenvolvimento de movimentos (Bulgária) nacionalistas macedónios.
  • 1903 - levante macedônio apoiado pela Bulgária foi rechaçado violentamente pelos turcos com a destruição de 105 vilas de macedónios eslavos.
  • 1912-1913 - Guerra dos Balcãs, primeiro contra o Império Otomano pela divisão dos territórios e depois entre si (Bulgária contra Grécia, Sérvia, Romênia e Império Otomano, que a derrotaram), o que resultou na divisão do território macedónio entre gregos (região costeira) e sérvios (região central e norte da Macedónia).
  • 1919-1939 - Período entre guerras - a Macedónia passou a fazer parte do Reino dos sérvios, croatas e eslovenos. Os sérvios da (Vardar)-Macedónia passaram a fazer parte do Estado Federal da Jugoslávia.
  • 1945 - criação da República Socialista Federal da Jugoslávia. A Macedónia integrou o novo estado como uma de suas seis repúblicas constitutivas.
  • 1991 - em 8 de setembro, um plebiscito decidiu pela separação da Macedónia da Jugoslávia.
  • 1993 - em abril, a Macedónia foi admitida como membro da Organização das Nações Unidas, com o nome de "Antiga República Jugoslava da Macedónia".

Política
A Macedônia tem em seu território uma minoria albanesa, que se queixa de discriminação e exige que a região onde vivem seja autônoma. Em 1991 houve um plebiscito em todo o país, e dois anos mais tarde o país passou a ter uma representação na ONU.

Em 1998 os sérvios iniciaram uma limpeza étnica na província sérvia de Kosovo, ou seja, começaram a exterminar os Kosovares de origem albanesa que compõem 90% da população daquela região. O objetivo declarado era aumentar a proporção de sérvios e acabar com o movimento separatista . Com isso, milhares de refúgiados kosovares migraram para a Macedônia, em acampamentos precários.

Em 2001, tropas rebeldes albanesas avançaram sobre o solo da Macedônia, a qual contra-atacou violentamente, diminuindo a popularidade do governo. A OTAN chegou a propor apoio ao governo macedônio em julho de 2001, mas três meses depois o governo propôs uma trégua aos rebeldes, o que promoveu um cessar-fogo e a retirada das tropas das cidades.



Geografia
A Macedônia se situa na península Balcânica, fazendo fronteira ao sul com a Grécia, a oeste com a Albânia, a leste com a Bulgária, ao norte com Sérvia e com Montenegro. Sua região é montanhosa, com vales férteis excelentes para culturas temperadas.

Economia
A renda per capita da República da Macedônia é de 1.900 dólares. Com o boicote imposto pela ONU contra a Jugoslávia em decorrência da guerra e do genocídio promovido contra a população bósnia, a Macedônia foi impedida de conduzir comércio bilateral com esse país vizinho, o que prejudicou sua economia. Também a Grécia impôs boicote devido à questão do nome do novo país.

Demografia
A Antiga República Jugoslávia da Macedônia tem 2.070.000 habitantes, assim distribuídos conforme a etnia:
  1. 67,0% Eslavo-macedônios
  2. 21,0% Albaneses
  3. 4,5% Turcos
  4. 2,5% Sérvios

– Religião
  1. ortodoxa macedônia 64,7%
  2. muçulmana 33,3%
  3. cristãs 0,37%
  4. outras 1,63%
– Alfabetização 96,1% (2002)

– Línguas
  1. macedônio,
  2. albanês,
  3. turco e
  4. sérvio


– Área de 25 713 km2






Fonte: Wikipédia

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Margarida Tudor, rainha da Escócia

Margarida Tudor (28 de novembro de 1489 – 18 de outubro de 1541), filha de Henrique VII da Inglaterra e de Isabel de York, foi uma figura notável na história da Escócia e da Inglaterra do século XVI. Ela nasceu em novembro de 1489, no Palácio de Westminster, em Londres.


Ao completar 7 anos de idade, o seu pai, Henrique VII, organizou o seu casamento com o príncipe da Escócia, Jaime. Isto daria uma certa segurança à Inglaterra. Contudo, houve objeções, alguns nobres ingleses temiam que os Stewarts invadissem a Inglaterra, que o rei inglês tratou de rebatê-las.

Em 1502, foi firmado o Tratado de Paz Perpétua entre a Inglaterra e a Escócia. Para que o tratado fosse cumprido, a princesa inglesa e o príncipe escocês deveriam casar, como firmado numa das cláusulas. Nesse mesmo dia, um tratado de casamento foi concluído, e foi o sinal mais visível - e garantia - da paz. O casamento foi então completado por procuração, por isso Margarida foi considerada como Rainha dos Escoceses.

Rainha
O tratado de 1502, longe de ser perpétuo, apenas sobreviveu até morte de Henrique VII da Inglaterra, em 1509. O seu sucessor, o jovem e agressivo Henrique VIII, diferente da ação prudente e diplomática do seu pai, logo caminhou para uma guerra com a França, velho aliado da Escócia. Em 1513, James invadiu a Inglaterra para honrar o seu compromisso para com a Aliança Francesa. Margarida tinha se oposto à guerra.

O Parlamento reuniu-se em Stirling, e Margarida foi honrada com o cargo de regente. Uma mulher raramente teve uma posição de poder supremo, e Margarida era a irmã de um rei inimigo. Em Julho de 1514, ela conseguiu conciliar as partes, e na Escócia - juntamente com a França - concluiu a paz com a Inglaterra nesse mesmo mês. Mas na sua busca de aliados políticos entre a nobreza rebelde escocesa, ela tomou um passo fatal, permitindo que o bom senso e a prudência fossem anuladas pela emoção e magnetismo. Na busca de aliados, Margarida virou mais e mais poderosa. Ela esteve particularmente apaixonada por Aribaldo Douglas, Visconde de Angus. Margarida e Douglas casaram-se secretamente na igreja paroquial de Kinnoull, perto de Perth, em 6 de Agosto. Em setembro, o Conselho Privado decidiu que ela havia perdido os seus direitos para a supervisão de seus filhos.

Margarida manteve uma atitude de dama inglesa, e com ela desejando um melhor entendimento entre a terra do seu nascimento e a sua família adotiva. Mas ela rapidamente veio a compreender como traiçoeira a política escocesa poderia ser, e que a sobrevivência dependia da capacidade de alcançar um equilíbrio entre os interesses concorrentes. Em 1524, a regente foi finalmente retirada do poder num simples mas eficaz golpe de Estado. Mas com a ajuda de poderosos, Margarida trouxe Jaime, com doze anos de idade. Foi uma jogada ousada e popular. Em agosto, o Parlamento declarou o fim da regência, e Jaime tomou os seus poderes. Na prática, ele iria continuar a ser regido por outros, pela sua mãe acima de tudo. Em novembro, o Parlamento formalmente a reconheceu como a principal conselheira para o rei.


A morte
Margarida morreu de um grave acidente vascular cerebral no Castelo de Metheven, em Perth, em 18 de outubro de 1541 e foi enterrada no Priorado dos Cartuxos de S. João, em Perth (demolida durante a Reforma, 1559).

Casamentos e descendências

Margarida Tudor casou-se três vezes, sendo que duas com membros da Casa de Stewart:

– Com Jaime IV rei da Escócia (8 de agosto de 1503 - 9 de setembro de 1513), teve seis filhos:
  1. Jaime (21 de fevereiro de 1507 - 27 de fevereiro de 1508), duque de Rothesay;
  2. uma filha (15 de julho de 1508), princesa da Escócia;
  3. Artur (20 de outubro de 1509 - 14 de julho de 1510), duque de Albany e de Rothesay;
  4. Jaime V, (10 de abril de 1512 - 14 de dezembro de 1542), rei de Escócia;
  5. uma filha (novembro de 1512), princesa da Escócia;
  6. Alexandre (30 de abril de 1514 - 18 de dezembro de 1515), duque de Ross.


– Com Arquibaldo Douglas, conde de Angus (4 de agosto de 1514 - 11 de março de 1527), teve uma filha:
  1. Margarida Douglas (8 de outubro de 1515 - 9 de março de 1578), condessa de Lennox.


– Com Henrique Stewart, lorde Methven (3 de março de 1528 - 18 de outubro de 1541), teve uma filha:
  1. Dorotéia Stewart, considerada ter morrido jovem.



Fonte: Wikipédia

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domingo, 4 de abril de 2010

Paulo I, imperador da Rússia




Paulo Petrovich Romanov (Paulo I da Rússia), filho de Pedro III da Rússia e Catarina, a Grande (Sofia Frederica de Anhalt-Zerbst-Dornburg). Nasceu em 1 de outubro de 1754 e seu reinado durou de 6 de novembro de 1796 a 23 de março de 1801 – data de sua morte.






Reinado
O curto reinado de Paulo I resumiu-se a dois pontos:
  1. alteração da lei de sucessão e
  2. inversão das políticas instauradas por sua mãe


– Leis Paulinas
Temendo que no testamento da sua mãe, ela o tivesse excluído do trono para entregar diretamente ao sei filho Alexandre, Paulo modificou profundamente as leis de sucessão. As principais mudanças foram a exclusão de mulheres do trono exceto no caso de a linha masculina ser completamente extinta. Além disso era obrigatório que o sucessor fosse o filho primogênito, sendo impossível exclui-lo em favor do mais novo. Os casamentos também foram alterados. Os membros da família imperial passaram a ser obrigados a casar com outro membro de uma casa reinante ou a enfrentar o exílio e abdicação de títulos.

– Inversão de Políticas
Quando Paulo chegou ao trono, iniciou uma autentica inquisição contra tudo o que era francês, sendo esse um país e cultura que a sua mãe amava incondicionalmente. Pessoas foram exiladas apenas por usarem roupas de estilo parisiense ou ler livros franceses. Também mandou o exército russo estacionado na Prússia segundo o desejo de Catarina, a Grande, regressar a casa e voltou a enterrar o seu pai, o czar Pedro III como se Catarina não tivesse sido uma governante legítima.


Família
– Casamentos
Natália Alexeievna (Guilhermina Luísa de Hesse-Darmstadt)
Guilhermina visitou a Rússia pela primeira vez em 1773 a convite da Imperatriz Catarina, a Grande que andava à procura de uma esposa para o seu filho. Guilhermina foi acompanhada das suas duas irmãs e da mãe, uma vez que a Czarina não conhecia nenhuma e não sabia quem haveria de escolher.

Paulo reparou imediatamente em Guilhermina e os dois ficaram noivos, casando-se em outubro do mesmo ano.

Ela era vivaz, alegre e desinibida, agitando a corte russa. A principio a Imperatriz gostava dela, mas esse sentimento alterou-se rapidamente quando Guilhermina começou a ir contra todas as suas decisões. Paulo gostava muito dela, mas ela não era perdida de amores pelo marido. Poucos meses depois iniciou um romance com o melhor amigo dele, o general Andrey Razumovsky. Guilhermina acabaria por morrer ao dar à luz um filho que nunca se soube ser de Paulo ou Andrei.

Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg)
A união entre Paulo e Maria foi arranjada novamente pela mãe dele. Maria teve uma educação excelente, mas era de raciocínio lento e não muito inteligente. Mesmo assim Paulo ficou encantado com ela e os dois eram extremamente apaixonados e dedicados, principalmente durante os primeiros anos de casamento.

Paulo tinha uma personalidade difícil, mas Maria compreendia, ajudando o marido a lidar com ocasiões públicas. Juntos teriam 10 filhos, assegurando assim a linha de sucessão russa até à Revolução em 1917.

Eventualmente Paulo, tal como todos os homens da época, arranjou uma amante. Maria ficou extremamente desiludida com o marido e os dois afastaram-se até aos últimos anos da vida dele.

Após o assassinato de Paulo, Maria tentou reclamar o título de Imperatriz, tal como a sua sogra tinha feito, mas foi rapidamente impedida pelo filho.


– Filhos

  1. Alexandre I da Rússia – sucessor do império
  2. Constantino Pavlovich Romanov – Nascido em 1779, Constantino, tal como o seu irmão mais velho, foi enviado ainda em bebê para o palácio da avó para ser criado por ela. Catarina II preparou-o para ser o Imperador daquilo que ela pretendia ser o Império Bizantino restaurado, no entanto Constantino nunca chegaria ao trono, tendo-o recusado em favor do irmão Nicolau após a morte de Alexandre. Em 1796, com apenas 16 anos, casou-se com a Princesa Juliana de Saxe-Coburgo-Saalfield, uma tia da Rainha Vitória. Casou-se depois com a polaca Joanna Grudzińska, mas nunca teve filhos. Politicamente o papel mais influente de Constantino foi como Governador da Polônia. Reinando-a com punho de ferro, perseguiu ferozmente os revolucionários que procuravam a independência do reino e ganhou uma impopularidade sem precedentes, acabando por ser expulso pelo próprio irmão.
  3. Alexandra Pavlovna Romanova – Nasceu em 1783 e era considerada a mais bonita e inteligente das Princesas europeias da sua época. Casou-se em 1799 com o Arquiduque José da Áustria, seguindo o plano do seu pai para melhorar as relações entre os dois países. Infelizmente a união durou pouco. Em 1801, quando Alexandra tinha 17 anos, o parto do seu primeiro filho correu mal e nem ela, nem a criança resistiram, acabando por morrer mais tarde nesse dia.
  4. Elena Pavlovna Romanova – Nascida em 1784, Elena recebeu a alcunha de "Helena de Tróia" da sua avó devido à sua beleza. Casou-se a três meses de completar 15 anos com o Grão-duque Luís Frederico de Mecklenburg-Schwerin de quem teve dois filhos. Acabaria por morrer subitamente em 1803, depois de ficar gravemente doente dias antes. Tinha 18 anos.
  5. Maria Pavlovna Romanova – Nascida em 1786, Maria era considerada a menos bonita das suas irmãs. Era uma grande entusiasta pelas artes, sendo uma grande pianista e pintora. Em 1804 casou-se com o Grão-duque Carlos Frederico de Saxe-Weimar-Eisenach e tornou-se uma figura extremamente popular no seu Grão-ducado alemão, sendo a primeira a estimular a sua capital, Weimar, a tornar-se num centro artístico. Teve dois filhos e duas filhas. Um delas, Augusta, seria a primeira Imperatriz da Alemanha após o seu casamento com o Kaiser Guilherme I.
  6. Catarina Pavlovna Romanova – Nasceu em 1788 e foi desde sempre muito próxima do seu irmão mais velho, o futuro Czar Alexandre I, ao ponto de alguns questionarem se os dois não estariam envolvidos num caso de incesto que nunca foi confirmado. Durante as Invasões Francesas, Napoleão pediu a mão dela em casamento ao irmão com o objetivo de unir os reinos francês e russo, mas foi recusado. Catarina acabaria por se casar primeiro em 1809 com o Duque Pedro de Oldenburgo de quem teve dois filhos e, após a morte dele, casou-se novamente em 1816 com o Rei Guilherme I de Württemberg de quem teve duas filhas. Uma delas, Sofia, que se tornaria Rainha Consorte da Holanda após o seu casamento com o Rei Guilherme III.
  7. Ana Pavlovna Romanova – Nascida em 1795, seria Rainha Consorte da Holanda após o seu casamento com o Rei Guilherme II. Juntos teriam cinco filhos.
  8. Nicolau I da Rússia – imperador da Rússia
  9. Miguel Pavlovich Romanov – O filho mais novo nasceu em 1798. Era pouco sensível e obcecado com a vida militar, herdando muitas características da personalidade neurótica do pai. Casou-se em 1824 com a sua prima em segundo grau, a Princesa Carlota de Württemberg, que mudou o nome para Elena Pavlovna ao juntar-se à Igreja Ortodoxa, o casal teve cinco filhas. Nenhuma delas passou dos 21 anos, tendo apenas duas chegado à idade adulta.


Curiosidade
Existe a possibilidade de que o pai biológico de Paulo I não fosse o Czar Pedro III, mas sim o amante da sua mãe, Serge Saltykov. Embora muitos defendam esta possibilidade, existem fatores de que isto não passa de um rumor, uma vez que Paulo era bastante parecido fisicamente com Pedro III. Os rumores podem ter surgido devido ao fato de Catarina, a Grande, odiar o seu filho e preferir excluí-lo do trono em favor do seu neto Alexandre.

Causa de Morte
Paulo foi violentamente assassinado a pontapé no seu quarto do Castelo de São Miguel por um grupo de nobres. A razão para o seu assassinato podem prender-se com o fato de ele ter descoberto e parado vários esquemas de corrupção no tesouro russo por parte destes nobres, mas o mais provável é que tudo tenha acontecido para que o seu filho subisse diretamente para o trono. Há quem acredite que Alexandre I esteve envolvido diretamente no assassinato, mas outros defendem que ele queria apenas pressionar o pai para abdicar.





Fonte: Os Romanov

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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