A origem do prédio remonta ao final do século XVII, 1699, quando a Casa da Moeda foi construída para fundir o ouro proveniente das Minas Gerais, na proximidade do mar, com a vantagem de facilitar os transportes marítimos. Em planta datada de 1713, o Armazém Del Rey já aparece com essa denominação, remetendo ao local onde eram guardadas armas e munições reais. Mais tarde, como Palácio dos Vice-Reis, foi usado como cocheira para cavalos e carruagens.
1743-1763
Casa dos Governadores
O prédio que viria a ser o Paço Imperial foi ocupado pela primeira vez, em 1743, pelo Governador Gomes Freire de Andrade, o Conde de Bobadela, que havia ordenado ao engenheiro militar José Fernandes Alpoim a construção de uma nova Casa dos Governadores para sediar o governo das capitanias do Rio de Janeiro e de São Paulo. Alpoim aproveitou os edifícios preexistentes no local, a Casa da Moeda e o Armazém Del Rey, acrescentando dois pisos novos que resultaram em uma sóbria construção em alvenaria caiada de branco, com molduras nas janelas em pedra de cantaria e vários pátios por onde se fazia a circulação. Na entrada principal, uma bela portada de mármore de lioz dava acesso ao piso superior. De aspecto imponente em relação às edificações vizinhas, em pouco tempo, o prédio converteu-se em centro da política local e regional, bem como do comércio. Até 1808, a Casa da Moeda e o Real Armazém continuaram a funcionar no andar térreo.
1763-1808
Palácio dos Vice-Reis
Com a transferência da sede do Governo Geral de Salvador, Bahia, para o Rio de Janeiro, o prédio ficou conhecido como Palácio dos Vice-Reis. Foram 7 os vice-reis no Rio de Janeiro. Nesse período, várias obras e intervenções foram realizadas no Largo do Paço, como a construção do cais de cantaria lavrada com escadas para o mar e a instalação do chafariz que abasteceria os navios e as moradias no entorno, obra do Mestre Valentim que permanece até hoje na Praça XV. A cidade expandiu seus limites e consolidou como espaço hegemônico a região em torno do Paço que passaria, nos anos seguintes, por grandes reformas.
1808-1822
Paço Real
Ante a ameaça da invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte, o Príncipe Regente, D. João de Bragança, futuro D. João VI, não relutou em deixar Lisboa com a mãe incapacitada mental, a Rainha D. Maria I, e estabelecer-se no Brasil.
A Família Real portuguesa, a Corte e muitos dos vassalos que quiseram acompanhá-la embarcaram para o Brasil, com destino à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 36 navios com cerca de 12.000 a 15.000 pessoas, sob proteção de um esquadrão britânico.
Em 22 de janeiro de 1808, a frota ancorava em Salvador. Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, transformando a cidade em sede da monarquia. O Paço tornou-se residência da Família Real, recebendo a denominação de Paço Real e passou a ser elemento relevante no contexto do poder estabelecido.
A chegada da Corte provocou uma grande transformação na cidade. No Paço, várias modificações foram realizadas.
Apesar das reformas, o palácio ainda era considerado desconfortável para a Família Real, que se transferiu para a Quinta da Boa Vista. O Paço permaneceu como sede do governo, local dos despachos e recepções oficiais, de grandes cerimônias e festejos como a coroação de Dom João VI (6 de fevereiro de 1818) e a chegada de D. Leopoldina para o casamento com o príncipe D. Pedro (5 de novembro de 1817).
1822-1890
Paço Imperial
Com a declaração da independência do Brasil, o Paço Real transformou-se em Paço Imperial. O prédio foi pintado de amarelo, cor do Império, e as janelas ganharam balcões de ferro dourados.
O Paço Imperial, de 1822 a 1890, foi palco de todos os eventos políticos, religiosos, econômicos e o local de onde se governava o país. Manteve sua importância na cidade, pela nobreza e imponência de sua arquitetura - casa-sede do governo imperial - cenário de acontecimentos históricos como a aclamação de dois imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II, o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) e a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, que aboliu a escravatura no Brasil (13 de maio de 1888).
1890-1982
Sede do Departamento de Correios e Telégrafos
Após a Proclamação da República, o Paço perde sua posição de palácio, ligado ao poder monárquico, e passa a sediar o Departamento de Correios e Telégrafos.
Nas décadas de 20 e 30, o prédio passou por diversas reformas para acolher a repartição. Um prédio de três pavimentos foi construído no interior do pátio maior, o 3° pavimento é ampliado por todo o perímetro da construção, as platibandas foram retiradas e um frontão de estilo neocolonial é erguido na fachada principal. Em 1938, o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico e, em 1982, iniciaram-se os trabalhos de restauração.
1985
Paço Imperial – Centro Cultural do IPHAN
Desde 1985, o Paço Imperial é um centro cultural vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN do Ministério da Cultura. A restauração do prédio foi orientada pela perspectiva de reabilitar e valorizar as marcas deixadas pelas diferentes fases históricas e suas sucessivas intervenções.
Seus espaços estão perfeitamente adequados a diversos projetos de exposições, atendendo às condições exigidas pelas normas internacionais de conservação de obras de arte. A linha de atuação adotada encontra uma metáfora concreta na restauração, feita entre 1982 e 1985, que mescla elementos originais do prédio com outros contemporâneos.
Como centro cultural, possui, além do circuito de exposições, espaços permanentemente abertos a eventos culturais, como:
O Paço Imperial tornou-se referência no panorama cultural do Rio de Janeiro e inaugurou um novo ciclo na Praça XV e suas imediações, onde foram surgindo outros centros multiculturais que atraem um público de cerca de três milhões de pessoas por ano em programações que envolvem desde grandes exposições de arte nacionais e internacionais, eventos musicais e literários, peças de teatro, espetáculos de dança, filmes, cursos e seminários.
Origem: Paço Imperial
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1743-1763
Casa dos Governadores
O prédio que viria a ser o Paço Imperial foi ocupado pela primeira vez, em 1743, pelo Governador Gomes Freire de Andrade, o Conde de Bobadela, que havia ordenado ao engenheiro militar José Fernandes Alpoim a construção de uma nova Casa dos Governadores para sediar o governo das capitanias do Rio de Janeiro e de São Paulo. Alpoim aproveitou os edifícios preexistentes no local, a Casa da Moeda e o Armazém Del Rey, acrescentando dois pisos novos que resultaram em uma sóbria construção em alvenaria caiada de branco, com molduras nas janelas em pedra de cantaria e vários pátios por onde se fazia a circulação. Na entrada principal, uma bela portada de mármore de lioz dava acesso ao piso superior. De aspecto imponente em relação às edificações vizinhas, em pouco tempo, o prédio converteu-se em centro da política local e regional, bem como do comércio. Até 1808, a Casa da Moeda e o Real Armazém continuaram a funcionar no andar térreo.
1763-1808
Palácio dos Vice-Reis
Com a transferência da sede do Governo Geral de Salvador, Bahia, para o Rio de Janeiro, o prédio ficou conhecido como Palácio dos Vice-Reis. Foram 7 os vice-reis no Rio de Janeiro. Nesse período, várias obras e intervenções foram realizadas no Largo do Paço, como a construção do cais de cantaria lavrada com escadas para o mar e a instalação do chafariz que abasteceria os navios e as moradias no entorno, obra do Mestre Valentim que permanece até hoje na Praça XV. A cidade expandiu seus limites e consolidou como espaço hegemônico a região em torno do Paço que passaria, nos anos seguintes, por grandes reformas.
1808-1822
Paço Real
Ante a ameaça da invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte, o Príncipe Regente, D. João de Bragança, futuro D. João VI, não relutou em deixar Lisboa com a mãe incapacitada mental, a Rainha D. Maria I, e estabelecer-se no Brasil.
A Família Real portuguesa, a Corte e muitos dos vassalos que quiseram acompanhá-la embarcaram para o Brasil, com destino à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 36 navios com cerca de 12.000 a 15.000 pessoas, sob proteção de um esquadrão britânico.
Em 22 de janeiro de 1808, a frota ancorava em Salvador. Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, transformando a cidade em sede da monarquia. O Paço tornou-se residência da Família Real, recebendo a denominação de Paço Real e passou a ser elemento relevante no contexto do poder estabelecido.
A chegada da Corte provocou uma grande transformação na cidade. No Paço, várias modificações foram realizadas.
- os cômodos voltados para o mar e para a praça constituiriam a parte nobre do prédio,
- a Sala do Trono, onde ocorreriam as audiências reais,
- no corpo da frente e no centro da fachada voltada para a praça, alojaram-se os membros da Família Real
- construiu um passadiço, agregando o Paço ao Convento do Carmo e à casa da Câmara e Cadeia, para facilitar a movimentação dos acomodados nesses espaços,
- as celas do convento foram transformadas em aposentos para a Rainha D. Maria I e suas damas,
- a antiga capela do convento foi transformada em Capela Real,
- em 1817, foi erguido um terceiro pavimento na fachada voltada para o mar, dando ao prédio o aspecto palaciano, local destinado aos aposentos reais
Apesar das reformas, o palácio ainda era considerado desconfortável para a Família Real, que se transferiu para a Quinta da Boa Vista. O Paço permaneceu como sede do governo, local dos despachos e recepções oficiais, de grandes cerimônias e festejos como a coroação de Dom João VI (6 de fevereiro de 1818) e a chegada de D. Leopoldina para o casamento com o príncipe D. Pedro (5 de novembro de 1817).
1822-1890
Paço Imperial
Com a declaração da independência do Brasil, o Paço Real transformou-se em Paço Imperial. O prédio foi pintado de amarelo, cor do Império, e as janelas ganharam balcões de ferro dourados.
O Paço Imperial, de 1822 a 1890, foi palco de todos os eventos políticos, religiosos, econômicos e o local de onde se governava o país. Manteve sua importância na cidade, pela nobreza e imponência de sua arquitetura - casa-sede do governo imperial - cenário de acontecimentos históricos como a aclamação de dois imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II, o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) e a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, que aboliu a escravatura no Brasil (13 de maio de 1888).
1890-1982
Sede do Departamento de Correios e Telégrafos
Após a Proclamação da República, o Paço perde sua posição de palácio, ligado ao poder monárquico, e passa a sediar o Departamento de Correios e Telégrafos.
Nas décadas de 20 e 30, o prédio passou por diversas reformas para acolher a repartição. Um prédio de três pavimentos foi construído no interior do pátio maior, o 3° pavimento é ampliado por todo o perímetro da construção, as platibandas foram retiradas e um frontão de estilo neocolonial é erguido na fachada principal. Em 1938, o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico e, em 1982, iniciaram-se os trabalhos de restauração.
1985
Paço Imperial – Centro Cultural do IPHAN
Desde 1985, o Paço Imperial é um centro cultural vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN do Ministério da Cultura. A restauração do prédio foi orientada pela perspectiva de reabilitar e valorizar as marcas deixadas pelas diferentes fases históricas e suas sucessivas intervenções.
Seus espaços estão perfeitamente adequados a diversos projetos de exposições, atendendo às condições exigidas pelas normas internacionais de conservação de obras de arte. A linha de atuação adotada encontra uma metáfora concreta na restauração, feita entre 1982 e 1985, que mescla elementos originais do prédio com outros contemporâneos.
Como centro cultural, possui, além do circuito de exposições, espaços permanentemente abertos a eventos culturais, como:
- teatro,
- concertos musicais,
- seminários,
- conferências e
- debates relacionados às temáticas das exposições realizadas.
O Paço Imperial tornou-se referência no panorama cultural do Rio de Janeiro e inaugurou um novo ciclo na Praça XV e suas imediações, onde foram surgindo outros centros multiculturais que atraem um público de cerca de três milhões de pessoas por ano em programações que envolvem desde grandes exposições de arte nacionais e internacionais, eventos musicais e literários, peças de teatro, espetáculos de dança, filmes, cursos e seminários.
Origem: Paço Imperial