O brado histórico do dia 7 de setembro de 1822 não foi tão retumbante na época. Só há 20 de setembro O Espelho publicava um artigo enaltecendo "o grito acorde de todos os brasileiros" contra "os decretos injustos e cruéis" das Cortes de Lisboa, que prejudicavam a união de dois hemisférios e atropelavam "os direitos inauferíveis do cidadão".
O príncipe regente D. Pedro viajara a São Paulo para estreitar os laços do governo do Rio de Janeiro com a província. Enquanto isso, chegavam ao Rio as decisões da Metrópole que restringiam a autoridade do príncipe e impunham rigorosas penas a quem discordasse das ordens de Portugal. Essas notícias foram mandadas a D. Pedro com um comentário de José Bonifácio:
O grito da Independência
O grito não repercutiu na ocasião porque, politicamente, a sorte do Brasil já estava selada desde uma série de medidas que incluíam o decreto de independência assinado por D. Pedro e os manifestos de Gonçalves Ledo e José Bonifácio. Quando o príncipe partiu para São Paulo em 14 de agosto, José Bonifácio proclamava o Brasil tão livre quanto o reino de Portugal.
Mas o ideal nacionalista do século XIX não se contentaria jamais com uma independência burocrática, apenas no papel. Ele exigia que o fato revestisse de grandiosidade. Em 1831, Francisco Manuel da Silva compôs uma melodia patriótica, para comemorar a abdicação de D. Pedro I, que se transformou no Hino Nacional.
O quadro da Independência
O quadro monumental de Pedro Américo, pintado, por encomenda oficial, em Florença entre 1886 e 1888, foi uma idealização do fato: realçou o riacho, elevou a colina, melhorou a raça dos cavalos, enriqueceu os trajes e ampliou a comitiva, incorporando a Guarda do Imperador, só criada tempos depois da Independência. No centro mágico da tela, D. Pedro alça a espada aos céus. Esse processo de mitificação só terminaria um século depois, em 6 de setembro de 1922, quando a letra de Osório Duque Estrada foi oficialmente adotada para o hino:
"E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante".
Fonte: A construção do Brasil - nossa história - 2006
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O príncipe regente D. Pedro viajara a São Paulo para estreitar os laços do governo do Rio de Janeiro com a província. Enquanto isso, chegavam ao Rio as decisões da Metrópole que restringiam a autoridade do príncipe e impunham rigorosas penas a quem discordasse das ordens de Portugal. Essas notícias foram mandadas a D. Pedro com um comentário de José Bonifácio:
"Senhor, o dado está lançado: de Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores".
Depois de ler os comunicados, às margens do Ipiranga, D. Pedro deu o brado famoso:
"Independência ou morte!".
O grito da Independência
O grito não repercutiu na ocasião porque, politicamente, a sorte do Brasil já estava selada desde uma série de medidas que incluíam o decreto de independência assinado por D. Pedro e os manifestos de Gonçalves Ledo e José Bonifácio. Quando o príncipe partiu para São Paulo em 14 de agosto, José Bonifácio proclamava o Brasil tão livre quanto o reino de Portugal.
Mas o ideal nacionalista do século XIX não se contentaria jamais com uma independência burocrática, apenas no papel. Ele exigia que o fato revestisse de grandiosidade. Em 1831, Francisco Manuel da Silva compôs uma melodia patriótica, para comemorar a abdicação de D. Pedro I, que se transformou no Hino Nacional.
O quadro da Independência
O quadro monumental de Pedro Américo, pintado, por encomenda oficial, em Florença entre 1886 e 1888, foi uma idealização do fato: realçou o riacho, elevou a colina, melhorou a raça dos cavalos, enriqueceu os trajes e ampliou a comitiva, incorporando a Guarda do Imperador, só criada tempos depois da Independência. No centro mágico da tela, D. Pedro alça a espada aos céus. Esse processo de mitificação só terminaria um século depois, em 6 de setembro de 1922, quando a letra de Osório Duque Estrada foi oficialmente adotada para o hino:
"E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante".
Fonte: A construção do Brasil - nossa história - 2006