A Ilha Fiscal foi primeiramente denominada Ilha dos Ratos. O nome se referia ao grande número de ratos que teriam vindo fugidos das cobras da Ilha das Cobras. Havia, numa outra versão, umas pedras cinzentas espalhadas pela ilha que se assemelhavam a ratos, à distância.
O castelo da Ilha foi projetado pelo engenheiro Adopho José Del Vecchio, para o Ministério da Fazenda que pretendia ter ali um posto aduaneiro. Del Vecchio, que era diretor de obras do ministério, elaborou um projeto em estilo néo-gótico com inspiração nos castelos do século XIV, em Auvergne, na França. O projeto foi agraciado com a Medalha de Ouro na exposição da Escola Imperial de Belas, e foi elogiado pelo Imperador “como um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia”, referindo-se a sua privilegiada localização e a beleza da Baía da Guanabara.
A construção foi executada com extrema qualidade e os profissionais que trabalharam, cada um em seu ofício, merecem destaque : o trabalho em cantaria é de AntonioTeixeira Ruiz, Moreira de Carvalho se encarregou dos mosaicos do piso do torreão, um trabalho primoroso feito com diversos tipos de madeira. Os vitrais foram importados da Inglaterra, o relógio da torre é de Krussman e Cia., os aparelhos elétricos da Seon Rode. A pintura decorativa na parede é de Frederico Steckel e as agulhas fundidas foram feitas por Manuel Joaquim Moreira e Cia. (fig. vitral de D. Pedro II)
O Baile
O famoso baile da Ilha Fiscal, foi um evento em homenagem à tripulação do couraçado chileno Almirante Cochrane, para cerca de 5 000 convidados. Com essa recepção, o Império reforçava os laços de amizade com o Chile, bem como tentava reerguer o prestígio da Monarquia, bastante abalado pela propaganda republicana.
A maior festa até então realizada no Brasil ocorreu pouco após a inauguração da ilha. Falou-se muito da música (valsa e polca), e do cardápio (uma imensa quantidade de garrafas de vinho e comidas exóticas) dessa festa. O comportamento dos participantes foi largamente explorado (a imprensa da época - sec. XIX – noticiou que peças íntimas foram encontradas na ilha depois da festa), curiosidades que ainda atraem historiadores hoje. O luxo e as extravagâncias com que se apresentaram os convidados geraram todo tipo de comentários.
Ocorreu no dia 9 de novembro de 1889. Inicialmente marcado para o dia 19 de outubro, foi adiado por ocasião da morte do rei Luís I de Portugal (1861-1889), sobrinho de Pedro II do Brasil.
A ilha foi enfeitada com balões venezianos, lanternas chinesas, vasos franceses e flores brasileiras. Na parte de trás do palacete foram montadas duas mesas, em formato de ferradura, onde foi servido um jantar para quinhentos convidados, sendo 250 em cada uma. Entre as iguarias, servidas em pratos ornamentados com flores e frutas exóticas, foram consumidos:
– curiosidades
República
A república foi proclamada seis dias depois do baile, e o imperador embarcou no mesmo Cais Pharoux de onde partiam os ferry-boats para levar os convidados para o baile. Vale observar que o cais Pharoux, no centro do Rio, hoje é conhecido como Praça Quinze, onde recentemente recuperaram-se as escadarias utilizadas para o embarque para a Ilha .
Hoje
Em 2001 o espaço passou por intensos trabalhos de restauração, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A partir das obras, foi recuperado o esplendor das pinturas decorativas do teto, das paredes e do piso de parquê do torreão. Também a parte externa do edifício voltou a exibir sua cor original. De quinta à domingo, tours guiados permitem explorar cada canto da construção, uma das preferidas de D. Pedro II. Entre os atrativos, os salões que abrigam exposições temporárias e permanentes que revelam a história da Ilha e da Marinha, a coleção de vitrais e os trabalhos em cantaria - colunas, arcos, florões e símbolos imperiais.
Origem: Riotur e Wikipédia
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O castelo da Ilha foi projetado pelo engenheiro Adopho José Del Vecchio, para o Ministério da Fazenda que pretendia ter ali um posto aduaneiro. Del Vecchio, que era diretor de obras do ministério, elaborou um projeto em estilo néo-gótico com inspiração nos castelos do século XIV, em Auvergne, na França. O projeto foi agraciado com a Medalha de Ouro na exposição da Escola Imperial de Belas, e foi elogiado pelo Imperador “como um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia”, referindo-se a sua privilegiada localização e a beleza da Baía da Guanabara.
A construção foi executada com extrema qualidade e os profissionais que trabalharam, cada um em seu ofício, merecem destaque : o trabalho em cantaria é de AntonioTeixeira Ruiz, Moreira de Carvalho se encarregou dos mosaicos do piso do torreão, um trabalho primoroso feito com diversos tipos de madeira. Os vitrais foram importados da Inglaterra, o relógio da torre é de Krussman e Cia., os aparelhos elétricos da Seon Rode. A pintura decorativa na parede é de Frederico Steckel e as agulhas fundidas foram feitas por Manuel Joaquim Moreira e Cia. (fig. vitral de D. Pedro II)
- O prédio da Ilha Fiscal foi inaugurada no início de 1889 pelo imperador.
O Baile
O famoso baile da Ilha Fiscal, foi um evento em homenagem à tripulação do couraçado chileno Almirante Cochrane, para cerca de 5 000 convidados. Com essa recepção, o Império reforçava os laços de amizade com o Chile, bem como tentava reerguer o prestígio da Monarquia, bastante abalado pela propaganda republicana.
A maior festa até então realizada no Brasil ocorreu pouco após a inauguração da ilha. Falou-se muito da música (valsa e polca), e do cardápio (uma imensa quantidade de garrafas de vinho e comidas exóticas) dessa festa. O comportamento dos participantes foi largamente explorado (a imprensa da época - sec. XIX – noticiou que peças íntimas foram encontradas na ilha depois da festa), curiosidades que ainda atraem historiadores hoje. O luxo e as extravagâncias com que se apresentaram os convidados geraram todo tipo de comentários.
Ocorreu no dia 9 de novembro de 1889. Inicialmente marcado para o dia 19 de outubro, foi adiado por ocasião da morte do rei Luís I de Portugal (1861-1889), sobrinho de Pedro II do Brasil.
A ilha foi enfeitada com balões venezianos, lanternas chinesas, vasos franceses e flores brasileiras. Na parte de trás do palacete foram montadas duas mesas, em formato de ferradura, onde foi servido um jantar para quinhentos convidados, sendo 250 em cada uma. Entre as iguarias, servidas em pratos ornamentados com flores e frutas exóticas, foram consumidos:
- 800 kg de camarão
- 1.300 frangos
- 500 perus
- 64 faisões
- 1.200 latas de aspargos
- 20.000 sanduíches
- 14.000 sorvetes
- 2.900 pratos de doces
- 10.000 litros de cerveja
- 304 caixas de vinhos, champagne e bebidas diversas
– curiosidades
- um fato irônico, até hoje não confirmado, ocorreu logo após a chegada da família real, às 10 h da noite: conta-se que D. Pedro II, ao entrar no salão do baile, desequilibrou-se e levou um tombo. Ao recompor-se, exclamou – O monarca escorregou, mas a monarquia não caiu!
- outro acontecimento curioso ocorreu no término da festa. Às 5 h da manhã, após a saída dos convidados, os trabalhos de limpeza revelaram alguns artigos inusitados espalhados pelo chão: além de copos quebrados e garrafas espalhadas, foram recolhidas condecorações perdidas e até peças de roupas íntimas femininas. O fato pode, entretanto, ser fictício, foi relatado na coluna humorística Foguetes, do periódico carioca "O Paiz", no dia 12 de novembro.
República
A república foi proclamada seis dias depois do baile, e o imperador embarcou no mesmo Cais Pharoux de onde partiam os ferry-boats para levar os convidados para o baile. Vale observar que o cais Pharoux, no centro do Rio, hoje é conhecido como Praça Quinze, onde recentemente recuperaram-se as escadarias utilizadas para o embarque para a Ilha .
Hoje
Em 2001 o espaço passou por intensos trabalhos de restauração, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A partir das obras, foi recuperado o esplendor das pinturas decorativas do teto, das paredes e do piso de parquê do torreão. Também a parte externa do edifício voltou a exibir sua cor original. De quinta à domingo, tours guiados permitem explorar cada canto da construção, uma das preferidas de D. Pedro II. Entre os atrativos, os salões que abrigam exposições temporárias e permanentes que revelam a história da Ilha e da Marinha, a coleção de vitrais e os trabalhos em cantaria - colunas, arcos, florões e símbolos imperiais.
Origem: Riotur e Wikipédia