domingo, 4 de abril de 2010

Paulo I, imperador da Rússia




Paulo Petrovich Romanov (Paulo I da Rússia), filho de Pedro III da Rússia e Catarina, a Grande (Sofia Frederica de Anhalt-Zerbst-Dornburg). Nasceu em 1 de outubro de 1754 e seu reinado durou de 6 de novembro de 1796 a 23 de março de 1801 – data de sua morte.






Reinado
O curto reinado de Paulo I resumiu-se a dois pontos:
  1. alteração da lei de sucessão e
  2. inversão das políticas instauradas por sua mãe


– Leis Paulinas
Temendo que no testamento da sua mãe, ela o tivesse excluído do trono para entregar diretamente ao sei filho Alexandre, Paulo modificou profundamente as leis de sucessão. As principais mudanças foram a exclusão de mulheres do trono exceto no caso de a linha masculina ser completamente extinta. Além disso era obrigatório que o sucessor fosse o filho primogênito, sendo impossível exclui-lo em favor do mais novo. Os casamentos também foram alterados. Os membros da família imperial passaram a ser obrigados a casar com outro membro de uma casa reinante ou a enfrentar o exílio e abdicação de títulos.

– Inversão de Políticas
Quando Paulo chegou ao trono, iniciou uma autentica inquisição contra tudo o que era francês, sendo esse um país e cultura que a sua mãe amava incondicionalmente. Pessoas foram exiladas apenas por usarem roupas de estilo parisiense ou ler livros franceses. Também mandou o exército russo estacionado na Prússia segundo o desejo de Catarina, a Grande, regressar a casa e voltou a enterrar o seu pai, o czar Pedro III como se Catarina não tivesse sido uma governante legítima.


Família
– Casamentos
Natália Alexeievna (Guilhermina Luísa de Hesse-Darmstadt)
Guilhermina visitou a Rússia pela primeira vez em 1773 a convite da Imperatriz Catarina, a Grande que andava à procura de uma esposa para o seu filho. Guilhermina foi acompanhada das suas duas irmãs e da mãe, uma vez que a Czarina não conhecia nenhuma e não sabia quem haveria de escolher.

Paulo reparou imediatamente em Guilhermina e os dois ficaram noivos, casando-se em outubro do mesmo ano.

Ela era vivaz, alegre e desinibida, agitando a corte russa. A principio a Imperatriz gostava dela, mas esse sentimento alterou-se rapidamente quando Guilhermina começou a ir contra todas as suas decisões. Paulo gostava muito dela, mas ela não era perdida de amores pelo marido. Poucos meses depois iniciou um romance com o melhor amigo dele, o general Andrey Razumovsky. Guilhermina acabaria por morrer ao dar à luz um filho que nunca se soube ser de Paulo ou Andrei.

Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg)
A união entre Paulo e Maria foi arranjada novamente pela mãe dele. Maria teve uma educação excelente, mas era de raciocínio lento e não muito inteligente. Mesmo assim Paulo ficou encantado com ela e os dois eram extremamente apaixonados e dedicados, principalmente durante os primeiros anos de casamento.

Paulo tinha uma personalidade difícil, mas Maria compreendia, ajudando o marido a lidar com ocasiões públicas. Juntos teriam 10 filhos, assegurando assim a linha de sucessão russa até à Revolução em 1917.

Eventualmente Paulo, tal como todos os homens da época, arranjou uma amante. Maria ficou extremamente desiludida com o marido e os dois afastaram-se até aos últimos anos da vida dele.

Após o assassinato de Paulo, Maria tentou reclamar o título de Imperatriz, tal como a sua sogra tinha feito, mas foi rapidamente impedida pelo filho.


– Filhos

  1. Alexandre I da Rússia – sucessor do império
  2. Constantino Pavlovich Romanov – Nascido em 1779, Constantino, tal como o seu irmão mais velho, foi enviado ainda em bebê para o palácio da avó para ser criado por ela. Catarina II preparou-o para ser o Imperador daquilo que ela pretendia ser o Império Bizantino restaurado, no entanto Constantino nunca chegaria ao trono, tendo-o recusado em favor do irmão Nicolau após a morte de Alexandre. Em 1796, com apenas 16 anos, casou-se com a Princesa Juliana de Saxe-Coburgo-Saalfield, uma tia da Rainha Vitória. Casou-se depois com a polaca Joanna Grudzińska, mas nunca teve filhos. Politicamente o papel mais influente de Constantino foi como Governador da Polônia. Reinando-a com punho de ferro, perseguiu ferozmente os revolucionários que procuravam a independência do reino e ganhou uma impopularidade sem precedentes, acabando por ser expulso pelo próprio irmão.
  3. Alexandra Pavlovna Romanova – Nasceu em 1783 e era considerada a mais bonita e inteligente das Princesas europeias da sua época. Casou-se em 1799 com o Arquiduque José da Áustria, seguindo o plano do seu pai para melhorar as relações entre os dois países. Infelizmente a união durou pouco. Em 1801, quando Alexandra tinha 17 anos, o parto do seu primeiro filho correu mal e nem ela, nem a criança resistiram, acabando por morrer mais tarde nesse dia.
  4. Elena Pavlovna Romanova – Nascida em 1784, Elena recebeu a alcunha de "Helena de Tróia" da sua avó devido à sua beleza. Casou-se a três meses de completar 15 anos com o Grão-duque Luís Frederico de Mecklenburg-Schwerin de quem teve dois filhos. Acabaria por morrer subitamente em 1803, depois de ficar gravemente doente dias antes. Tinha 18 anos.
  5. Maria Pavlovna Romanova – Nascida em 1786, Maria era considerada a menos bonita das suas irmãs. Era uma grande entusiasta pelas artes, sendo uma grande pianista e pintora. Em 1804 casou-se com o Grão-duque Carlos Frederico de Saxe-Weimar-Eisenach e tornou-se uma figura extremamente popular no seu Grão-ducado alemão, sendo a primeira a estimular a sua capital, Weimar, a tornar-se num centro artístico. Teve dois filhos e duas filhas. Um delas, Augusta, seria a primeira Imperatriz da Alemanha após o seu casamento com o Kaiser Guilherme I.
  6. Catarina Pavlovna Romanova – Nasceu em 1788 e foi desde sempre muito próxima do seu irmão mais velho, o futuro Czar Alexandre I, ao ponto de alguns questionarem se os dois não estariam envolvidos num caso de incesto que nunca foi confirmado. Durante as Invasões Francesas, Napoleão pediu a mão dela em casamento ao irmão com o objetivo de unir os reinos francês e russo, mas foi recusado. Catarina acabaria por se casar primeiro em 1809 com o Duque Pedro de Oldenburgo de quem teve dois filhos e, após a morte dele, casou-se novamente em 1816 com o Rei Guilherme I de Württemberg de quem teve duas filhas. Uma delas, Sofia, que se tornaria Rainha Consorte da Holanda após o seu casamento com o Rei Guilherme III.
  7. Ana Pavlovna Romanova – Nascida em 1795, seria Rainha Consorte da Holanda após o seu casamento com o Rei Guilherme II. Juntos teriam cinco filhos.
  8. Nicolau I da Rússia – imperador da Rússia
  9. Miguel Pavlovich Romanov – O filho mais novo nasceu em 1798. Era pouco sensível e obcecado com a vida militar, herdando muitas características da personalidade neurótica do pai. Casou-se em 1824 com a sua prima em segundo grau, a Princesa Carlota de Württemberg, que mudou o nome para Elena Pavlovna ao juntar-se à Igreja Ortodoxa, o casal teve cinco filhas. Nenhuma delas passou dos 21 anos, tendo apenas duas chegado à idade adulta.


Curiosidade
Existe a possibilidade de que o pai biológico de Paulo I não fosse o Czar Pedro III, mas sim o amante da sua mãe, Serge Saltykov. Embora muitos defendam esta possibilidade, existem fatores de que isto não passa de um rumor, uma vez que Paulo era bastante parecido fisicamente com Pedro III. Os rumores podem ter surgido devido ao fato de Catarina, a Grande, odiar o seu filho e preferir excluí-lo do trono em favor do seu neto Alexandre.

Causa de Morte
Paulo foi violentamente assassinado a pontapé no seu quarto do Castelo de São Miguel por um grupo de nobres. A razão para o seu assassinato podem prender-se com o fato de ele ter descoberto e parado vários esquemas de corrupção no tesouro russo por parte destes nobres, mas o mais provável é que tudo tenha acontecido para que o seu filho subisse diretamente para o trono. Há quem acredite que Alexandre I esteve envolvido diretamente no assassinato, mas outros defendem que ele queria apenas pressionar o pai para abdicar.





Fonte: Os Romanov

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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