domingo, 19 de julho de 2009

Castelo de Chenonceau

O Castelo de Chenonceau (em francês, "Château de Chenonceau"), também conhecido como Castelo das Sete Damas, é um palácio localizado na comuna de Chenonceaux, departamento de Indre-et-Loire, na região do rio Loire, a Sul de Chambord, na França.

O primeiro castelo foi construído no local de um antigo moinho, em posição dominante sobre as águas do rio Cher, sua primeira menção aparece num texto, no século XI, sua história está associada a sete mulheres de personalidade forte, duas das quais rainhas de França.


História – A atual fortificação remonta a um pequeno castelo erguido no século XIII. O edifício original foi incendiado em 1411 para punir o seu proprietário Jean Marques por um ato de sublevação. Este reconstruiu o castelo e um moinho fortificado no local, durante a década de 1430. O seu endividado herdeiro, Pierre Marques, vendeu o castelo a Thomas Bohier, Camareiro do Rei Carlos VIII de França, em 1513, que destruiu o castelo existente, conservando a torre de menagem, e construiu uma residência inteiramente nova entre 1515 e 1521; o trabalho foi por vezes supervisionado pela sua esposa, Catherine Briçonnet, a qual teve o prazer de hospedar a nobreza francesa, incluindo Francisco I de França em duas ocasiões.

Mais tarde, o filho de Bohier foi desapropriado, sendo o castelo entregue ao Rei Francisco I por débitos não pagos à Coroa. Depois da morte deste monarca, em 1547, Henrique II ofereceu o palácio como presente à sua amante, Diane de Poitiers, a qual se tornou ardentemente ligada ao château e às suas vistas em conjunto com o rio. Ela haveria de mandar construir a ponte arcada, juntando o palácio à margem oposta. Supervisionou, então, a plantação de extensos jardins de flores e de vegetais, juntamente com uma variedade de árvores de fruto. Dispostos ao longo do rio, mas protegidos das inundações por terraços de pedra, os refinados jardins foram estabelecidos em quatro triângulos. Diane de Poitiers foi a inquestionável senhora do palácio, mas o título de propriedade manteve-se com a Coroa até 1555, quando anos de delicadas manobras legais finalmente a beneficiaram com a posse. No entanto, depois da morte de Henrique II, em 1559, a sua viúva e regente, Catarina de Médici despojou Diane da propriedade. Uma vez que o palácio já não pertencia à Coroa, a rainha não podia desapropriá-la totalmente, mas forçou-a a trocar o Castelo de Chenonceau pelo Château de Chaumont-sur-Loire.

No entanto, tendo apreciado as benfeitorias, resolveu dar continuidade às obras. A Rainha Catarina fez então de Chenonceau a sua residência favorita. Como regente da França, Catarina podia gastar uma fortuna no palácio. Em 1560, as primeiras exibições de fogo de artifício alguma vez vistas na França tiveram lugar em Chenonceau, durante a celebração que marcou a ascensão do seu filho, Francisco II, ao trono. Entre as marcas que imprimiu ao conjunto, determinou a construção, em 1577, de um novo aposento, exatamente por cima da ponte construída pela sua rival. Esse imenso salão sobre o rio, com dois andares e a extensão de 60 m de comprimento por 6 m de largura, ficou conhecido como a Grande Galeria e tornou-se na marca característica do palácio. Catarina de Médici aumentou os jardins e parques do palácio. Quando a rainha Mary Stuart visitou a França, em 1560, Catarina homenageou-a em Chenonceau com uma recepção para mil pessoas, que durou vários dias.

Com a morte de Catarina, em 1589, o palácio passou para a sua nora, Louise de Lorraine-Vaudémont, esposa de Henrique III. Em Chenonceau, Louise recebeu a notícia do assassinato do seu marido e caíu num estado de depressão, passando o resto dos seus dias vagueando sem destino ao longo dos vastos corredores do palácio, vestida de roupas matutinas entre sombrias tapeçarias pretas, onde foram cosidos caveiras e ossos cruzados.

Outra amante tomou posse em 1624, quando Gabrielle d'Estrées, a favorita de Henrique IV, habitou o palácio.

Depois desta, foi possuído pelo herdeiro de Louise, César de Bourbon, Duque de Vendôme, e a sua esposa, Françoise de Lorraine, Duquesa de Vendôme, e passou tranquilamente pela linha hereditária dos Valois, alternadamente habitado e abandonado por mais de uma centena de anos.

O Castelo de Chenonceau foi comprado pelo Duque de Bourbon em 1720. Pouco a pouco, este vendeu todo o conteúdo do palácio. Muitas das refinadas estátuas acabaram no Castelo de Versailles. A propriedade foi vendida a um proprietário rural chamado Claude Dauphine. A esposa de Claude (filha do financeiro Samuel Bernard e avó de George Sand), Madame Louise Dupin, trouxe a vida de volta ao palácio ao receber os líderes do Iluminismo: Voltaire, Montesquieu, Buffon, Bernard le Bovier de Fontenelle, Pierre de Marivaux, e Jean-Jacques Rousseau. Louise salvou o palácio da destruição durante a Revolução Francesa, preservando-o da destruição pela Guarda Revolucionária, uma vez que era essencial para as viagens e para o comércio por ser a única ponte que atravessava o rio numa área de várias milhas. Diz-se que terá sido Louise quem trocou a ortografia do palácio (de Chenonceaux para Chenonceau) para agradar ao aldeões durante a Revolução Francesa. Deixou cair o "x" do final do nome do palácio para diferenciar o que era um símbolo de realeza, da república. Foram encontradas fontes que, apesar de não oficiais, têm suportado esta lenda, tendo o palácio desde então sido referenciado e aceito como Chenonceau.

Em 1864, Daniel Wilson, um escocês que fizera fortuna instalando luz de gás por Paris, comprou o palácio para a sua filha. Na tradição de Catarina de Médici, ela gastaria uma fortuna em festas de tal forma elaboradas que as finanças foram delapidadas, sendo o palácio desapropriado e vendido a José-Emilio Terry, um milionário cubano, em 1891. Terry vendeu-o em 1896 a um membro da sua família, Francisco Terry. Em 1913, a família Menier, famosa pelos seus chocolates, comprou o palácio, mantendo a sua posse até hoje.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a galeria foi usada como enfermaria hospitalar; durante a Segunda Guerra Mundial foi um meio de escape da zona ocupada pelos nazistas de um lado do Rio Cher, para a livre zona de Vichy na margem oposta.

Em 1951, a família Menier encarregou Bernard Voisin de restaurar o palácio, o qual devolveu à delapidada estrutura e jardins (destruídos por uma cheia do Rio Cher em 1940) um reflexo da sua antiga glória. Sendo uma mistura entre o Gótico tardio e o Renascimento inicial, o Castelo de Chenonceau e os seus jardins estão abertos ao público. Sem contar com o Real Castelo de Versailles, Chenonceau é o mais visitado castelo na França.

Arquitetura – O Castelo de Chenonceau apresenta um corps de logis (corpo de casas) quadrado, com um vestíbulo central dando acesso a quatro salas de um lado e do outro. No rés-do-chão existe:
  • uma capela,
  • o quarto de Diane de Poitiers e
  • o gabinete verde de trabalho de Catarina de Médici.
Ao fundo do vestíbulo acede-se à galeria sobre o rio Cher. A galeria do rés-do-chão tem:
  • um pavimento branco e preto, tendo acolhido o hospital militar já referido acima.
O resto do rés-do-chão comporta:
  • o quarto de Francisco I e
  • o salão Luís XIV.




As cozinhas estão instaladas nos fundos do palácio. Um cais de desembarque permite a descarga direta das mercadorias.




A escadaria, com duas asas direitas, está acessível por trás de uma porta que se situa a meio do vestíbulo. No primeiro andar:
  • o vestíbulo de Catherine Briçonnet,
  • 4 salas,
  • o quarto das cinco Rainhas,
  • o quarto de Catarina de Médici (por cima do seu gabinete verde),
  • o quarto de César de Vendôme, e
  • o quarto de Gabrielle d'Estrées.

No segundo andar:
  • o quarto de Louise de Lorraine, carrega o luto da esposa de Henrique III, onde se nota a côr negra dominante dos lambris, as pinturas macabras e as decorações religiosas evocando o luto.

Gabinete verde
Catarina de Médici, que se tornou regente do reino durante a menoridade de Carlos IX de França, governou o reino a partir do gabinete de Chenonceau. No teto do século XVI, conservado no seu estado original, podem decifrar-se "C"s entrelaçados. Rodeando a porta encontram-se dois armários italianos do século XVI. A excepcional tapeçaria quinhentista de Bruxelas conhecida como "Para a Aristolochia", tanto gótica como renascentista, é inspirada na descoberta das Américas e das suas fauna e flora: contém faisões, ananases, orquídeas e romãs em prata do Peru, animais e vegetais que até então eram desconhecidos na Europa. A sua cor verde original tem-se tornado azul com o passar do tempo.

Nas paredes encontra-se uma coleção de pinturas, das quais as mais importantes são:
  1. Tintoretto A Rainha de Sabá e Retrato de um Doge
  2. Jacob Jordaens Silene de Marfim
  3. Goltzius Hendrik Sansão e o Leão
  4. Jean Jouvenet Jesus expulsando os mercadores do Templo
  5. Bartholomeus Spranger Cena Alegórica (pintada em metal)
  6. Paolo Veronese Estudo da cabeça de uma mulher
  7. Nicolas Poussin A fuga para o Egipto
  8. Anthony van Dyck Criança com Frutos


Quarto de Francisco I
Esta sala tem uma bela lareira renascentista, a qual possui o mote de Thomas Bohier na consola: "S'il vient à point, me souviendra" - (Se conseguir construir Chenonceau, serei recordado). Por cima da porta ecoa o brasão de Bohier.

O mobiliário consiste em três credências francesas do século XV e um armário italiano do século XVI, excepcional com a sua madrepérola e caneta-tinteiro entalhada com incrustações de marfim, um presente de casamento oferecido a Francisco II e Mary Stuart. Na parede está suspenso um retrato de Diane de Poitiers como Diana a Caçadora. O retrato foi pintado no Castelo de Chenonceau em 1556; a sua moldura ostentas as armas de Diane de Poitiers, Duquesa de Étampes. Em ambos os lados estão pinturas de Mirevelt e Ravenstein. Próximo fica um grande retrato de Gabrielle d'Estrées como a Caçadora Diana. Rodeando a janela está Archimedes, por Francisco de Zurbarán, e Dois Bispos da Escola Alemã do século XVII. À direita da lareira, As três graças, representa as "Medemoiselles" de Nesle, três irmãs que foram, sucessivamente, favoritas do Rei Luís XV: Madame de Châteauroux, Vintimille, Mailly.



Quarto das cinco rainhas
Esta sala recebeu o nome de Quarto das Cinco Rainhas em memória das duas filhas e três noras de Catarina de Médici.



suas filhas:
  • Margarida de Valois, a Rainha Margot (esposa de Henrique IV),
  • Isabel de Valois (esposa de Filipe II de Espanha),
e suas noras:
  • Mary Stuart (esposa de Francisco II),
  • Isabel da Áustria (esposa de Carlos IX),
  • Louise de Lorraine (esposa de Henrique III).
Os cofres do teto do século XVI exibe os brasões das cinco Rainhas. A lareira é do período renascentista. As paredes estão cobertas por um conjunto de tapeçarias flamengas representando:
  • o cerco de Tróia e o rapto de Helena,
  • Jogos de Circo no Coliseu e
  • a coroação do Rei David;
  • outra tapeçaria mostra um episódio da vida de Sansão.
A mobília é constituida por uma grande cama de dossel, duas credências góticas encimadas pelas cabeças de duas mulheres em madeira polícroma e uma arca de viagem guarnecida. Nas paredes:
  1. Admirando o Homem Sábio, por Rubens, é um estudo para a pintura maior que atualmente se encontra no Museu do Prado;
  2. Retrato da Duquesa de Olonne, por Mignard;
  3. Apolo na casa de Admete o Argonauta, da Escola Italiana do século XVII.


Quarto de catarina de Médici

Este quarto possui belas mobílias esculpidas do século XVI e está decorado com uma série de tabeçarias flamengas, do mesmo século, retratando a vida de Sansão. Estas são notáveis pelas suas margens preenchidas com animais simbolisando provérbios e fábulas, como por exemplo a fábula de 'O Caranguejo' e a 'Ostra' ou 'A Perícia é maior que a Esperteza'.

Os ladrilhos da chaminé são renascentistas. À direita da cama encontra-se o 'O Ensino do Amor', pintado em madeira por Correggio, do qual a Galeria Nacional de Londres possui uma versão pintada em tela.


Os Jardins – Contam-se dois jardins principais:
  1. o jardim de Diane de Poitiers e
  2. o jardim de Catarina de Médici,
situados de um lado e do outro da Torre dos Marques, vestigio das fortificações que precederam a edificação do atual palácio.


À direita fica o jardim de «Diane de Poitiers» a entrada do qual é vigiada pela casa de Steward: La Chancellerie (A Chancelaria ), construída no século XVI. No centro do jardim existe uma fonte descrita por Jacques Androuet du Cerceau no seu livro intitulado 'Les plus Excellents Bâtiments de France' (Os mais Excelentes Edifícios em França - 1576). Este jardim é protegido das cheias do rio Cher por terraços elevados, dos quais se desfrutam belas vistas sobre as margens e sobre o próprio palácio. De uma concepção surpreendente para a época, o jato de água jorra de uma grande cara talhada e cai dentro de um receptáculo pentagonal de pedra branca.


À direita fica o mais íntimo jardim de «Catarina de Médici» com um tanque central, do qual se descobre a fachada oeste. A troca das decorações florais dos jardins na Primavera e no Verão necessita de 130.000 plantas criadas na propriedade para serem plantadas. Demarcando o Pátio de Honra, os edifícios abobadados do século XVI, alojavam antigamente os Estábulos Reais e a quinta dos bichos-da-seda, introduzidos na França por Catarina de Médici. Também a quinta do século XVI e o parque de 70 hectares podem ser visitados.

Fonte: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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