quarta-feira, 15 de julho de 2009

Muralhas

Uma muralha, em arquitetura militar, é uma estrutura essencialmente defensiva numa fortificação. Largamente empregada na Idade Antiga e Idade Média, era normalmente erguida em alvenaria de pedra, embora dependendo da cultura, da época ou da região, pudesse ter sido erguida em outros materiais como a taipa, a madeira ou faxina (ramos de árvores e terra), isolados ou combinados. A defesa proporcionada por uma muralha é reforçada por elementos adicionais como fossos, torres, parapeitos, ameias, seteiras e outros. (ao lado imagem das muralhas do Castelo de Sintra – Portugal)

As primeiras fortificações na Europa foram os castros, de planta circular, em posição dominante no alto de montes. Na Idade Média, o alto dos montes foi aproveitado para a construção de muralhas em madeira. Com a difusão da alvenaria, surgiram muralhas estreitas e altas, apresentando adarves, onde os defensores podiam se dispor para a defesa. Posteriormente, observa-se um espessamento das muralhas, acompanhando a sua elevação. Este espessamento era mais acentuado na sua base. A tendência inicial foi a de aumentar a altura das muralhas e não a sua espessura. No entanto, a partir do século XIV, com o surgimento das armas de fogo (pirobalística), as muralhas passaram a ser mais baixas, mais espessas e mais inclinadas, com a função de desviar os projéteis disparados contra ela.



Muralha de Adriano – localiza-se no norte da Inglaterra, na altura aproximada da atual fronteira com a Escócia. É assim denominada em homenagem ao Imperador Públio Élio Trajano Adriano. O Império Romano encontrava-se em expansão militar no século II. Porém, o imperador Adriano compreendeu que a manutenção dessa expansão em todas as direções do Império era inviável. Conhecendo a ameaça naquela fronteira, optou por manter o que já havia sido conquistado. Determinou assim iniciar uma muralha, estrutura defensiva com a função de prevenir os ataques das tribos que habitavam a Escócia: os Pictos e os Escotos (denominados de Caledônios pelos romanos), e que assinalava o limite ocidental dos domínios do Império. Concluída em 126, constitui-se na mais extensa estrutura deste tipo construída na história do Império Romano. Originalmente estendia-se:
  • por cerca de 80 milhas romanas, equivalentes a 73,5 milhas (cerca de 118 quilômetros),
  • desde o rio Tyne até ao Oeste da Cúmbria.
Para a construção foi empregada a mão-de-obra dos próprios soldados das legiões romanas. Cada "centúria" era obrigada a levantar a sua parte da muralha. A muralha foi erguida:
  • sobre a terra,
  • em aparelho maciço de pedra e turfa,
  • com 4,5 m de altura por 2,5 m de largura,
  • O seu topo era percorrido por uma estrada de 1 m de largura, para facilitar as comunicações e os transportes,
  • a cada distância determinada havia uma torre de observação, e
  • a cada distância maior existiam quartéis para as tropas de guarnição.
Vários quilômetros de suas ruínas ainda podem ser vistas, como na altura de Greenhead, ainda que largas secções tenham sido desmanteladas ao longo dos séculos para aproveitamento da pedra em várias edificações vizinhas ao seu percurso, como a da Igreja de Carlisle.




Muralha de Antonino – localiza-se na Escócia, na fronteira com a Inglaterra. A cerca de 160 km ao norte da Muralha de Adriano, trata-se de uma antiga fortificação erguida pelo governador romano da Britânia, Lollio Urbico, por determinação do Imperador Antonino Pio, entre os anos 140 e 142. Esta defesa estendia-se por 55 km, desde o estuário do rio Forth, na costa oriental da ilha, no Mar do Norte, até ao golfo de Clyde, na costa ocidental, sobre o mar da Irlanda, e ao longo de uma linha de fortes construídos anteriormente por Cneo Júlio Agrícola.












Muralha Aureliana – (em italiano: Mura aureliane) é um conjunto de muralhas erguidas em Roma, entre 271 e 275, durante o reinado dos imperadores romanos Aureliano e Probo. Englobava todas as Sete Colinas de Roma, além do Campo de Marte e do distrito do Trastevere, na margem esquerda do rio Tibre.








Sua extensão total:
  • 19 quilômetros,
  • cercava uma área de cerca de 13,7 km2
  • os muros foram construídos com concreto, recoberto por tijolos,
  • têm 3,5 m de espessura por 8 m de altura,
  • com uma torre de planta quadrada a cada 100 pés romanos (29,6 m).
Reformas realizadas no século V dobraram a altura da muralha para 16 m; à época, o complexo tinha:
  • 383 torres,
  • 7020 almenaras,
  • 18 portões principais,
  • 5 poternas,
  • 116 latrinas e
  • 2066 grandes janelas externas
No século III, as fronteiras de Roma haviam se expandido para muito além da área cercada pela antiga Muralha Serviana, construída durante o período republicano, no fim do século IV a.C .Roma permaneceu efetivamente sem quaisquer fortificações durante os séculos subsequentes, período no qual expandiu e consolidou seu império. A necessidade de melhores defesas se tornou necessária durante a crise do século III, quanto tribos bárbaras cruzaram as fronteiras da Germânia. A construção da muralha por Aureliano foi uma medida de emergência, como reação à invasão bárbara de 270; o historiador Aurélio Vítor é explícito ao afirmar que o projeto tinha como meta aliviar a vulnerabilidade da cidade. Pode também ter tido a intenção política de servir como uma declaração de confiança, da parte de Aureliano, na lealdade do povo de Roma, assim como uma demonstração pública de poder. A construção da muralha foi o maior projeto de construção realizado em Roma em muitas décadas. Levou o tempo consideravelmente curto de 5 anos para ser construída, embora o próprio Aureliano tenha morrido antes do seu fim. A incorporação de edifícios já existentes à estrutura da muralha acelerou o progresso das obras e poupou gastos. Entre os edifícios utilizados estavam:
  1. o Anfiteatro Castrense,
  2. a Castra Praetoria,
  3. a Pirâmide de Céstio,
  4. uma seção do aqueduto Aqua Claudia, próximo à Porta Maggiore
  5. credita-se que até um sexto dos muros construídos tenham sido feitos a partir de estruturas pré-existentes.
Uma área atrás das muralhas foi limpa e as passagens para as sentinelas foram construídas, permitindo que fossem rapidamente reforçadas em caso de qualquer emergência. A intenção militar destes muros não era o de suportar longos cercos, já que os exércitos bárbaros raramente tentavam sitiar cidades, pois não tinham nem equipamentos nem provisões suficientes para estas empreitadas; em vez disso, recorriam a ataques e incursões rápidas, contra alvos que tenham defesas frágeis. A muralha era, portanto, um meio de desencorajar estas táticas.

Em 401, durante o reinado de Honório, a muralha e os portões foram reforçados. A esta altura, a Tumba de Adriano, do outro lado do Tibre, foi incorporada, como fortaleza, às estruturas defensivas da cidade. Totila, rei dos ostrogodos, decidiu destruir a muralha em 545, para retirar do Império Bizantino a possibilidade de defender Roma, durante a chamada Guerra Gótica que estava sendo travada. De acordo com o historiador Procópio, cerca de um terço da muralha veio abaixo. A muralha também serviu para definir as fronteiras da cidade de Roma até o século XIX, com grande parte da área construída permanecendo, ao longo dos séculos, dentro dos muros. A muralha também continuou a servir como uma estrutura defensiva militar significante para a cidade de Roma até 20 de setembro de 1870, quando os bersaglieri do Reino da Itália conseguiram derrubá-la, próximo à Porta Pia, e capturaram Roma. Atualmente se encontram notavelmente bem-preservada, principalmente devido ao seu uso constante como fortificação primordial de Roma. O Museo delle Mura (Museu da Muralha), próximo à Porta San Sebastiano, oferece informações sobre a construção da muralha, e como suas defesas eram operadas. Os trechos mais bem-preservados da muralha se encontram do Muro Torto (Villa Borghese) até Cordo d'Italia e Castro Pretorio; da Porta San Giovanni até a Porta Ardeatina; da Porta Ostiense ao Tibre; e em torno da Porta San Pancrazio.



Muralha Serviana – (em latim Murus Servii Tullii) era uma barreira defensiva construída ao redor da cidade de Roma no início do século IV a.C . O muro tinha:
  • 3,6 m de espessura, 11 km de comprimento e mais de 12 portas.
A primeira defesa de Roma consistia sobretudo em um agger erguido ao redor da cidade no início do século VI a.C e atribuído ao 6º rei romano, Sérvio Túlio. A muralha em tufo do qual se vê resquícios atualmente foi na realidade construída no período da República Romana ao longo do mesmo traçado, reforçada em substituição ao antigo agger, depois do saque de Roma no século IV a.C e provavelmente utilizando as mesmas fortificações precedentes, das quais restam pouquíssimos traços. Segundo Tito Lívio foram construídas em 378 a.C por Espúrio Servílio Prisco e Quinto Clélio Sículo. Para acelerar a sua construção foram abertos muitos canteiros de obra simultâneamente. Algumas portas da Muralha Serviana foram restituídas por Augusto, e outras transformadas em arcos de vários significados. A porta Esquilina: transformada primeiro em Arco de Augusto e depois em Arco de Galiano (fig. ao lado).

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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