Na noite de 20 de junho de 1791, Luís XVI, acompanhado da família, foge do Palácio das Tulherias, em Paris, onde se encontrava desde que fora expulso de Versalhes pelas pressões populares de 1789. Com seus poderes limitados pela Assembleia Constituinte e considerando-se prisioneiro naquele palácio úmido e frio, o rei decide se passar por um certo sr. Durand e dirige-se para Montmédy, praça forte na fronteira da França com os Países Baixos Austríacos (Bélgica).
A viagem, cheia de imprevistos, demora mais que o planejado, e a comitiva se detém no vilarejo de Varennes, onde o rei é reconhecido, obrigado a pernoitar na casa de um merceeiro e, na manhã do dia 22, forçado a voltar a Paris. Esse episódio nada heróico, sem turbulências, manifestações de massa, violência, sangue ou pavor foi, um dia fundamental na Revolução Francesa, um divisor de águas. Até então o rei era respeitado e representado como o protetor do povo contra a tirania dos senhores feudais.
Na verdade a Assembleia estava reunida para elaborar uma nova Constituição que lhe retirava muitos poderes, mas não se pensava em abolir a monarquia. O rei aceitava com relutância essas inovações, mas continuava sendo o "primeiro cidadão". Porém depois da fuga, dos disfarces e das mentiras, e da suspeita de que ele pretendia se unir a forças estrangeiras, tudo mudou.
A viagem de ida e volta a Varennes foi o primeiro passo dado pelo próprio rei para o fim do regime monárquico e para o cadafalso, onde sua cabeça rolaria 19 meses depois em 21 de janeiro de l793.
Essa viagem representa uma fratura na história francesa e teve consequências indeléveis: destruiu a imagem do Luís XVI paternal, lança sobre o monarca a suspeita de traição ao povo, abre espaço para a ideia republicana e renova a turbulência revolucionária que desembocou no Terror.
do livro 'Varennes a morte da realeza' de Mona Ozouf
A viagem, cheia de imprevistos, demora mais que o planejado, e a comitiva se detém no vilarejo de Varennes, onde o rei é reconhecido, obrigado a pernoitar na casa de um merceeiro e, na manhã do dia 22, forçado a voltar a Paris. Esse episódio nada heróico, sem turbulências, manifestações de massa, violência, sangue ou pavor foi, um dia fundamental na Revolução Francesa, um divisor de águas. Até então o rei era respeitado e representado como o protetor do povo contra a tirania dos senhores feudais.
Na verdade a Assembleia estava reunida para elaborar uma nova Constituição que lhe retirava muitos poderes, mas não se pensava em abolir a monarquia. O rei aceitava com relutância essas inovações, mas continuava sendo o "primeiro cidadão". Porém depois da fuga, dos disfarces e das mentiras, e da suspeita de que ele pretendia se unir a forças estrangeiras, tudo mudou.
A viagem de ida e volta a Varennes foi o primeiro passo dado pelo próprio rei para o fim do regime monárquico e para o cadafalso, onde sua cabeça rolaria 19 meses depois em 21 de janeiro de l793.
Essa viagem representa uma fratura na história francesa e teve consequências indeléveis: destruiu a imagem do Luís XVI paternal, lança sobre o monarca a suspeita de traição ao povo, abre espaço para a ideia republicana e renova a turbulência revolucionária que desembocou no Terror.
do livro 'Varennes a morte da realeza' de Mona Ozouf
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