quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Palazzo Strozzi

O Palácio Strozzi, na zona central de Florença, é um dos mais notáveis edifícios da fase inicial da Renascença italiana. De tamanho imponente (foi necessário destruir 15 edifícios para construí-lo), encontra-se entre as Via Strozzi e Plaza Strozzi, e a Via Tornabuoni, com grandiosos portais que fazem de entrada, todos idênticos, em cada um dos três lados que não se encontram encostados a outros edifícios.


Autêntica obra prima da arquitetura civil florentina do Renascimento, foi construído, entre 1489 e 1538, para a família Strozzi, uma das mais importantes linhagens patrícias florentinas, tradicionalmente hostil à facção dos Médici, que o manteve na sua posse até 1907, ano em que foi legado ao Estado italiano. O projeto do edifício é do arquiteto Benedetto da Maiano, que o projetou por encomenda de Filippo Strozzi.

  • Alberga hoje galerias de arte, um arquivo e outros serviços culturais.



História
A família Strozzi havia-se exilado de Florença, em 1434, devio à sua opocição aos Médici, mas graças à fortuna acumulada como banqueiro em Nápoles, Filippo Strozzi pode voltar à cidade em 1466, decidido a esmagar os seus rivais. Esta ideia tornou-se numa verdadeira obsessão e durante anos comprou e demoliu edifícios em volta da sua residência para dispor do terreno necessário para edificar o maior palácio alguma vez visto em Florença.

Giuliano da Sangallo fez um modelo do Palazzo Strozzi em madeira entre 1489 e 1490 (atualmente no Bargello) mas Giorgio Vasari entregou o projeto a Benedetto da Maiano, o arquiteto preferido de Lourenço o Magnífico. Com tanto dinheiro à disposição, nenhum aspecto do projeto foi deixado ao acaso, tendo-se chegado, a chamar astrônomos para decidir qual era o dia mais propício para colocar a primeira pedra. Os trabalhos começaram em 1489, mas dois anos depois falecia Filippo Strozzi. Os seus herdeiros prosseguiram, embora com dificuldades, a dispendiosa construção do sonho de Filippo.

À morte de Benedetto da Maiano, quando o edifício em obras havia chegado ao segundo piso, os trabalhos foram confiados a Simone del Pollaiolo, chamado Il Cronaca, o qual realizou a coroação da fachada e o pátio porticado. Del Pollaiolo manteve-se como encarregado da obra até ao dia 31 de outubro de 1504, como atestam documentos da época.

Depois de várias interrupções causadas pela oscilante situação econômica da família, o palácio foi terminado em 1538 por Baccio d'Agnolo, que cuidou também dos espaços interiores e dos móveis, mas deixou a cornija incompleta num dos lados, tendo permanecido assim até hoje. O edifício foi confiscado pelo Grão-Duque Cosme I de Médici no mesmo ano, sendo devolvido aos Strozzi trinta anos depois.

Em 1638, Guerardo Silvani realizou a capela do primeiro andar e, em 1662, ampliou a escadaria sobra a Via Tornabuoni. Foi somente em 1864 que se agregou o longo da Via Tornabuoni o chamado "banco de rua" (panca di via), executado por Giuseppe Poggi sob encomenda do Príncipe Ferdinando Strozzi. Nesta ocasião também se reabriu o portão da Plaza Strozzi e o pátio foi unido ao nível da rua com uma rampa, para permitir que as carroças acedessem ao coração do palácio. Entre 1886 e 1889 foram restauradas as fachadas, o que aconteceria novamente no início do século XX.


Arquitetura
O palácio representa o exemplo mais perfeito do ideal de edifício senhorial do Renascimento.
Foi voluntariamente construído num tamanho superior ao do Palazzo Medici, do qual copiou a forma cúbica desenvolvida sobre três andares em volta dum pátio central, e a parede revestida com a típica pietraforte florentina inclinada para o alto. À altura da rua abrem-se janelas retangulares, enquanto que nos pisos superiores se podem encontrar duas séries de elegantes janelas bíforas sobre cornijas dentadas.

Em cada um dos três lados que dão para a rua, abrem-se três portais com arcadas, de solene classicismo. Em torno do palácio corre um rodapé contínuo, e o edifício está coroado por uma imponente cornija apoiada sobre uma faixa lisa, a qual se interrompe na Via Strozzi.

No exterior encontram-se os porta-archotes e porta-bandeiras, e as argolas de ferro forjado para os cavalos, o melhor exemplo desta forma artística e obra prima de Niccolò Grosso, chamado Il Caparra, o mais famoso ferreiro de Florença ativo no século XV, mencionado também por Vasari em Le Vite. São particularmente notáveis as obras das esquinas: porta-archotes com forma de dragões e esfínges, e as lucernas com a forma de templo com pontas, parecendo assemelhar-se a cebolas, que antigamente davam nome à Plaza Strozzi.


Atualidade
O palácio manteve-se como propriedade da família Strozzi até 1937, quando foi adquirido pelo Instituto Nacional de Seguros (Istituto Nazionale delle Assicurazioni), restaurado, e posteriormente cedido ao Estado Italiano em 1999. Atualmente é sede de dois importantes institutos:
  1. O Gabinete Vieusseux, nascido da associação literária e científica de Gian Pietro Vieusseux, fundada em 1819. Esta associação foi frequentada, entre outras personalidades, por Stendhal. Conserva também uma importante biblioteca, e publica mensalmente a Nuova Antologia, desde os anos 80 a publicação é cuidada pela Fundação Giovanni Spadolini.
  2. O Instituto Nacional de Estudos sobre o Renascimento
O primeiro andar acolhe, anualmente, importantes mostras de arte contemporânea.




A Plaza Strozzi foi usada durante todo o Reanascimento como lugar de venda de alimentos, uma ocupação que deixava diariamente muitos dejetos e que não agradava aos Strozzi. Uma placa colocada em 1762 pelos "Otto di Balia e di Guardia" (os precursores do corpo da polícia municipal) na esquina da praça proíbe o comércio de melancias, fruta e sucata, sob pena de severas multas.






pátio do Palácio



Fonte: Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
© 2008 Templates e Acessórios por Elke di Barros