sábado, 2 de janeiro de 2010

Alexandra Feodorovna imperatriz da Rússia

Alexandra de Hesse (Vitória Alice Helena Luísa Beatriz de Hesse). Nasceu em Hesse-Darmstadt, 6 de junho de 1872 e faleceu em Ekaterinburgo, 17 de julho de 1918. Filha de Luís IV, grão-duque de Hesse e da princesa Alice do Reino Unido. Mulher de grande beleza, foi a última czarina da Rússia. Em 1894 casou-se com o futuro czar Nicolau II da Rússia, adotando o nome de Alexandra Feodorovna. Foi a sexta criança entre os sete filhos do grão-duque Luís IV de Hesse e do Reno, e da princesa Alice do Reino Unido, segunda filha da rainha Vitória. Foi batizada de acordo com os rituais da Igreja Luterana e foram-lhe dados os nomes da sua mãe e tias. Com a perda da mãe a princesa tornou-se muito próxima da sua avó materna, passando grande parte da sua infância no Reino Unido. Quando era mais nova, tinha a alcunha de Sunny, mas após a morte da sua mãe e da irmã mais nova, ela tornou-se mais amarga e solitária.



Casamento e Vida
Alice casou-se relativamente tarde tendo em conta a idade própria para casar da época, principalmente por ter recusado casar-se com o Principe Alberto Victor, Duque de Clarence (filho mais velho do Príncipe de Gales), apesar da forte pressão familiar. Há quem diga que a rainha Vitória queria que os seus dois netos se casassem, mas como gostava muito de Alice, aceitou a sua decisão. A velha rainha chegou mesmo a afirmar que estava orgulhosa da sua neta por esta a enfrentar, algo que muitas pessoas, incluindo o seu próprio filho, não se atreviam a fazer. Alice, tinha já conhecido e estava apaixonada pelo czarevich da Rússia, cuja mãe era cunhada do seu tio, o Príncipe de Gales e cujo tio, o Grão-Duque Sergei Alexandrovich, era casado com a sua irmã Isabel Feodorovna. Além disso, ambos eram primos em segundo grão, uma vez que eram netos da princesa Guilhermina de Baden.

Nicolau e Alice tinham-se conhecido em 1884, quando a sua irmã se casou com o tio do czarevitch e quando ela regressou à Rússia em 1889, apaixonaram-se.

"O meu sonho é um dia casar-me com a Alice H. Já a amo há muito tempo, mas com mais sentimento e força desde 1889 quando ela passou seis semanas em São Petersburgo. Durante muito tempo resisti, mas sei que os meus sonhos se vão tornar realidade." escreveu Nicolau no seu diário.


Alice levantou dúvidas em relação ao fato de ter de mudar a sua fé Luterana, mas foi convencida por Nicolau e, converteu-se fervorosamente à Igreja Ortodoxa Russa.

Nicolau e Alice ficaram noivos em abril de 1894. Alexandre III morreu no dia 1 de novembro de 1894, o que fez com que Nicolau se tornasse czar de todas as Rússias aos 26 anos de idade. Alice mudou de nome para Alexandra quando se converteu à Igreja Ortodoxa Russa. O casamento realizou-se na capela do Palácio de Inverno em São Petersburgo no dia 26 de novembro de 1894. Foi um casamento vitoriano, baseado num amor físico intenso e apaixonante. A irmã mais velha de Alexandra, Ella, passou também a ser a sua tia por casamento. Ela, tal como Nicolau, era prima direta do rei Jorge V do Reino Unido. Nicolau era também primo direto do rei Cristiano X da Dinamarca, do rei Constantino I da Grécia e do Rei Haakon VII da Noruega.

Alexandra era odiada na corte e pelo povo russo, era calada, de aparência fria, arrogante e indiferente. Ficou magoada pela sua recepção muito pouco entusiasta e afirmou estar cansada da perda de morais e etiqueta da corte russa. Alexandra era chamada de petulante e aborrecida, provincial, enfastiante e convencida, e tanto a nova imperatriz como a Corte viviam em constante atrito.

Filhos
A incapacidade de Alexandra em gerar um herdeiro para o trono russo nas suas primeiras quatro tentativas foi fonte de grande desapontamento. Alexandra era fervorosamente protetora do papel do seu marido como czar e apoiava ativamente o seu direito de governar de forma autocrática. Ela defendia o seu direito divino e acredita ser desnecessário pensar na aprovação de outras pessoas.

A czarina, tal como o seu marido, era muito dedicada à sua família. Desde a sua infância que tinha sido muito tímida, uma característica que partilhava com a sua avó Vitória. Ela odiava aparições públicas e evitava-as, aparecendo apenas quando era absolutamente necessário. Esta timidez e desejo de estar sozinha, tiveram um grande impacto nos seus 5 filhos e no Império. Ela nunca se esforçou por ser amada pelo povo russo.

Quase um ano depois do seu casamento, Alexandra deu à luz a primeira filha do casal, uma menina chamada Olga que nasceu no dia 15 de novembro de 1895. Olga não poderia subir ao trono devido às leis implementadas pelo czar Paulo I. Olga foi motivo de alegria para os seus próprios pais que chegaram mesmo a afirmar que preferiram ter uma menina porque, se tivessem tido um rapaz, ele pertenceria ao povo russo e, assim, tinham a sua filha só para eles.


– Nicolau e Alexandra tiveram cinco filhos:
  1. Olga Nikolaevna – 15 de novembro de 1895-17 de julho de 1918, assassinada aos 22 anos em Yekaterinburg pelos Bolcheviques; canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa; sem descendência.
  2. Tatiana Nikolaevna – 10 de junho de 1897-17 de julho de 1918, assassinada aos 21 anos em Yekaterinburg pelos Bolcheviques; canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa; sem descendência.
  3. Maria Nikolaevna 26 de junho de 1899-17 de julho de 1918, assassinada aos 19 anos em Yekaterinburg pelos Bolcheviques; canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa; sem descendência. Discutiu-se a sua possível sobrevivência ao massacre que vitimou a família até o seu corpo ser descoberto em 2007
  4. Anastásia Nikolaevna – 18 de junho de 1901-17 de julho de 1918, assassinada aos 17 anos em Yekaterinburg pelos Bolcheviques; canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa; sem descendência. A sua possível sobrevivência foi discutida até 2007 e foi um dos maiores mistérios do século XX.
  5. Czarevich Alexei – 12 de agosto de 1904-17 de julho de 1918, assassinado aos 13 anos em Yekaterinburg pelos Bolcheviques, canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa; sem descendência. Discutiu-se a sua possível sobrevivência até o seu corpo ser descoberto em 2007.


Rasputine
No princípio, Alexandra virou-se para os médicos russos para tratar de Alexei. Os seus tratamentos geralmente falhavam, uma vez que não era conhecida qualquer tipo de cura. Sofrendo com o fato de saber que qualquer queda ou corte poderia matar o seu filho, a imperatriz decidiu fazer ainda mais trabalho de caridade. Também se virou para Deus, à procura de conforto, o que a levou a familiarizar-se com os rituais e Santos da Igreja Ortodoxa, passando horas a rezar na sua capela privada. Em desespero, Alexandra começou a confiar cada vez mais em místicos e nos chamados "homens santos". Um destes, Gregório Rasputine, parecia ter sucesso.

O estilo de vida decadente de Rasputine, levaram Nicolau a enviá-lo para longe da família em diversas ocasiões. Mesmo depois de o Diretor da Polícia dizer pessoalmente a Alexandra que Rasputine bêbado num restaurante de Moscovo, gabou-se à multidão que Nicolau o deixava deitar-se com a sua mulher sempre que quisesse. Ela culpava os rumores de maliciosos. "Os Santos são sempre torturados.", escreveu uma vez. "Ele é odiado porque nós o amamos." Nicolau não era tão cego, mas mesmo ele se sentia incapaz de fazer alguma coisa em relação ao homem que parecia salvar a vida do seu filho.

Desde o principio que se faziam acusações a Rasputine nas costas. Apesar de alguns dos mais altos membros do clero de São Petersburgo o aceitarem como um profeta vivo, outros denunciavam-no como uma fraude e um herege. No seu apartamento em São Petersburgo, onde ele vivia com a sua filha Maria, era visitado por qualquer um que procurasse uma bênção, uma cura ou um favor da czarina. As mulheres, encantadas com o misticismo rudimentar que rodeava o monge, também o procuravam para as "bênçãos privadas" que eram conduzidas com a maior das privacidades no seu quarto. Rasputine gostava de pregar um tipo de teologia única em que uma pessoa tinha de se tornar familiar com o pecado antes de ter a oportunidade de o ultrapassar.

Em 1912, Alexei sofreu uma grave hemorragia que lhe ameaçou a vida quando a família se encontrava de férias em Spala, na Polônia. Alexandra e Nicolau faziam turnos para ficar sempre com ele e tentar (em vão) reconfortá-lo e tentar fazê-lo esquecer das dores. Num raro momento de paz, Alexei sussurrou à mãe, "Quando eu morrer, já não vai doer, pois não, mamã?" Devastada, parecia que Deus não estava a responder às orações de Alexandra para a salvação do seu filho. Acreditando que o seu filho ia morrer, a imperatriz tentou em desespero enviar um telegrama a Gregório Rasputine, que rapidamente enviou uma resposta, "Deus viu as vossas lágrimas e ouviu as vossas orações. Não te lamentes. O pequeno não vai morrer. Não permitis que os médicos o incomodem demasiado." O conselho de Rasputine acabou por coincidir com os primeiros sinais de que o herdeiro estava se recuperando. A partir de 1912, Alexandra passou a confiar cada vez mais no monge e a acreditar verdadeiramente na sua capacidade para curar o filho. Esta confiança cega acabou por permitir a subida política de Rasputine, que iria abalar seriamente a popularidade da Família Imperial durante a Primeira Guerra Mundial.

O assassinato
A sexta-feira, dia 16 de julho de 1918, amanheceu quente e poeirenta. O dia decorreu normalmente para a família. Às quatro da tarde, Nicolau e as suas filhas deram o seu passeio habitual no jardim. Às 7 horas, Yurovsky convocou todos os homens da Tcheca ao seu quarto e ordenou-lhes a recolher todos os revolveres dos guardas que se encontravam do lado de fora. Com 12 armas pousadas em cima da mesa, ele disse, "Esta noite vamos matar a família inteira. Todos eles."

O czar e czarina e toda a sua família, incluindo Alexei, gravemente doente, bem como alguns servos leais, foram executados pelos bolcheviques na cave da Casa Ipatiev na madrugada de 17 de julho de 1918. Um grupo de guardas, cada um deles escondendo um revolver, entrou na sala. O seu líder, Yurovsky, leu casualmente a sentença, "Os vossos parentes tentaram salvar-vos. Eles falharam e agora temos de vos matar." Nicolau levantou-se da sua cadeira e teve apenas tempo de perguntar, "O quê?" antes de ser baleado na cabeça. Alexandra assistiu à morte do marido e de dois servos antes do comissário Peter Ermakov a matar com uma bala que perfurou o lado direito da sua cabeça antes de a permitir fazer o sinal da cruz. Ermakov, bêbado, apunhalou o seu cadáver e o do seu marido, partindo-lhes várias costelas. Alexandra estava deitada junto ao seu marido Nicolau, banhada numa poça de sangue. Alexandra Feodorovna morreu aos 46 anos de idade.

Noventa anos depois da sua morte, a "mulher alemã" é agora venerada como uma santa, (principalmente após a sua canonização em 2000) pelo povo que, outrora, a odiou.

Leia também: Assassinato da Família Imperial Romanov

Fonte: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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