Os Paleólogos (em grego: Παλαιολόγος, pl. Παλαιολόγοι) foram a última dinastia do Império Bizantino. Depois da 4ª Cruzada, membros da família fugiram para Niceia, e vieram a controlar o império que se reestruturou com base nessa cidade. Miguel VIII Paleólogo tornou-se imperador em 1259 e retomou Constantinopla em 1261. Os seus descendentes governaram o império até à queda de Cosntantinopla em 1453, tornando-se na mais duradoura das dinastias bizantinas.
O lema da família era "Βασιλεὺς Βασιλέων Βασιλεύων Βασιλευόντων" (Basileus Basileon, Basileuon Basileuonton) ("Rei de reis, governando os governantes"). Devido às suas alianças matrimoniais com famílias do Ocidente, os Paleólogos foram a primeira família imperial a ter brasões e divisas no sentido ocidental; utilizavam quer a águia bicéfala negra em campo de ouro, quer esquartelado, em campo de gules (vermelho), quatro ""BB" de ouro.
A Dinastia
Os Paleólogos eram, originalmente, pequenos membros da nobreza oriundos da Macedônia. O primeiro Paleólogo a figurar nos registos históricos é Jorge Paleólogo, um amigo de Aleixo I Comneno, mas desconhecem-se os seus antepassados. O primeiro a casar-se com um membro da família imperial foi um certo Aleixo Paleólogo, cuja esposa era uma neta de Zoé Ducas, a filha mais nova de Constantino X, e do seu marido Adriano Comneno, o irmão mais novo do imperador Aleixo I. Um outro Aleixo Paleólogo casou-se com Irene Angelina, filha mais velha de Aleixo III Ângelo e de Eufrósine Camatera. Teodora Paleologina, filha deste casal, casou-se com o seu primo Andrónico Paleólogo, um descendente de Zoé. Este casal foi o progenitor da família imperial, uma vez que o seu filho veio a ser o imperador Miguel VIII.
Andrónico II, filho de Miguel VIII, casou-se com Ana da Hungria e foi pai de Miguel Paleólogo, por vezes referido como Miguel IX. O filho deste, neto de Andrónico II, foi Andrónico III Paleólogo. João V foi o pai, com Helena, filha de João VI Cantacuzeno, de Andrónico IV Paleólogo e de Manuel II Paleólogo. Manuel II foi o pai de João VIII Paleólogo e de Constantino XI, o último imperador, bem como dos déspotas da Moreia Demétrio Paleólogo e Tomás Paleólogo. Demétrio, depois de ter dado um pretexto a Maomé II para invadir a Moreia, foi derrubado e a sua filha Helena fez parte do harém do sultão durante algum tempo. Tomás, exilado em Veneza, vendeu o título imperial a Carlos VII de França, que, no entanto, nunca o empregou oficialmente.
Zoé, filha de Tomás, casou-se com Ivan III da Rússia e, regressando à fé ortodoxa, retomou o seu nome de batismo Sofia. A sua influência na corte limitou o poder dos boiardos e levou, a prazo, à proclamação do duque da Moscóvia como Czar de todas as Rússias. A descendência masculina de Tomás extinguiu-se rapidamente, e os seus descendentes através de uma sua filha são, nos dias de hoje, dos duques Castriota de San Pietro de Galatina, da aristocracia do sul de Itália.
Uma dessas descendentes femininas, a Princesa de Aremberg, casou-se no início do século XIX com um Pfalzgraf de Zweibrucken, tornando, por exemplo, os duques da Baviera descendentes dos imperadores bizantinos. Também a rainha Ana, princesa de Hohenzollern, e consorte de Miguel da Roménia, descende dos Aremberg, e é por isso igualmente descendente dos imperadores de Bizâncio.
– Um ramo mais jovem
Um filho mais novo de Andrónico II tornou-se senhor de Montferrat, herdando o título através da sua mãe. A sua dinastia senhorial, no norte de Itália, sobreviveu ao ramo imperial de Constantinopla. Esta herança veio a ser posteriormente incorporada, através do casamento, na família Gonzaga, senhores de Mântua. Mais tarde a sucessão passou para os duques da Lorena, cujo chefe veio a ser o progenitor dos imperadores Habsburgo-Lorena da Áustria.
– Imperadores Paleólogos
- Miguel VIII
- Andrónico II, filho de Miguel VIII
- Miguel IX, co-imperador, filho de Andrónico II
- Andrónico III, filho de Miguel IX
- João V, filho de Andrónico III (contestado por João VI Cantacuzeno, parente, pelo lado materno, dos Paleólogos
- Andrónico IV, filho mais velho de João V
- João VII, filho de Andrónico IV
- Andrónico V, co-imperador, filho de João VII
- Manuel II, filho mais novo de João V
- João VIII, filho mais velho de Manuel II
- Constantino XI, outro filho de Manuel II
O Império Bizantino restaurado pelos Paleólogos era muito débil quando comparado com o império pré-1204, pelo que os imperadores desta dinastia não se puderam dar ao luxo do "isolamento dourado" em que o império se mantivera anteriormente. O futuro Miguel VIII casou-se com Ducas Vatatzes, parente da família Vatatzes Láscaris, de modo a consolidar a sua posição no Império de Niceia.
Irene Paleologina, irmã de Miguel VIII e filha de Andrónico e de Teodora, foi mãe de Maria Cantacuzena, a qual se casou com Constantino Tikh da Bulgária e em seguida com Ivailo da Bulgária. Miguel VIII foi o pai de Constantino, por sua vez pai de João, que se tornou o sogro de Estêvão Decanski da Sérvia. Irene, filha de Miguel, casou-se com Ivan Asen III da Bulgária; outra filha, Eudóxia, casou-se com João II Comneno de Trebizonda, e outra filha ainda, Teodora, casou-se com David VI da Geórgia.
Andrónicus II casou-se com Ana da Hungria e foi o pai de Miguel Paleólogo, que faleceu antes do seu pai mas foi designado co-imperador. Este Miguel casou-se com uma princesa do reino arménio da Cilícia (Arménia Menor). O filho de Miguel IX e neto de Andrónico II tornou-se Andrónico III. Teodora, uma filha de MIguel IX, casou-se com os líderes búlgaros Teodoro Svetoslav e, posteriormente, com Miguel Chichman. Uma filha, Ana, casou-se em primeiras núpcias com o déspota do Épiro e em seguida o conde Orsini de Zante, tornando-se antepassada de Orisini de Zante, posteriormente Tocco de Zande e Leucádia.
Com a sua segunda mulher, Iolanda de Montferrat, Andrónico II tve Simonis, que viria a ser a esposa de Estêvão Milutin da Sérvia. O seu filho, Teodoro, tornou-se senhor de Montferrat por herança da mãe. A herança de Teodoro veio mais tarde a incorporar-se no património dos Gonzaga, duques de Mântua. Andrónico III casou-se primeiro com uma princesa de Braunschweig, que morreu sem descendência, e em segundas núpcias com Ana de Sabóia, a qual descendia de Balduíno I de Constantinopla. Foram os pais de João V Paleólogo, o qual foi obrigado a casar-se com Helena, filha de João VI Cantacuzeno.
De forma a obter apoio para derrubar João VI, João V deu a sua irmã Maria em casamento a Gattilusio, que recebeu o ducado de Lesbos em contrapartida. Este casal fundou a família nobre que foi continuada na aristocracia genovesa, sendo antepassados dos príncipes do Mónaco.
Andrónico IV desposou Maria da Bulgária. Manuel II casou-se com uma filha de uma régulo do então desmembrado reino da Sérvia. Zoé, filha de Tomás Paleólogo, casou-se com Ivan III da Rússia. Em 1446, Helena, irmã mais velha de Sofia, casou-se com Lázaro Brancovic, um príncipe sérvio.
Política
Sob o governo dos Paleólogos, o Império Bizantino em fragmentação ainda se reclamava o herdeiro do Império Romano, embora estivesse centrado na tradição e cultura gregas. A expressão "Helenos" tornou a ser utilizada para os Bizantinos se identificarem a si próprios, depois de ter sido um sinónimo de "pagãos" durante séculos. A dinastia foi mecenas da literatura e das artes.
Nos dias finais do império, o Peloponeso tornou-se na maior e mais rica região sob o controlo imperial, e era governado como um despotado por membros da família imperial, normalmente dois ou três dos irmãos mais novos conjuntamente. Apesar das frequentes disputas entre déspotas, estes revelaram-se caninamente fiéis ao imperador de Constantinopla (exceto quando um ou mais deles tentavam guindar-se ao trono imperial), enquanto as suas terras estavam cercadas pelos Venezianos e pelos Otomanos hostis. A capital do Despotado da Moreia era Mistra, uma grande fortaleza construída pelos Paleólogos perto de Esparta. (foto de uma igreja atual com a bandeira da Grécia e dos Paleólogos)
Os Paleólogos tentaram frequentemente acabar com o cisma enter as igrejas Católica e Ortodoxa, na esperança de que tal levaria os reinos ocidentais a apoiar os Bizantinos contra os Turcos. No entanto, todas as tentativas de reconciliação chocaram contra a feroz oposição da população.
Fonte: Wikipédia