domingo, 15 de novembro de 2009

Palácio Nacional de Queluz

O Palácio Real de Queluz (também chamado de Palácio Nacional) é um palácio do século XVIII localizado na cidade de Queluz no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa, o palácio foi construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que viria a ser mais tarde marido e rei consorte de sua sobrinha, a rainha D. Maria I de Portugal.

Serviu como um lugar de encarceramento para a rainha Maria I enquanto sua loucura continuou a piorar após a morte de D. Pedro em 1786. Após o incêndio que atingiu o Palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz tornou-se a residência oficial do príncipe regente português, o futuro D. João VI, e de sua família. Permaneceu assim até a fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal.

A construção teve inicio em 1747, tendo como arquiteto Mateus Vicente de Oliveira. Apesar de ser muito menor, é chamado frequentemente de "o Versalhes português". A partir de 1826, o palácio deixou de ser o predileto pelos soberanos portugueses. Em 1908, tornou-se propriedade do Estado. Após um grave incêndio em 1934, o qual destruiu o seu interior, o Palácio foi extensivamente restaurado e, hoje, está aberto ao público como um ponto turístico.

Uma das alas do Palácio de Queluz – o Pavilhão de Dona Maria – construído entre 1785 e 1792, é hoje um quarto de hóspedes exclusivo para chefes de Estado estrangeiros em visita a Portugal.

  • Foi classificado como Monumento Nacional em 1910.


História
Deve-se a D. Pedro III a iniciativa da construção, no século XVII. As obras começaram em 1755. O teatro real deste palácio, veio a ser inaugurado em 17 de dezembro de 1778 (1º aniversário da coroação da Rainha).

Destaca-se, para além do valor arquitetônico e patrimonial, a beleza dos jardins e a larga extensão de mata que o cerca.


Foi residência real e hoje tem vocação turístico-cultural. Os traços arquitetônicos salientam os estilos: 1. barroco, 2. rococó e 3. neoclássico. O palácio se organiza genericamente em L, enquadrando os jardins por meio de várias alas.



  1. Do lado externo, o palácio abre 2 braços curvos.
  2. No lado dos jardins, é visível a articulação das várias fachadas de aparato, nomeadamente a que enquadra o Jardim de Netuno ou Jardim Grande.
  3. No piso térreo, merece destaque o corpo central de 2 andares, firmado por portas e janelas de sacada.
  4. A fachada de cerimônia virada ao Jardim dos Azereiros ou Jardim de Malta, é constituída por 3 corpos.
  5. O desnível entre os jardins e o parque perde relevo perante a sequência de terraços e galeria porticada por pares de colunas toscanas, rematada por uma monumental escadaria.
  6. No interior, a organização dos compartimentos processa-se em linha.
  7. A decoração de algumas salas é digna de realce, sendo constituída por pinturas e afrescos (Sala das Açafatas), revestimento a espelhos, estuque e talha dourada (Toucador da Rainha, Sala do Trono), parquet de madeiras exóticas (Sala D. Quixote) ou azulejos (Corredor das Mangas).
  8. Os jardins são ornamentados por estátuas.

A chamada Quinta de Queluz – que anteriormente pertenceu ao marquês de Castelo Rodrigo, passou para posse real em 1654 e foi incorporada na Casa do Infantado. O palácio começou a ser construído em 1747. Daí até finais do século XVIII o edifício ganhou os contornos que apresenta hoje, nomeadamente com o marcado revestimento azulejar e a construção de sumtuosos jardins. No jardim chegou a existir uma pequena praça de touros, que viria a desaparecer.

A primeira fase de construção do jardim terminou em 1786. Oito anos depois, o palácio tornou-se oficialmente residência oficial da Família Real Portuguesa. Nele nasceu D. Pedro IV de Portugal (ou D. Pedro I do Brasil), em 12 de outubro de 1798. Quando da partida dos reis para o Brasil, em 1807, grande parte do recheio do palácio foi despojado. Em 24 de setembro de 1834, já como rei de Portugal (Pedro IV), Pedro I do Brasil viria a falecer no mesmo quarto em que nascera. A partir desta data entrou em declínio, até que em 1908 o rei D. Manuel II o cedia à Fazenda Nacional.

No ano de 1934 seria este palácio vítima de um violento incêndio que o destruiria parcialmente, entrando novamente em fase descendente. A 19 de dezembro de 2001 reabriu ao público a Sala de Música com um recital de Christiano Holtz, no restaurado Pianoforte Muzio Clementi, pertencente à coleção de instrumentos musicais do Palácio de Queluz.

Origem: Wikipédia



Doado ao Estado em 1908, abriu como Museu de Artes Decorativas em 1940, exibindo atualmente em ambientes de época coleções de mobiliário, pintura, cerâmica, ourivesaria, escultura e tapeçaria, provenientes na sua maioria da Casa Real. Desde 1957, o Palácio de Queluz é também Residência Oficial de Chefes de Estado. Instituto dos Museus e da Conservação - Palácio Nacional de Queluz

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sábado, 14 de novembro de 2009

D. Amélia Leuchtenberg, imperatriz do Brasil




Dona Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais (Milão, 31 de julho de 1812 — Lisboa, 26 de janeiro de 1876), princesa de Leuchtenberg, foi a segunda consorte de D. Pedro I, imperador do Brasil.







Infância e juventude
D. Amélia foi a 4ª filha do general Eugênio de Beauharnais, 1° duque de Leuchtenberg e sua esposa, a princesa Augusta da Baviera. Seu pai era filho de Josefina de Beauharnais e seu primeiro marido, o visconde Alexandre de Beauharnais, bem como filho adotivo de Napoleão Bonaparte, que o fez vice-rei da Itália. Sua mãe era filha do rei Maximiliano I José da Baviera e de sua primeira consorte, a princesa Augusta Guilhermina de Hesse-Darmstadt. Entre os irmãos de Amélia estavam Josefina de Leuchtenberg, rainha consorte de Óscar I da Suécia, e Augusto de Beauharnais, príncipe consorte de D. Maria II de Portugal (enteada de Amélia). Napoleão III foi seu primo-irmão. Amélia de Leuchtenberg passou a sua infância e parte de sua juventude em Munique. Ela foi oficialmente apresentada à corte da Baviera no Natal de 1828, aos 16 anos.

Casamento
Após a morte de sua primeira esposa, a arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina, em dezembro de 1826, D. Pedro I do Brasil mandou buscar na Europa uma segunda esposa.

A convenção matrimonial de 30 de maio de 1829 foi ratificada em 30 de junho, em Munique, pela mãe e tutora da noiva, a duquesa de Leuchtenberg. Em 30 de julho daquele ano, foi confirmado, no Brasil, o tratado do casamento de Sua Majestade e Amélia de Leuchtenberg. A cerimônia do casamento foi realizada em Munique, a 2 de agosto daquele ano, na capela do palácio de Leuchtenberg, e o noivo foi representado pelo marquês de Barbacena. Amélia tinha apenas 17 anos e seu novo marido, trinta anos.

O marquês de Barbacena teve grande dificuldade em achar uma noiva, pois a fama do imperador não era boa na Europa, em parte por causa de Domitília de Castro e Canto Melo, sua polêmica amante.

No Brasil
Amélia chegou ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1829, na fragata Imperatriz, vinda de Ostende, na Bélgica. Acompanhavam-na a bordo o marquês de Barbacena e a pequena dona Maria da Glória. A futura Maria II de Portugal. O casal recebeu as bençãos nupciais na capela imperial no dia seguinte. Amélia vinha acompanhada pelo irmão mais velho, de 19 anos, Augusto de Beauharnais, 2.° duque de Leuchtenberg, que foi condecorado pelo imperador, em 5 de novembro de 1829, com o titulo de duque de Santa Cruz. Mais tarde, Augusto casaria-se com Maria da Glória, tornando-se seu primeiro marido.

Encantado com a beleza da segunda esposa, D. Pedro I criou, para homenageá-la e para comemorar a ocasião, a Imperial Ordem da Rosa. No decreto de criação da ordem, também assinado por José Clemente Pereira, secretário de Estado dos Negócios do Império, diz Dom Pedro I:
"Querendo perpetuar a memória de meu faustíssimo consórcio com a princesa Amélia de Leuchtenberg e Eichstaedt por uma instituição útil que, assinalando esta época feliz, conserve-a em glória na lembrança da posteridade".

Ao chegar ao palácio de São Cristóvão, percebendo a falta de protocolo que reinava, Amélia impôs à corte como língua oficial o francês e o protocolo de uma corte européia. Pedro I tentou trazer para junto de si, no palácio, a duquesa de Goiás, a filha bastarda que teve com a marquesa de Santos, mas Amélia recusou-se a tê-la no palácio.

Volta à Europa
Após a abdicação de D. Pedro I ao trono do Brasil, em 7 de abril de 1831, D. Amélia seguiu com o marido de navio para a Europa. Encontrava-se grávida de 3 meses. Na França, D. Amélia estabeleceu residência em Paris, com a sua enteada, a rainha - sem trono - de Portugal, D. Maria da Glória, e com D. Isabel Maria, a duquesa de Goiás, que acabaria adotando por filha. No dia 30 de novembro de 1831, a imperatriz deu à luz a princesa Maria Amélia de Bragança. Enquanto isso, Dom Pedro I empreendia uma encarniçada luta contra o seu irmão, Miguel I, pelo trono português, em nome de sua filha, Maria da Glória. Quando, vitorioso, conseguiu retomar o trono para a sua filha, que voltou a reinar como D. Maria II. Assim, Amélia foi residir com o marido no Palácio de Queluz, em Lisboa.

Viúva
Com o falecimento de D. Pedro I, em 24 de setembro de 1834, D. Amélia dedicou-se a obras de caridade e ao cuidado de sua única filha, Maria Amélia. Por volta de 1850, após o falecimento de Pedro V de Portugal, seu enteado-neto, Dona Amélia retornou para a Baviera com sua filha. Essa última, vindo a contrair tuberculose, fez com que ambas se mudassem para Funchal, na Ilha da Madeira. Todavia, Maria Amélia não resistiu e faleceu, aos 22 anos de idade, em 4 de fevereiro de 1853. Após a morte da filha, voltou a residir em Lisboa, onde morreu em 26 de janeiro de 1876, aos 64 anos.

  • Seus restos mortais jazem na Cripta Imperial do Monumento à Independência do Brasil, no bairro do Ipiranha em São Paulo, trasladados para o Brasil, em 1982.


Descendência:
– com D. Pedro I do Brasil:
  1. Dona Maria Amélia de Bragança (1831 – 1853)


Origem: Wikipédia

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domingo, 8 de novembro de 2009

A loucura dos reis – Jorge III, o louco

Jorge III do Reino Unido (nome de batismo: George William Frederick; 4 de junho de 1738 – 29 de janeiro de 1820), da Casa de Hanôver, foi Rei da Grã-Bretanha de 1760 até 1801. A partir do Ato de União de 1800, Jorge III passou a ser Rei do Reino Unido. Jorge III recebeu o cognome de o Louco devido à instabilidade mental causada pela doença crônica que sofria (porfíria). Era filho de Frederico, Príncipe de Gales e da princesa Augusta de Saxe-Gota, e sucedeu ao avô Jorge II. No reinado de Jorge III deu-se a independência dos Estados Unidos da América, até então 13 colônias britânicas.



No 60 anos de reinado de Jorge III, houve curtos períodos em que o equilíbrio de sua mente ficou evidentemente perturbado:
  • entre meados de outubro de 1788 e março de 1789;
  • fevereiro-maio de 1801;
  • fevereiro-junho de 1804 e
  • outubro de 1810;
daí em diante caiu num estado de aparente demência senil para qual é possível que sua perturbação mental anterior o tivesse predisposto.

Ainda que Jorge III tivesse fundamentalmente uma índole nervosa, há poucos indícios de que tenha sido vítima de fragilidade mental durante os primeiros 28 anos de seu reinado. O início de sua vida não revelou nunhuma debilidade física ou mental, embora já em 1758, dois anos antes de sua subida ao trono, lorde Waldegrave tenha feito um comentário sobre sua personalidade neurótica:
"uma espécie de infelicidade em seu temperamento... sempre que está insatisfeito... torna-se mal-humorado e silencioso, e se recolhe em seu gabinete, não para apaziguar sua mente pelo estudo ou pela contemplação, mas sobretudo para se entregar ao melancólico desfrute de seu mau humor. Mesmo depois que o acesso termina, sintomas negativos podem retornar frequentemente".


Depois de coroado, Jorge teve alguns curtos períodos de doença. Em 1762, teve resfriados estranhos. Três anos depois, em 1765, sofreu de uma doença semelhante. Vinte e três anos depois, teve a mesma doença: um forte resfriado, febre e rouquidão. Nesse intervalo, revelou-se um dos mais conscienciosos monarcas britânicos. Ocorreram 2 grandes guerras: Guerra dos Sete Anos com a França e a Guerra da Independência Americana. Teve problemas em encontrar um primeiro-ministro confiável e competente que seria resolvido só em 1784 com o jovem William Pitt.

O rei teve na rainha Carlota uma esposa afetuosa e solícita, mas seus filhos, especialmente Jorge, príncipe de Gales, haveriam de lhe causar ansiedade em razão de sua extravagância e dissipação.

O dr. Willis submeteu o rei a um regime severo, que envolveu o uso de camisa-de-força e de uma cadeira especial para a contenção do paciente, que o rei chamava de de sua "cadeira da coroação". Ocasionalmente mandava amarrar seu paciente ao leito. A recuperação do rei foi motivo de grandes celebrações em toda a nação em 1789. Os antigos sintomas reapareceram em 1801, e os Willis foram chamados de volta, mas em 1804 já estava melhor. Em 1810 sua filha predileta, Amelie, ficou doente e morreu. Depois de sua acessão ao trono em 25 de outubro de 1810, a doença voltou. Viveu em um outro mundo solitário pelo resto de sua vida. A regência tornou-se permanente. A rainha Carlota, morreu em novembro de 1818. Jorge morreu em 29 de janeiro de 1820.


Descendência:
Jorge III casou em 8 de setembro de 1761 com a princesa alemã Sofia Carlota de Mecklenburg-Strelitz. O casal teve os seguintes filhos:
  1. Jorge IV do Reino Unido, Rei de Inglaterra (12 de agosto de 1762 - 26 de junho de 1830) casou com Carolina de Brunswick-Wolfenbüttel; sucedeu ao pai.
  2. Frederico, Duque de York (16 de agosto de 1763 - 5 de janeiro de1827) casou com Frederica, Princesa da Prússia.
  3. Guilherme IV do Reino Unido (21 de agosto de 1765 - 20 de junho de 1837) casou com Adelaide de Saxe-Meiningen; sucedeu ao seu irmão.
  4. Carlota, Princesa Real (29 de setembro de1766 - 6 de outubro de 1828) casou com Frederico, Rei de Württemberg.
  5. Eduardo Augusto, Duque de Kent e Strathearn (2 de novembro de 1767 - 23 de janeiro de 1820) casou com a Princesa Vitória de Saxe-Coburg-Saalfeld; pai da Rainha Vitória
  6. Augusta Sofia (8 de novembro de 1768 - 22 de setembro de 1840)
  7. Isabel (22 de maio de 1770 - 10 de janeiro de 1840) casou com Frederico, Landgrave de Hesse-Homburg.
  8. Ernesto Augusto I de Hanôver, Rei de Hanôver (5 de junho de 1771 - 18 de novembro de 1851) casou com a Princesa Frederica de Mecklenburg-Strelitz.
  9. Augusto Frederico, Duque de Sussex (27 de janeiro de 1773 - 21 de abril de 1843) casou primeiro com Lady Augusta Murray, de quem teve filhos; após a anulação deste casamento casou com Lady Cecilia Buggins.
  10. Adolfo, 1º Duque de Cambridge (24 de fevereiro de 1774 - 8 de julho de 1850) casou com Augusta de Hesse-Cassel.
  11. Maria (25 de abril de 1776 - 30 de abril de 1857) casou com o Príncipe Guilherme, Duque de Gloucester
  12. Sofia (3 de novembro de 1777 - 27 de maio de 1848) nunca casou; teve um filho ilegítimo do General Sir Thomas Garth.
  13. Otávio (23 de fevereiro de 1779 - 3 de maio de 1783)
  14. Alfredo (22 de setembro de 1780 - 20 de agosto de 1782)
  15. Amélia (7 de agosto de 1783 - 2 de novembro de 1810)
Origem : 'A loucura dos Reis' de Vivian Green

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Arco do Triunfo – Paris

O Arco do Triunfo (francês: Arc de Triomphe) é um monumento, localizado na cidade de Paris, construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, que ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de:

  • 128 batalhas e
  • 558 generais.
Em sua base, situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido (1920). O arco localiza-se na praça Charles de Gaulle, uma das duas extremidades da avenida Champs-Élysées.



Iniciado em 1806, após a vitória napoleônica em Austerlitz, o Arc de Triomphe representa, em verdade, o enaltecimento das glórias e conquistas francesas, sob a liderança de Napoleão Bonaparte – seja este oficial das forças armadas, ou dotado da eminente insígnia imperial. A obra, foi somente finalizada em 1836, dada a interrupção propiciada pela derrocada do Império (1815). Com 50 m de altura, o monumental arco tornou-se, ponto de partida ou passagem das principais paradas militares, manifestações e, visitas turísticas.

– Diversos elementos arquitetônicos são dignos de observação:
  1. 30 medalhões, localizados sob a bela cornija, fazem, cada qual, referência a importantes batalhas travadas pelo exército francês, dentre as quais Aboukir, Ulm, Austerlitz, Iena, Friedland e Moscou.
  2. O friso, retrata a partida (fachada leste) e o retorno (fachada oeste) das tropas imperiais, visto que estas conflitaram em diversas regiões do continente europeu.
  3. Na fachada leste, os baixo-relevos aludem à batalha de Aboukir e à morte do general Marceau.
  4. À esquerda, situa-se o Triunfo de Napoleão. Este belo alto-relevo, de Cortot, representa a paz e a conquista napoleônica, alcançados pela celebração do Tratado de Viena (1810).
  5. Na alegoria, o imperador francês é coroado pela Vitória e reverenciado pela extinta Monarquia.
  6. À direita, situa-se a Partida dos Voluntários de 1792 (obra de François Rude), aptos a defender a recém-instaurada e revolucionária República.
  7. A liberdade, aqui, é representada pela guerreira e valente mulher, a comandar e a incitar o povo francês.
  8. Na fachada oeste, os alto-relevos impressionam pela intensa carga emotiva. Verifica-se a submissão do povo ao Estado e a crença, pelos populares, na vitória das forças armadas.


No interior dos arcos menores – encimados por interessantes alegorias à marinha, à infantaria e a outras guarnições, constam gravados inúmeros nomes de importantes oficiais franceses, assim como diversas localidades nas quais se travaram decisivas batalhas no âmbito do expansionismo francês, (Toulouse, Lille, Luxemburgo, Düsseldorf, Maastricht, Nápoles, Madrid, Porto, foz do rio Douro e Cairo) .

No solo – situa-se o memorável Túmulo do Soldado Desconhecido (“Ici repose un soldat français mort pour la patrie”). As cinzas do incógnito combatente francês, morto durante os sangrentos conflitos da I Guerra Mundial, ali repousam desde 1920.


Projetado por Jean Chalgrin, o Arco do Triunfo é, ainda e desde sempre, símbolo do patriotismo e orgulho francês.

"Um arco do triunfo é um tipo de monumento introduzido pela arquitetura romana originalmente utilizado como um símbolo da vitória em uma determinada batalha. Cada arco do triunfo romano, portanto, remete-se a uma batalha e a um imperador específicos na história romana e sua memória era celebrada através desta construção. Nem todos os arcos do triunfo da Antiguidade sobreviveram, mas durante a Idade Moderna, principalmente com o Neoclassicismo, eles foram usados como modelo para a construção de novos monumentos urbanos, em um contexto diferente do original."


Origem: Wikipédia

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sábado, 7 de novembro de 2009

Castelo Neuschwastein

O castelo de Neuschwanstein foi construído pelo rei Luís II da Baviera entre 1845-1886. Corresponde a uma concepção romântica da Idade Média. O Schloss Neuschwanstein (castelo ou palácio Neuschwanstein, "novo cisne de pedra") é um palácio alemão, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, no sudoeste da Baviera, a escassas dezenas de quilômetros da fronteira com a Áustria.

Luis II entrou para a história como o rei ao mesmo tempo casto e fabuloso, duvidoso e crapuloso, herói e lamacento. Foi uma figura ambígua que marcou a história da Baviera. No castelo nós vemos um dos aspectos bonitos da alma do rei. Ele era apaixonado pelas coisas medievais. A concepção do edifício foi esboçada por Luís II da Baviera numa carta a Richard Wagner, datada de 31 de maio de 1868.

O castelo fica num panorama ultra favorável. Há no fundo um longo movimento montanhoso, e lagos de água puríssima. Também há uma floresta plantada que não é floresta virgem. Mas é tão densa e vigorosa que parece floresta virgem. Bem no meio está o castelo, que recebe sua força dos montes que desembocam nele, dominando tudo o que fica abaixo de um modo soberano. Deita uma garra sobre a natureza como um rei que procede de uma genealogia fabulosa e domina os seus povos de um modo altaneiro. A primeira impressão que sugere Neuschwanstein é produzida pelo jogo das torres. A mais alta, se divide em motivos ornamentais. Tem um telhado cônico, muito pontudo também, que dá a sensação de um píncaro do universo. Ela tem ameias e janelinhas. É uma torre própria para ser habitada. Dentro pode haver um quarto de pedra com uma grande lareira, onde se queima madeira no inverno, com um vitral. O edifício principal é constituído de três andares. O corpo central de Neuschwanstein é um edifício de pedra ou tijolo avermelhado, com um portal magnífico que dá para um terraço, onde há uma última torre.

O conjunto de salas no interior do Palácio contém a Sala do Trono seguida pela suite de Luís II, pelo Hall dos Cantores e pela Gruta. Por todo o lado, o desenho presta homenagem às lendas alemãs de Lohengrin, o Cavaleiro Cisne. O castelo Hohenschwangau, onde Luís II passou grande parte da sua juventude, tinha decorações destas sagas. Estes temas foram tomados nas óperas de Richard Wagner. No entanto, muitas das salas interiores permanecem sem decoração; apenas 14 delas foram finalizadas antes da morte de Luís II.



Depois de Luís II
O castelo é propriedade do estado da Baviera, ao contrário do Schloss Hohenschwangau que é pertença de Franz, Duque da Baviera. Este edifício inspirou a construção de um outro castelo da Casa de Wittelsbach, o Schloss Ringberg. O Schloss Neuschwanstein é contemporâneo do português Palácio da Pena, em Sintra, por vezes referido como "o Neuschwanstein português' (cerca de 1840).

A vizinha Marienbrücke (Ponte de Maria) sobre o desfiladeiro Pöllat, assim chamada em homenagem a Maria da Prússia, providencia uma estupenda vista das fachadas do Schloss Neuschwanstein.

Está previsto que o Castelo Neuschwanstein apareça nas moedas comemorativas de 2€ da Série dos Estados Federados da Alemanha, em 2012.

Em 2007, foi finalista na selecção das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.


Turismo
A partir de 1886, o Castelo Neuschwanstein conta com uma média de 1,3 milhões de visitantes anuais. Cada Verão, mais de 6.000 visitantes diários acumulam-se nas diferentes áreas que foram previstas para uma única pessoa. Contudo, o castelo tem igualmente inconvenientes, pois o estado livre da Baviera deve dispensar cerca de 11,2 milhões de euros por ano para a sua conservação e melhoramento dos serviços aos visitantes, mesmo que isso represente pouco face aos proveitos que o Castelo Neuschwanstein gera.


Curiosidades
  1. O complexo do castelo estende-se por 6.000 metros quadrados articulados em quatro andares e numerosas torres, com uma altura que atinge os 80 metros.
  2. O castelo pode ser considerado como um monumento dedicado a Richard Wagner, o qual Luís II da Baviera admirava muito. De fato, muitas das suas salas são inspiradas em óperas do compositor alemão.
  3. Luís II da Baviera empenhou todo o seu patrimônio na construção do castelo, no entanto habitou durante muito pouco tempo nesta residência.
  4. Luís II observou o avanço dos trabalhos diretamente do castelo onde passou a infância, o vizinho Schloss Hohenschwangau.
  5. A Sala do Trono não tem trono; isto porque Luís II morreu antes que o trono ficasse completo, e por isso não foi mais colocado no seu lugar.
  6. Uma das salas do castelo reproduz, de maneira muito realista, uma gruta com muitas estalactites e estalagmites, a qual possuiu uma cascata durante o reinado de Luís II.
  7. Luís II, receando os danos, ordenou ao curador do castelo que interditasse as visitas dos curiosos depois da sua morte. Poucas semanas depois da morte do soberano, o castelo abriu as suas portas aos visitantes. É atualmente é um dos lugares mais visitados da Alemanha em qualquer estação do ano.
  8. Afirma-se que este é o edifício mais fotografado da Alemanha, e um dos destinos turísticos mais atrativos do país.
  9. Afirma-se ainda que este verdadeiro castelo de contos de fadas da Baviera terá inspirado o moderno castelo da Cinderella na Disneylândia, símbolo da própria companhia Walt Disney.
  10. Este castelo serviu de modelo no anime Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) como o castelo do deus grego do submundo, Hades.
Origem: Castelos medievais e Wikipédia

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mongólia

A Mongólia é um país asiático sem saída para o mar localizado entre a Rússia (a norte), e a China, a leste, sul e oeste. Capital: Ulaanbaatar, que concentra um terço da população total do país. Língua oficial: mongol. Área: 1.566.500 km2. População: 2.996.081 hab. Moeda: togrog/tugrik. Os mongóis ganharam fama no século XIII, quando, sob a liderança de Gengis Khan, conquistaram um imenso império euroasiático. Depois da morte do seu líder, o império foi dividido em vários e poderosos estados mongóis, mas estes entraram em decadência e foram dissolvidos no século XIV. Os mongóis acabaram retornando as suas fronteiras originais (anteriores a Gengis Khan), no final do século XVII, foram dominados pelos chineses. O país retomou sua independência em 1921, com apoio soviético, e um regime comunista foi instaurado em 1924.


História
A região correspondente à Mongólia atual foi ocupada por diversas tribos nômades, segundo relatos chineses que remontam a séculos antes de Cristo. Os hunos aparentemente migraram para o oeste a partir das estepes da Mongólia. Por volta do século VII, os turcos surgem nos relatos chineses como nômades vindos do norte (da Mongólia). Nos séculos seguintes, os turcos migrariam para o sudoeste, ocupando outras áreas da Ásia, mas algumas tribos permaneceram no leste da Mongólia até o século XIII.

Entre os séculos XI e XII, um líder tribal chamado Kabul Khan reuniu as tribos mongóis contra a China controlada pela Dinastia Jin, mas foi derrotado, e a unidade mongol foi desfeita. No final do século XII, um jovem chamado Temujin unificara algumas tribos mongóis e turcas, e vence outras em batalha, sendo aclamado por todos os mongóis como Genghis Khan.

No início do século XX, a recém formada União Soviética instalou na jovem república mongol um líder com orientações bolcheviques, que lideraria um processo que levaria à instauração de um regime comunista, em 1925. A República Popular da Mongólia só foi reconhecida pela China em 1946. As dissenções entre Rússia e China fizeram com que as relações entre China e Mongólia fossem praticamente encerradas até a dissolução do Partido Comunista mongol e a queda do regime em 1990. Desde então, a Mongólia experimenta um regime parlamentarista com eleições diretas a cada 4 anos, além de um renascimento cultural e religioso sem precedentes nos 75 anos de comunismo.

A Mongólia é, desde 1990, um regime parlamentarista, pluripartidarista, com eleições diretas. Suas terras são muito utilizadas para os pousos das naves espaciais chinesas, devido a sua localização geográfica.

Os grandes líderes mongóis
Entre os séculos XI e XII, um líder tribal chamado Kabul Khan reuniu as tribos mongóis contra a China controlada pela Dinastia Jin, mas foi derrotado, e a unidade mongol foi desfeita. No final do século XII, um jovem chamado Temujin (Temuchin) unificara algumas tribos mongóis e turcas, e vence outras em batalha, sendo aclamado por todos os mongóis como Genghis Khan ("poderoso governante").

Genghis Khan – passou mais de 20 anos de sua vida, entre 1204 e 1227, governando os mongóis e conquistando novos territórios. Sua ambição era governar todas as terras entre os oceanos (Atlântico e Pacífico) e quase conseguiu. Começando com uma estimativa de 25000 guerreiros, e aumentou seu poderio subjugando outros nômades e atacou a China setentrional em 1211. Ele tomou Beijing (Pequim) em 1215 depois de uma campanha que deve ter custado 30 milhões de vidas chinesas. Os mongóis, voltaram-se ao Oeste, capturando a grande cidade comercial de Bukhara, na rota da seda, em 1220. A cidade foi incendiada e seus habitantes assassinados. Ao final de sua vida, a Mongólia era o coração de um império que incluía partes da China e da Manchúria, o reino de Xi Xia (que Genghis extinguira nos seus últimos dias de vida), toda a área dos atuais Casaquistão, Uzbequistão,Tajiquistão, Irã, Armênia e Geórgia, partes do Afeganistão, da Índia, da Rússia e do Iraque. Seus descendentes avançaram sobre o restante da China, todo o norte da Índia, Síria, praticamente toda a Rússia européia, parte da Polônia, Bulgária e Hungria, além de fazer dos turcos seljúcidas e dos reinos de Burma, Anan e Champa seus vassalos. Antes da morte, Genghis Khan dividiu o Império em 4 partes, a serem governadas por seus descendentes, mas subordinados ao Grande Khan.

Após a morte de Genghis Khan em 1227, seu filho Ogedei terminou a conquista da China setentrional e avançou para a Europa. Ele destruiu Kiev em 1240 e avançou para a Hungria. Quando Ogedei morreu em campanha em 1241, os mongóis retiraram-se para participar de uma eleição em sua capital, Karakorum, na Mongólia. As hordas de ouro, no entanto, mantiveram o controle da Rússia. A Europa foi poupada pois os governantes mongóis concentraram seus esforços contra o Oriente Médio e China meridional. Hulagu Khan, um neto de Genghis, exterminou os assassinos islâmicos e conquistou a capital dos muçulmanos, Bagdá, em 1258. A maior parte dos 100.000 habitantes da cidade foram assassinados. Em 1260, um exército muçulmano de Mamelucos (escravos guerreiros com status elevado) egípcios derrotaram os mongóis na atual Israel, acabando com a ameaça mongol para o Islã e suas cidades sagradas.

Kublai Khan – outro neto de Genghis, foi o último Grande Khan a obter sucesso na expansão do império, conquistando toda a China em 1279, fundando a Dinastia Yuan, que governaria os chineses por quase 100 anos. Tentativas de invasão do Japão foram frustradas com pesadas perdas em 1274 e 1281. Uma vez estabelecido o império, veio a grande paz, a dita Pax mongolica. Viajantes, entre os quais Marco Polo, cruzavam o país por meio dos caravançarás (abrigo para hospedagem de caravanas) do império. Houve um contínuo fluxo comercial, e também de idéias e tecnologia, entre homens de diversas terras e religiões. Por um período, os mongóis floresceram na região das estepes e partes do norte da China. Em 1294 Kublai morre na China, e o poderio mongol começou a declinar na Ásia e em outros lugares. Os 4 principados mongóis se tornaram formalmente independentes, e, com exceção do Canado da Horda Dourada na Rússia, tiveram curta existência. A Dinastia Yuan controlava a China e a Mongólia, sua terra natal. Mas quando o último imperador Yuan foi deposto pelos Ming, a Mongólia não obteve sua independência, e seu território permaneceu sob a autoridade chinesa até a queda do poder imperial, em 1911.

Timur Leng – Na década de 1370 um guerreiro turco-mongol, dizendo-se descendente de Genghis Khan, lutou pela liderança dos estados mongóis da Ásia Central e pôs-se a restaurar o Império Mongol. Seu nome era Timur Leng (Timur, o coxo; Tamerlão para os europeus e Príncipe da Destruição para os asiáticos). Com um outro exército de aproximadamente 100.000 cavaleiros, ele entrou na Rússia e na Pérsia, lutando principalmente com outros muçulmanos. Em 1398 ele saqueou Delhi, matando 100.000 de seus habitantes. Ele avançou para o oeste derrotando um exército egípcio de Mamelucos na Síria. Em 1402 ele derrotou um grande exército turco-otomano perto da atual Ankara. A beira de destruir o Império Otomano, ele novamente mudou de direção, inesperadamente. Morreu em 1404 marchando para a China. Preferia conquistar riquezas e dedicou-se a escravizar indiscriminadamente os vencidos, sem parar para instalar governos estáveis. Por isso, o grande reino herdado por seus filhos ruiu rapidamente após a sua morte, interrompendo a unidade dos mongóis.

Subdivisões
A Mongólia está dividida em 21 províncias ou aymags: Arhangay, Bayan-Ölgiy, Bayanhongor, Bulgan, Darhan-Uul, Dornod, Dornogovĭ, Dundgovĭ, Govĭ-Altay, Govĭsümber, Hentiy, Hovd, Hövsgöl, Ömnögovĭ, Orhon, Övörhangay, Selenge, Sühbaatar, Töv, Uvs e Zavhan); e uma cidade com estatuto autónomo: a capital, Ulaanbaatar.

Geografia
A maior parte do território da Mongólia é composta por planaltos, com cadeias montanhosas no norte e no oeste. A altitude média de todo o país é de aproximadamente 1.500 m - o ponto mais baixo do país, situado no sul, tem altitude superior a 500 m. A taiga (floresta de coníferas) cobre áreas extensas ao norte do país. Os montes Altai se situam no oeste, sendo o Tavan Bogd Uul, com 4.373 m, o ponto mais elevado do país, e o Deserto de Gobi, arenoso, cobre uma ampla extensão do sul ao leste, enquanto o resto do país é coberto por estepes, com vegetação rasteira e herbácea.

O clima é temperado continental e muito áspero, quase subpolar, com verões geralmente amenos e invernos longos e gelados. A temperatura média anual da capital, Ulaanbaatar, é de -5 °C, sendo desta forma «a capital mais fria do mundo». Janeiro é o mês mais frio na capital, com temperatura média de -25 °C, e o mês mais quente é julho, com temperatura média de 14,4 °C. Embora tenha invernos normalmente muito secos, Ulaanbaatar pode ser atingida eventualmente por violentas tempestades de neve. A temperatura atinge facilmente a -30 °C em praticamente todo o seu território, não sendo raro chegar a -40 °C ou -50 °C em determinadas localidades.



Economia
Baseada na produção agro-pastoril, com 90% das exportações constituídas de animais e derivados, mas muito limitada pela distância da Mongólia do mar, e pelas precárias estradas sem infra-estrutura. A grande dependência de ajuda estrangeira levou o país a uma preparação inadequada para os rigorosos invernos, e houve grandes perdas de animais, o que empobreceu a muitos. Quase um terço da população vive em extrema pobreza. A mudança da economia centralizada e dependente da União Soviética para uma economia de mercado foi traumática. Hoje o país é pobre com uma economia desfasada.

Cultura
A cultura da Mongólia é bastante homogênea, havendo poucas diferenças no seio da população.
Tem o seu próprio grupo étnico, que compreende 85% da população do país, a língua oficial o calca-mongol é falada por 90% das pessoas e 96% da população é budista.

A dieta da população consiste sobretudo em carne, sendo os vegetais uma novidade na dieta mongol. No sul, consome-se cordeiro e muitos produtos derivados do camelo. Nas montanhas, a carne bovina é muito mais comum. Na capital, Ulaanbaatar, existe uma vasta variedade de comida disponível, a maior parte desta importada.

Não há figura mais venerada na cultura popular mongol do que Genghis Khan, o fundador do Império Mongol no século XIII. Seu local de nascimento, seus possíveis locais de sepultamento, supostas relíquias pertencentes ao antigo conquistador mongol, são celebrados em procissões e feriados nacionais e considerados sagrados – num ponto onde cultura e religião começam a se fundir.

Fonte: Wikipédia

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Constantino I, o grande

Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande (em latim Flavius Valerius Constantinus; Naissus, 272 - 22 de maio de 337), foi proclamado Augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até à sua morte.

Nascido em Naissus, na Mésia (atual Niš na Sérvia), filho de Constâncio Cloro (ou Constâncio I Cloro) e da filha de um casal de donos de uma albergaria na Bitínia, Helena de Constantinopla, Constantino teve uma boa educação - especialmente por ser filho de uma mulher de língua grega e haver vivido no Oriente grego, o que facilitou-lhe o acesso à cultura bilingue própria da elite romana - e serviu no tribunal de Diocleciano depois do seu pai ter sido nomeado um dos dois Césares, na altura um imperador júnior, na Tetrarquia em 293. Embora sua condição junto a Diocleciano fosse em parte a de um refém, Constantino serviu nas campanhas do César Galério e de Diocleciano contra os Sassânidas e os sármatas. Quando da abdicação conjunta de Diocleciano e Maximiano em 305, Constâncio seria proclamado Augusto (imperador senior), mas Constantino seria descartado como César em proveito de Flávio Severo (também conhecido modernamente como Severo II, título que jamais usou, para não ser confundido com o grande imperador do século anterior, Septímio Severo).

Pouco antes da morte de seu pai, em 25 de julho de 306, Constantino conseguiu a permissão de Galério para reunir-se a ele no Ocidente, chegando a fazer uma campanha juntamente com Constâncio Cloro contra os pictos, estando junto do leito de morte do seu pai em Eburacum (atual York) na Britânia, o que lhe permitiu impor o princípio da hereditariedade em seu proveito, proclamando-se César e sendo reconhecido como tal por Galério, então feito Augusto do Oriente. Desde o início de seu reinado, Constantino tinha o controle da Britânia,nGália, Germânia e Hispânia, com sua capital em Trier, cidade que fez embelezar e fortificar.

Nos dezoito anos seguintes combateu uma série de batalhas e guerras que o fizeram o governador supremo do Império Romano. Como Maximiano desejava retomar sua posição de Augusto, da qual havia-se afastado a contragosto junto com Diocleciano, Constantino recebeu-o na sua corte e aliou-se a ele por um casamento em 307 com a filha de sete anos de Maximiano, Fausta, o que lhe permitiu ser reconhecido tacitamente como Augusto em 308 por Galério, numa conferência dos tetrarcas em Carnuntum (atual Petronell-Carnuntum na Áustria). Em 309, no entanto, Constantino enfrentaria seu sogro, que tentava recuperar abertamente o poder, capturando-o em Marselha e fazendo assassiná-lo; em 310, Constantino seria formamente reconhecido como Augusto por Galério. Severo havendo sido entrementes eliminado, em 307, por Maxêncio, filho de Maximiano que havia-se proclamado imperador em Roma, Constantino deveria acabar por enfrentrar seu cunhado para conseguir o domínio completo do Ocidente romano. Após uma série de mediações fracassadas e lutas confusas, Constantino, após apoiar o usurpador africano Lúcio Domício Alexandre, cortando o suprimento de trigo de Roma, de 308 a 309, desceu em 312 até a Itália para eliminar Maxêncio.

Essas guerras civis constantes e prolongadas fizeram de Constantino, antes de mais nada, um reformador militar, que, para aumentar o número de tropas a sua disposição imediata, constituiu o cortejo militar do imperador (comitatus) num corpo de tropas de elite autosuficiente - um verdadeiro exército de campanha - principalmente pelo recrutamento de grande número de germanos que se apresentavam ao exército romano nos termos de diversos tratados de paz, a começar pelo chefe dos alamanos Chrocus, que teve um papel decisivo na aclamação de Constantino como Augusto.

Religião
O fato de Constantino ser um imperador de legitimidade duvidosa foi algo que sempre influiu nas suas preocupações religiosas e ideológicas: enquanto esteve diretamente ligado a Maximiano, ele apresentou-se como o protegido de Hércules, deus que havia sido apresentado como padroeiro de Maximiano na primeira Tetrarquia; ao romper com seu sogro e eliminá-lo, Constantino passou a colocar-se sob a proteção da divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, Deus Sol Invicto, ao mesmo tempo que fez circular uma ficção genealógica (um panegírico da época, para disfarçar a óbvia invenção, falava, dirigindo-se retoricamente ao próprio Constantino, que se tratava de fato "ignorado pela multidão, mas perfeitamente conhecido pelos que te amam") pala qual ele seria o descendente do imperador Cláudio II - ou Cláudio Gótico - conhecido pelas suas grandes vitórias militares, por haver restabelecido a disciplina no exército romano, e por ter estimulado o culto ao Sol.

Constantino acabou, no entanto, por entrar na História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na seqüência da sua vitória sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito em latim:

In hoc signo vinces” — "Sob este símbolo vencerás"

De manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu um vitória esmagadora sobre o inimigo. Esta narrativa tradicional não é hoje considerada um fato histórico, tratando-se antes da fusão de duas narrativas de fatos diversos encontrados na biografia de Constantino pelo bispo Eusébio de Cesaréia.

No entanto, é certo que Constantino era atraído, enquanto homem de estado, pela religiosidade e pelas práticas piedosas - ainda que se tratasse da piedade ritual do paganismo: o Senado Romano, ao erguer em honra a Constantino o seu arco do triunfo, o Arco de Constantino, fez inscrever sobre este que sua vitória devia-se à "inspiração da Divindade" (instinctu divinitatis mentis), o que certamente ia de encontro às idéias do próprio imperador. Até um período muito tardio de seu reinado, Constantino não abandonou claramente sua adoração com relação ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal em suas moedas até 315.


Cristograma de Constantino
Só após 317 é que ele passou a adotar clara e principalmente lemas e símbolos cristãos, como o "chi-rô", emblema que combinava as duas primeiras letras gregas do nome de Cristo ("X" e "P" superpostos). No entanto, já quando da sua entrada solene em Roma em 312, Constantino recusou-se a subir ao Capitólio para oferecer culto a Júpiter, atitude que repetiria nas suas duas outras visitas solenes à antiga capital para a comemoração dos jubileus do seu reinado, em 315 e 326.

A sua adoção do cristianismo pode também ser resultado de influência familiar. Helena, com grande probabilidade, havia nascido cristã e demonstrou grande piedade no fim da sua vida, quando realizou uma peregrinação à Terra Santa, localizou em Jerusalem uma cruz que foi tida como a Vera Cruz e ordenou a construção da Igreja do Santo Sepulcro, substituindo o templo a Afrodite que havia sido instalado no local - tido como o do sepultamento de Cristo - pelo imperador Adriano.

Mas apesar de seu batismo, há dúvidas se realmente ele se tornou cristão. A Enciclopédia Católica diz:
  • "Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos."

E a Enciclopédia Hídria observa:
  • "Constantino nunca se tornou cristão".
No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice. E, de fato, Constantino, até o dia da sua morte, não havendo sido batizado, não participou de qualquer ato litúrgico, como a missa ou a eucaristia. No entanto, era uma prática comum na época retardar o batismo, que era suposto oferecer a absolvição a todos os pecados anteriores - e Constantino, por força do seu ofício de imperador, pode ter percebido que suas oportunidades de pecar eram grandes e não desejou "desperdiçar" a eficácia absolutória do batismo antes de haver chegado ao fim da vida.

Qualquer que tenha sido a fé individual de Constantino, o fato é que ele educou seus filhos no cristianismo, associou a sua dinastia a esta religião, e deu-lhe uma presença institucional no Estado romano (a partir de Constantino, o tribunal do bispo local, a episcopalis audientia, podia ser escolhida pelas partes de um processo como tribunal arbitral em lugar do tribunal da cidade). E quanto às suas profissões de fé pública, num édito do início de seu reinado, em que garantia liberdade religiosa, ele tratava os pagãos com desdém, declarando que lhes era concedido celebrar "os ritos de uma velha superstição".

Esta associação da casa imperial ao Cristianismo criou uma situação equívoca, já que o cristianismo tornou-se a religião "pessoal" dos imperadores, que, no entanto, ainda deveriam regular o exercício do paganismo - o que, para um cristão, significava transigir com a idolatria. O paganismo retinha ainda grande força política - especialmente entre as elites educadas do Ocidente do Império - situação que só seria resolvida por um imperador posterior, Graciano, que renunciaria ao cargo de Sumo Pontífice em 379 - sendo assassinado quatro anos depois por um usurpador, Máximo. Somente após a eliminação de Máximo e de outro usurpador pagão, Eugênio, por Teodósio I é que o cristianismo tornar-se-ia a única religião legal (395).

O imperador romano Constantino influenciou em grande parte na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores- medida tomada por Constantino utlizando-se da sua prerrogativa de, como Sumo Pontífice, de fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durantes estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" - uma reminiscência do culto de Sol Invictus.

Constantino legalizou e apoiou fortemente a cristandade por volta do tempo em que se tornou imperador, com o Édito de Milão, mas também não tornou o paganismo ilegal ou fez do cristianismo a religião estatal única. Na sua posição de Pontifex maximus - cargo tradicionalmente ocupado por todos os imperadores romanos, e que tinha a ver com a regulação de toda e qualquer prática religiosa no Império. O Imperador reafirmara o que já era do direito circunscricional da Igreja Romana - ou seja, que as igrejas cristãs locais, no que diz respeito a sua organização administrativa - inclusive quanto a eleição dos bispos - deveriam reportar-se à igreja de Roma, a capital.

A sua vitória em 312 sobre Maxêncio resultou na ascensão ao título de Augusto Ocidental, ou soberano da totalidade da metade ocidental do império, reconhecida pelo pagão Licínio, único Augusto do Oriente após a eliminação de Maximino Daia. A vitória de Constantino teve uma conseqüência militar imediata: Constantino aboliu definitivamente a Guarda Pretoriana, que havia sustentado Maxêncio e, com ele, os interesses políticos da aristocracia italiana, substituindo-a por um corpo de tropas de elite ligadas à pessoa do Imperador, as scholae palatinae, que, a partir daí, seriam o núcleo do sistema militar romano, enquanto os velhos corpos de tropa territoriais eram negligenciados. As scholae eram principalmente regimentos de cavalaria, que serviam como uma força-tarefa ligada à pessoa do Imperador, e seu principal objetivo era garantir uma capacidade de ação imediata em caso de guerra civil ou externa; quanto às forças de defesa territorial, os limitanei, estas acabaram reduzindo-se a uma mera força policial de fronteira, entrando em declínio imediato da sua capacidade combativa. O objetivo destas reformas militares era principalmente político, colocando a quase totalidade das forças militares móveis à disposição imediata do Imperador - com a exceção de certas unidades territoriais que eram equiparadas às forças móveis e chamadas pseudocomitatenses - concentradas em áreas urbanas onde pudessem ser mantidas abastecidas dos suprimentos que eram agora a maior parte do soldo militar (os pagamentos em dinheiro tornando-se recompensas esporádicas pagas quando da ascensão ou dos jubileus de ascensão do imperador ao trono).

Quando Licínio expulsou os funcionários cristãos da sua corte, Constantino encontrou um pretexto para enfrentar seu colega e, tendo negada permissão para entrar no Império do Oriente durante uma campanha contra os sármatas, fez disto a razão para derrotar e eliminar Licínio em 324, quando tornou-se imperador único.

Apesar de a Igreja ter prosperado sob o auspício de Constantino, ela própria decaiu no primeiro de muitos cismas públicos. Constantino, após ter unificado o mundo romano, convocou o concílio de Niceia, grande centro urbano da parte oriental do Império, em 325, um ano depois da queda de Licínio, a fim de unificar a Igreja cristã pois com as divergências desta, o seu trono poderia estar ameaçado pela falta de unidade espiritual entre os romanos. Duas questões principais foram discutidas no concílio de Nicéia:
  1. a questão da Heresia Ariana que dizia que Cristo não era divino mas o mais perfeito das criaturas,
  2. a data da Páscoa pois até então não havia um consenso sobre isto.
Constantino só foi batizado e cristianizado no final da vida. Constantino poderá ter favorecido o lado perdedor da questão ariana, uma vez que ele foi batizado por um bispo supostamente ariano, Eusébio de Nicomedia (que não deve ser confundido com o biógrafo do imperador, Eusébio de Cesaréia). A inclinação que Constantino e seu filho e sucessor na condição de Augusto único, Constâncio II, demonstraram pelo Arianismo, é bastante explicável, na medida em que ambos tentaram apresentar a figura do Imperador como um análogo do Cristo ariano: uma emanação divina, reflexo terreno do Verbo. A tempestuosa relação de Constantino com a Igreja da época dá conta dos limites da sua atuação no estabelecimento da Ortodoxia: pouco antes de sua morte, em 335, ele mandou exilar, na capital imperial de Trier, o patriarca de Alexandria – Atanásio, campeão da ortodoxia, por suas violentas atitudes antiarianas, e apesar do fato de que Atanásio continuou a ser perseguido pelos sucessores de Constantino, o abertamente ariano Constâncio II e o pagão Juliano, foi a sua visão teológica que acabou por prevalecer.

Fundação de Constantinopla
Visando resolver definitivamente o problema logístico da distância entre a capital e as principais frentes militares da época, sem recorrer ao expediente de uma residência imperial "interina", Constantino reconstruiu a antiga cidade grega de Bizâncio, que dedicou em 11 de maio de 330 chamando-a de Nova Roma, dotando-a de um Senado e instituições cívicas (14 regiões, um Forum, distribuições de trigo, um Prefeito Urbano) semelhantes aos da antiga Roma. Tratava-se, no entanto, de uma cidade puramente cristã, dominada pela Igreja dos Santos Apóstolos, junto a qual encontrava-se o mausoléu onde Constantino seria sepultado. Os templos pagãos de Bizâncio foram nela preservados, mas neles foram proibidos os sacrifícios e o culto das imagens dos deuses.

Após a morte de Constantino, Bizâncio foi renomeada Constantinopla, tendo-se gradualmente tornado a capital permanente do império. A fundação de Constantinopla foi complementada pelo tratado (foedus) realizado entre Constantino e seus descendentes com os godos, que, a partir de 332, passaram a defender a fronteira do Danúbio e fornecer homens ao exército romano, em troca de abastecimentos. A mudança da capital imperial enfraqueceu a influência do papado de Roma e fortaleceu a influência do Bispo de Constantinopla sobre o Oriente, um dos eventos notáveis que provocariam futuramente o Grande Cisma do Oriente.

Sucessão
Um ano depois do Primeiro Concílio de Niceia, em (326), durante uma viagem solene a Roma para a comemoração dos seus 20 anos de reinado, Constantino mandou matar seu próprio filho e sucessor designado Crispo, um general competente que provavelmente foi suspeito de intrigar para derrubar o pai. Pouco depois, sufocaria sua segunda mulher Fausta num banho sobreaquecido, provavelmente por suspeitar que ela tivesse intrigado contra Crispus, seu enteado. Mandou também estrangular o cunhado Licínio, que havia se rendido a ele em troca da vida e chicotear até à morte o seu filho (e sobrinho do próprio Constantino). Foi sucedido por seus três filhos com Fausta:
  1. Constantino II,
  2. Constante e
  3. Constâncio II,
os quais dividiram entre si a administração do Império até que, depois de uma série de lutas confusas, Constâncio II emergiu como Augusto único.

Apreciações póstumas
Constantino foi uma figura controversa já na sua época: o último imperador pagão, seu sobrinho Juliano, dizia que ele era atraído pelo dinheiro e que buscou acima de tudo, enriquecer a si e seus partidários - traço este (de saber enriquecer seus amigos) que também foi reconhecido pelo historiador Eutrópio e pelo próprio Eusébio de Cesaréia. O historiador pagão Zósimo criticou severamente suas reformas militares. Mas como primeiro imperador cristão, Constantino foi reverenciado durante toda a Idade Média, seja pela Cristandade Oriental, que o tinha como fundador do Império Bizantino - e a Igreja Ortodoxa acabou por canonizá-lo - seja pela Ocidental, que, sem atribuir-lhe o status de santo, considerava haver ele criado os Estados Papais, territórios doados ao Papa pela chamada Doação de Constantino. Só com o Iluminismo seu legado começou a ser pesadamente criticado, e o historiador inglês Edward Gibbon, no seu livro clássico sobre a "A história do declínio e queda do império romano" o caracteriza como um general romano de velha cepa a quem o poder absoluto (por extensão, o Cristianismo) havia convertido num déspota oriental. Com a secularização da sociedade moderna, a apreciação de Constantino em função exclusivamente das suas reformas religiosas perdeu acuidade - e ele passou a ser analisado em termos da sua própria época, como um dos fundadores, juntamente com Diocleciano, do Baixo-Império (ou Dominato), do qual ele estabeleceu as estruturas políticas e sociais básicas.


Origem: Wikipédia

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Benção


"Que o caminho seja brando a teus pés, O vento sopre leve em teus ombros.Que o sol brilhe cálido sobre tua face, As chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja.... Que Deus te guarde na palma de Sua mão."
(Uma antiga bênção Irlandesa)
 
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